ヽ O1. Como tudo deveria ser.

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16 de Novembro de 2.150.
04:30 da manhã.
Madrugada fria.

Eram quatro horas e meia da manhã quando Raphael terminava de vestir uma roupa exclusiva para ir a missão. Estava acompanhado de Harry, que não entendia como ele havia simplesmente aceitado. Soube do ocorrido no andar três, então veio conferir se o seu irmão estava bem.

── Eu já disse que não lembro.

── Nem da nossa curta conversa mais cedo?

── Não, Harry. É a terceira vez que estou te dizendo isso, é difícil entender?

“Continua seco como sempre.” ── murmurou o outro, sem que Raphael escutasse. Puxou um cigarro do seu bolso dianteiro, acendeu com um isqueiro e tragou.

Harry entregou duas pistolas para seu meio-irmão, uma era silenciosa. Raphael as guardou nos coldres dos dois lados e ajustou, deixando-os firmes.

── Vão te levar?

── Sim.

O Schneider queria perguntar para onde, mas foi interrompido quando Logan entrou na sala.

── Eu sabia que você aceitaria, meu filho. ── disse Logan, enquanto entrava. ── Você está colaborando para que tudo aconteça como deveria acontecer.

Raphael estava meio desconfiado, mas resolveu não indagar sobre a mudança drástica de tratamento que o seu pai estava tendo consigo. Sabia que as respostas seriam as mesmas e isso lhe tirava do sério. “nunca se sabe quando você não voltará.”

── Estou pronto.

Harry se aproximou rapidamente, colocando uma mão a frente do corpo de Raphael, impedindo que ele continuasse a caminhar. Com a outra mão, Harry tirou o cigarro da boca. O Schneider mais novo olhou para o pai e pediu um momento a sós, este que aceitou com pouca relutância. Assim que ficaram apenas Harry e Raphael, o menor olhou dentro dos olhos do outro.

── Raphael, tome cuidado.

── Por que está me dizendo isso?

── Todo cuidado é pouco.

── Eu sou treinado.

── E isso te garante algo?

── Minha sobrevivência.

Harry riu, desacreditado que por trás de toda ignorância havia um Raphael inocente e talvez orgulhoso. O mais baixo se afastou e soltou um longo suspiro, em seguida levando o cigarro a boca novamente.

── Boa sorte.

Sem olhar para trás, Harry deixou o cômodo. Raphael não entendeu o aviso, mas saiu em seguida.

. . .

Raphael estava no banco de trás do Jeep. Por algum motivo, a parte de trás era totalmente coberta, impedindo que o moreno visse o ambiente em que estava atravessando. Por um lado até entendia, afinal vira e mexe aparecia um criminoso capturado na corporação, a corporação sempre manteve sua localização secreta desde os primórdios.

Seu corpo estava em constante movimento, sinalizando que o chão era coberto por pedras ou qualquer outra coisa.

Raphael vestia coturnos pretos, uma calça verde musgo, uma camisa branca de manga curta e um colete preto. Seus cabelos rebeldes estavam quase secos, sua barba recém feita deixava um sensação de leveza no corpo do moreno.

Agora parecia ser oito da manhã.

O garoto julgaria que passou mais duas horas até o carro finalmente parar. A porta em que estava encostado se abriu e uma luz forte deixou seus olhos sensíveis. Assim que se acostumou, percebeu que estava em frente a uma construção horrorosa, parecia estar caindo aos pedaços. Anos, talvez até séculos atrás, aquela construção medonha era uma bela casa e morada de uma família.

Mate Mikhail.حيث تعيش القصص. اكتشف الآن