4- Midnight Sons

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Em um suspiro intenso Henry acorda em seu apartamento, em meio a mais uma madrugada chuvosa, o lugar é totalmente tomado pela luz do outdoor, sua luz roxa se mistura com as tiras de água que se escorre na grande janela de seu apartamento, o som único e suave de uma baleia se entrelaça suavemente com os elementos presentes no local, conjunto que se asemelha a ondas calmas de um oceano, o investigador se levanta lentamente, e se direciona ao banheiro, a água fria de sua pia escorre por suas mãos, enquanto ele as encara, ele lava seu rosto e sem o enxugar, se depara com seu próprio reflexo no espelho. Ele sabe que não irá conseguir dormir novamente, então se volta aos arquivos que a doutora Mary havia enviado, com uma pequena chama de uma vela que ele havia acendido, se senta no chão, e esparrama todos os arquivos, o investigador em meio a todas as teses, fotos de cadáveres, e várias referências de inúmeras culturas, se perde em meio a um vazio enquanto a chuva faz seus duetos com as janelas, trovões,e ao som melancólico do animal, o investigador se depara com a foto do corpo de Lizle e com a pintura que haviam achado na igreja decrepta,e sussurra lentamente com suas mãos coladas ao seu queixo.
-Innominatus illuminatum.
A luz da pequena chama ilumina metade de seu rosto,enquanto sua outra parte é aos poucos é iluminada pela luz neon que invade seu apartamento.

Aos poucos o sol começa a nascer em raios frescos, poucos feiches de luz invadem o quarto, o suficiente para se acordar em armonia com o próprio dia, mas um ataque feroz acontece, Marcos e Valentine são surpreendidos pelas suas filhas, que os atacam com beijos, abraços e desferem um amor sutil que se torna revigorante para o casal. Marcos e sua esposa fazem o café da manhã juntos, um trabalho rotineiro que não se esvaiu com o passar do tempo.
- Vai lá, chama as meninas pra virem comer. Diz Valentine com ternura no olhar para o investigador.
Marcos sobe as escadas.
- Sophie! Rose! Vamos logo que o papai tem que levar vocês para a escola. O investigador fica de frente ao quarto, a porta está aberta mas não a sinal das meninas, Marcos franzi o rosto e mantém os olhos cerrados.
- Então vocês vão querer fazer do jeito difícil ham. Diz o Pai mudando a intonação de sua voz deixando-à mais tenebrosa, enquanto anda sorrateiramente pelo quarto bagunçado.
- Só saibam que o meu trabalho é achar pessoas, e que a punição de vocês irá ser a pior possível. O investigador já sabia que uma de suas filhas estava atrás da porta, ele havia visto sua silhueta pela fresta, mas a risadinha que entregou a localização da outra menina.
O investigador se dirige até uma das camas e se agacha, e ele enxerga uma linda garotinha de cabelos escuros e olhos castanhos rindo segurando seu ursinho favorito.
- Achei você!! Diz Marcos engrossando a voz enquanto puxa sua filha com gentileza da cama, a outra tenta fugir mas o investigador é rápido, e a segura também, ele encurrala as duas em cima da cama. Elas riem de nervoso e Marcos começa a fazer cócegas nas duas, os 3 começam a rir,e a voz da mãe ecoa da cozinha.
- Dá pra vocês pararem de brincar! Marcos para e encara as duas.
- Ouviram a Mamãe, vão vão, desçam. E sorri, as duas disparam para a cozinha, Marcos pega o ursinho que estava no chão e o coloca na cama de Rose, enquanto ele está prestes a sair do quarto sua atenção é tomada por uma estranha forma que os brinquedos de suas filhas se encontravam, uma boneca estava sem seus cabelos com o rosto todo rabiscado, sem suas roupas e em uma posição sugestiva, enquanto outros brinquedos estavam em volta. O investigador coloca os brinquedos dentro do baú com uma feição sombria, e desse as escadas. Todos já haviam tomado o café da manhã, Valentine se despede de suas filhas com um beijo em seus rostos, como um selo, cravando seu amor por elas, e se despede de seu marido da mesma forma, Marcos leva as meninas para a escola, elas descem do carro, e pelo vidro eles a chama.
- Amo vocês. As duas olham para o investigador, com o olhar mais puro e concreto que alguém teria a sorte de receber.
- Também Amo pai.
- Eh também te amo pai, fica falando errado toda a hora. Diz Sophie para Rose, as duas começam a se estranhar enquanto andam em direção a entrada do colégio, Marcos fica olhando e com um sorriso bobo no rosto, que aos poucos vai se perdendo, o investigador da partida ao carro e com as mãos no volante suspira.

innominatusWhere stories live. Discover now