ENTRE DÚVIDAS E BLOQUEIOS

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   - Como assim? Mataram um cara?

    - Isso é um trote, né? - indagou a Julie.

    - Pessoal, de novo não! - suspirou o Henry.

    - Posso saber o que está acontecendo aqui? Quem matou quem? Quem são vocês? - questionou a Isabela.

    - Calma, não matamos ninguém. - respondi.

    - Heitor, não tinha outro jeito... ele iria matar o seu irmão, então eu atirei. Foi legítima defesa. - diz Amanda.

  - Então, vocês chamaram a polícia, né? indaguei.

    - Não! Heitor, não temos como provar que foi legítima defesa, e mesmo que  conseguisse, ainda tem a questão do atropelamento. É nosso segredo, entendeu?

Aquilo não era segredo, todos dentro daquele carro tinham escutado. Eu queria me jogar daquele carro em movimento, mas se eu não morresse, seria mais um problema, e de problemas eu estava cheio.

    - Ok, ninguém vai saber. - respondi.

Então, ela desligou. Eu estava com a cabeça explodindo, nunca me senti assim, a minha vida piorava a cada dia, por quê?

    - Me deixa aqui! Eu não confio em vocês... vocês são pirados. - disse a Isabela.

    - Você acha mesmo que somos assassinos? O pessoal daquela ligação são nossos amigos, eles fizeram aquilo em legítima defesa. Você rouba e usa drogas, se acha melhor do que nós? Ainda salvamos a sua pele, garota! - disse a Julie, com um tom agressivo.

    - Me desculpem, julguei mal. Não tive tempo de agradecer, obrigado por me tirarem daquela cena. - respondeu a Isabela, com um tom de arrependimento.

    - Independente de tudo, isso não é problema nosso. Temos nossos problemas e ninguém está nos ajudando.

    - Eu concordo com a Julie, devíamos ficar um pouco fora disso. - disse o Henry.

Meus amigos estavam certos, eu nunca meti meu irmão nos meus problemas, e mesmo se fizesse, ele não se envolveria. Então, por que eu deveria me envolver? Eu estava fodido até o topo, então me retiro de problemas.

    - Eu devo concordar com vocês, já temos o suficiente na nossa conta. - respondi.

    - Sim, e sem falar que eles estão bem. Vamos focar nos nossos problemas, mas, só depois de uma noite de tranquilidades. - disse o Henry com um sorriso malicioso.

O Mathias permaneceu em silêncio esse tempo todo, o que será que estava passando pela cabeça dele? Eu queria descobrir...

    - Eu concordo com o Henrique, hoje eu vou dormir de conchinha até tarde. - respondeu a Julie fazendo uma cara de fofa.

    - Minha casa fica aqui, pode parar. - ordenou a Isabela.

    - Aqui? Mas no meio do nada? - indagou a Julie.

    - É, eu não gosto de barulhos, sabe? Por isso eu moro aqui.

A casa da Isabela ficava dentro de uma grande reserva de árvores, parecia uma casa abandonada.

    - E com quem você mora? - perguntei.

    - Sozinha... perdi a minha avó a pouco tempo.

    - Sentimos muito. Isabela.

    - Obrigado, eu também.

    - Por que você não vem passar a noite com a gente? O Heitor tem uma casa só dele, vamos todos para lá. - perguntou a Julie.

SETEMBRO DE 2013Onde as histórias ganham vida. Descobre agora