Capítulo 16 - Reencontro

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Carina DeLuca

Depois de uma hora e meia, eu finalmente havia chegado a meu destino. Neste exato instante, eu estava parada em frente à casa de Anna. Fiquei ali parada, olhando com certa atenção a todo naquele ambiente onde vivi por tantos anos. Tudo me parecia diferente, estranho demais.

Minha antiga casa se enquadrava em classe média, não era muito grande e tampouco pequena. As paredes de cor marfim agora estavam mais maltratadas desde a última vez que vi. Mas nada que uma bela forma não desse jeito. Fechei os olhos, pensar que a qualquer momento aquele patrimônio poderia ser tomado enchia meu coração de raiva.

Abri os olhos, e respirei fundo. Hoje, aquele não era o maior dos meus problemas, olhar para Anna sim era a tarefa mais difícil. Caminhei em passos lentos até a varanda da casa, olhando pela janela em busca de Andrea, mas nem sinal. O pequeno provavelmente estaria dormindo, ainda era cedo demais. Eu tinha receio de entrar, aquela já não era mais minha casa, apesar de eu sustentá-la.

Já iria fazer dois anos que eu não os via, depois de muitas discussões com minha mãe, eu decidi manter distância. O que me fez bem, eu não sei se aguentaria ser julgada por ela por tanto tempo. Mas aqui estava eu, com certo nervosismo e ansiedade me atormentando. Eu já não era mais a Carina de antes, mas ainda sentia medo de ouvir tudo aquilo outra vez. As palavras de Anna nunca saíram da minha cabeça, eu poderia odiá-la se não soubesse tudo que ela passou para nos manter.

" Você ainda pode ir embora Carina"

Meu subconsciente gritava em um alerta, mas eu não daria ouvidos. Aquela era uma situação que hora ou outra teria que ser enfrentada. Com o passar dos anos me tornei uma mulher madura, capaz de lidar com os problemas que a vida nos traz. Eu faria meu papel de filha, e Anna teria que fazer seu papel de mãe.

Puxei o ar com força, enquanto caminhava em direção a porta. Parei em frente a mesma, dando três leves batidas, que rapidamente foram ouvidas. A porta se abriu, e para meu alivio, a primeira pessoa que vi diante de mim foi Andrea. O pequeno me olhou estático, como quem visse um fantasma. Mas aquilo não durou, logo meu irmãozinho expandiu os lábios em um sorriso lindo.

- CAR!

O baixinho praticamente pulou em meus braços, apertando-me com força em um abraço carregado de saudade. Eu juro, eu sentia vontade de chorar, derramar todas as lagrimas de saudade daquele menino. Ela já estava bem diferente desde a última vez que o vi. Seus cabelos estavam grandes, mas não muito, ele estava bem mais alto, já passava de minha cintura. E com toda certeza já sabia falar perfeitamente bem.

- Eu não acredito que você voltou! Senti tanta a sua falta.

Seu tom de voz era feliz e empolgado. Eu apenas chorei, chorei toda a falta que ele me fez, chorei por vê-lo tão grande e tão diferente. Chorei por não ter acompanhado tudo isso.

- Eu também senti sua falta Andrea, muita.

Ele soltou os braços do meu corpo e me fitou sorrindo.

- Onde está Anna? - Perguntei rapidamente.

- Ela não está, saiu a pouco tempo. Entre aqui Car!

Senti um certo alivio por saber da ausência de minha mãe naquele momento. Andrea segurou em minha mão, puxando-me para dentro daquela casa. Parece que nada havia mudado, tudo estava quase no mesmo estado de quando havia saído. A não ser por alguns novos objetos decorativos, e a nova cor das paredes da sala.

- Pensei que nunca mais iria ver você Car.

- Eu prometi pra você que voltaria, lembra? E eu voltei.

THE STRIPPERWhere stories live. Discover now