TWICE - Natzu - 9 meses para te amar

I

Tzuyu

_Olá.

_Você não é real.

_Sou tão real quanto você pensa.

Engoli em seco, toquei o espelho. Eu a via ali, era como uma luz, não havia rosto, nem expressão, era uma forma é só, porém eu sentia que era ela.

_Você está morta.

_Eu sei disso.

_Então como pode estar aqui se não podemos passar de um lado para o outro?

_Eu não passei para esse lado, Tzuyu. -Ouvir meu nome em sua voz após tanto tempo me fez querer chorar. _Eu estou aqui, de qualquer forma.

_Tzuyu?! -Ouvi a voz de minha mãe me chamar, meus olhos buscaram o espelho depois que me desviei dele e ela havia sumido. Senti uma dor de cabeça insuportável, tão insuportável que quando mamãe subiu, contei a ela é a vi sumir para voltar em instantes com remédio em mãos. Eu bebi rápido e fui me deitar.

Mamãe me deixou sozinha fora da luz, no quarto escuro eu encarei o espelho, eu me lembrei do que li em Nevada numa loja repleta de coisas místicas. Os espelhos eram como portais para espíritos, se você tivesse sensibilidade, os veria. Porém, eu não acreditava nisso, como diabos era possível que eu visse? Balancei a cabeça e voltei a sentir falta de Nayeon como sempre.

Foi aí que ouvi o tilintar dos vidros da janela, a cortina se moveu lentamente e eu podia jurar que vi algo passar em minha frente.

_Eu estou maluca. Definitivamente. -Suspirei, a dor de cabeça se foi assim que senti um toque em minha cabeça.

_Eu disse que estou com você.

_Você não é real.

_Você está falando comigo. Como pode dizer isso?

_Você se foi. Eu vi colocarem você naquele lugar, eu estava lá o tempo todo, eu senti e sinto a dor de não ter você aqui! -Soquei a cama e ouvi uma risada baixa.

_Você só viu meu corpo, Tzuyu. -Novamente meu nome em sua voz. _Eu sempre estive e vou estar com você.

_Por favor, pare de me torturar.

_Eu estou aqui para ajudar.

_Não posso te ver, não posso te tocar, não posso olhar nos seus olhos, não posso... arg, não posso te abraçar. -Bufei. _É tortura.

_Não é. Olhe para o vaso de plantas. -A obedeci e olhei para o vaso sobre a mesa de vidro no canto do quarto.

Uma pétala da flor rosa se desprendeu como se alguém a puxasse e caiu. Ela havia a puxado.

_Eu vou ajudar você.

_Você devia era descansar, não me ajudar. Preciso lidar com o luto sozinha.

_Eu não estou falando disso.

Ouvi a porta abrir, mamãe entrou e ao me ver, lá estava eu gemendo de dor de cabeça. A dor era tanta que tivemos de ir ao hospital. Eu ouvia e sentia o vento em mim, apenas em mim, a brisa suave aos poucos diminuía a dor para que eu conseguisse chegar no hospital.

Contei o que estava sentindo, fui medicado e então começaram os vários exames. Com aproximadamente duas horas ali, as garotas chegaram, e eu juro por tudo que é mais sagrado que vi Nayeon de pé perto de Jihyo, ela apontava para a barriga dela.

_Ela está ouvindo? -Ouvi a voz de Mina.

Só aí me dei conta de que estava com uma máscara de oxigênio.