Capítulo 8

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A semana passou rápido, graças a Mãe. Agora Morrigan estava sentada no chão do quarto de seu apartamento, que ficava bem no centro de Velaris.

A loira não fazia ideia de quais roupas levar, por isso chamou sua amiga e grã-senhora para ajudá-la nessa difícil tarefa.

Além de que Feyre iria ser uma fiscal de roupas para Mor não levar muita coisa, pois se dependesse dela, levaria o guarda roupa todo.

Vai que acontece alguma coisa e ela precise de mais roupas? Vai que alguma roupa rasgue ou algo do tipo.

- Para isso existem lojas de roupas em Valham, Mor.

Feyre revira os olhos.

- Ei! Saia de minha mente.

- Desculpe, mas é que sua cabeça parece estar a um milhão e você acaba que sem querer mandando alguns de seus pensamentos para mim.

Mor suspira.

- Está assim por causa de sua ida a Vallham... ou tem algo a mais? Seu pai está dando muitos problemas com a Corte dos pesadelos?

- Não... quer dizer, Keir sempre vai dar um jeito de me infernizar, mas ultimamente ele anda até que bem na linha. A guerra ainda deve estar o afetando.

- A todos nós na verdade.- a voz de Feyre não sai mais que um sussurro triste.

- O que quer dizer?- a loira franziu o cenho - Há algum problema com nossa Corte? Já tem quase dois anos da guerra.

- Com nossa Corte não. Bem, só no fim da guerra com a rebelião illyriana, mas Cass e Az conseguiram acalmar os ânimos e está tudo bem agora. O problema mesmo está nas outras Cortes. Tem uma tensão entre elas, principalmente com a Primaveril e Outonal.

Feyre faz uma careta.

- Acho que Tamlin não vai voltar para sua forma de grão-feérico, provavelmente está há tanto tempo como besta que não se lembra de como era antes. O que preocupa a mim e Rhys, é o fato de que alguns humanos estejam ultrapassando a antiga barreira para procurar abrigo e alimento por Prythian, e por causa disso estão sendo mortos.

Mor franze o cenho e pergunta depois de selecionar alguns conjuntos para as noites terríveis de frio que Vallham possui:

- E a Outonal? Eris perdeu a coragem de matar o pobre papaizinho?

- Acho que não, só deve estar esperando a hora certa.

- Não existe essa de hora certa ou não, Fey. Eris deve estar tramando algo grande, temos que ficar de olho nele.

- Az já está, não se preocupe com isso. Se preocupe apenas em tentar fechar essa mala enorme, sinceramente não sei como você consegue ter tantas roupas.- Feyre fala brincalhona e joga uma camisola dourada no rosto de Mor.

- Em minha defesa, - começa a loira embolando a peça e enfiando em um cantinho da mala. - é realmente muito difícil escolher uma peça de roupa só, as opções são variadas e muito boas. E você não pode falar nada, porque quando sai com Rhysand vocês até fecham as lojas.

- Só as de lingerie, os gostos de Rhys para elas são perfeitos.- Feyre se defende com um sorrisinho malicioso que faz Mor revirar os olhos, porém com um pequeno sorriso divertido nos lábios avermelhados.

- Informações desnecessárias Feyre, informações desnecessárias.

Feyre gargalha.

- Tá legal, agora venha me ajudar a fechar esse trombolho de mala.- Mor pede quando vê que irá conseguir fazer isso sozinha.

- Senta em cima dela, deve ajudar.

A sugestão da grã-senhora funciona, então, depois de fechar o zipper e as tramelas da mala, Morrigan estala os dedos e a manda para perto da porta de seu apartamento.

Faltavam algumas coisas para a loira fazer na Corte dos Pesadelos, por isso, ela se vira em direção a sua escrivaninha de carvalho trabalhada com pequenos arabescos entalhados na madeira, para pegar uma pilha com alguns documentos e pastas.

- Agora vou para a Cidade Escavada.- avisa para a amiga. - Quer me acompanhar?

Feyre faz um careta e dispensa o convite com um gesto de mão.

- Nhe... Eu passo, mas se divirta fazendo Keir sofrer.

Mor da uma risada fechada.

- Atormentá-lo e fazê-lo sofrer é minha maior diversão, feyfey.

- Tome cuidado, ok?- ela suspira e se aproxima apertando a loira em um braço.- Não deixe que as palavras venenosas que seu pai fala afete você, nada do que ele diz a seu respeito é verdade.

- Ok, obrigada Feyre.

As duas se afastam e Feyre dá um sorriso carinhoso para Mor.

- Acho que não nos veremos por um bom tempo, então... boa sorte. Amo você minha amiga.

- Obrigada.- Mor sorri carinhosamente para Feyre enquanto luta contra as lágrimas que ameaçam cair. Sentiria falta de Feyre, ela era sua amiga mais preciosa, a única que sabia praticamente tudo sobre si.- Também amo você.

A grã-senhora sai do apartamento e Morrigan se prepara psicologicamente para a reunião que acontecerá em instantes com seu progenitor e companhia.

Corte de Passados SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora