ヽ O3. Um passo à frente.

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18 de Novembro de 2.150.
12:00
Tarde fresca.

── Dante. Acorda, Dante. Se não levantar agora, vou ir sozinho.

O garoto de cabelos levemente ondulado ergueu a destra, com o dedo indicador unicamente levantado.

── Eu... já vou.

── Agora.

Dante balbuciou algo incompreensível. Raphael pegou a mochila e a abriu, verificando o que tinha ali. Por sorte, tinha água.

O menor abriu a garrafa térmica e jogou metade da água na cara de Dante, que se assustou e se levantou rapidamente.

── Você está louco, Raphael?! ── o menino passou ambas mãos no rosto, retirando o excesso de água, que caía sobre seu colo.

O Schneider estava de fato louco. Ainda faltava um imenso caminho até alcançarem o laboratório, e caminhar não era exatamente o forte de Raphael.

── Anda, precisamos ir. Consegue ver o laboratório?

── Não.

── Que pena, eu também não. Agora vamos. ── Raphael jogou a mochila no peito de Dante e bateu em retirada para fora do quarto, enquanto tirava o seu colete.

Suas roupas já não estavam cem por cento limpas e isso o deixava um pouco incomodado. Torcia para que tivesse ao menos uma troca de roupa para si no laboratório, quando chegassem.

A caminhada foi mais curta que o esperado, custando apenas duas horas. Finalmente faltava somente mais alguns passos para alcançar o laboratório. A construção por si não estava em um estado perigoso comparado com a casa em que Raphael encontrou Dante. A pintura estava levemente gasta e havia algumas janelas quebradas.

Raphael tomou a frente, pegando a pistola silenciosa. Ergueu a arma na altura dos ombros e a engatilhou. Com passos leves e silenciosos, Schneider entrou no laboratório.

Era escuro, e vazio. Sem sinal qualquer de evacuação às pressas. Estava tudo arrumado, no centro de uma sala tinha até mesmo uma projeção média do mundo. Estava tudo em ordem, mas nem uma alma vagando por ali.

Raphael se aproximou, abaixando a arma. Havia alguns pontos vermelhos no mundo sem qualquer explicação ou legenda, mas também tinha alguns círculos azuis.

── O que é isso? ── perguntou Raphael, apontando para a Terra enquanto olhava nos olhos de Dante.

── Eu.. não sei.

O outro também estava surpreso, o Schneider notou isso ao ver que Dante também abaixava sua arma, sem desviar sua atenção do Mundo.

O garoto de cabelos ondulados passou a mão na projeção e a imagem girou. Dante procurou o Brasil e assim que achou, clicou no ponto vermelho que estava no meio do país.

Fracasso.
Evacuação realizada com sucesso.
Monstro contido.

── O que...?

── Dante? O que você achou?

── Nada!

O maior girou o mundo novamente, saindo do ponto e da América do Sul. Raphael parecia meio desconfiado, mas não chegou a perguntar. Para a sorte (ou não) de Dante, o Schneider não havia prestado atenção no que que o outro fazia.

── Precisamos ir. Temos um grande local para explorar e procurar ao menos comida enlatada.

── Certo.

Os garotos andaram por toda a sala da projeção antes de sair e olhar as outras. Estavam vazias, algumas tinha umas papeladas confusas, outras armas e munições.

Mate Mikhail.Where stories live. Discover now