Capítulo 28

3K 170 21
                                    


+18

Acordei, e logo senti o peso do braço do Noah na minha cintura, estávamos ainda na mesma posição, e para ser sincera, não queria mudar, mas antes que conseguisse voltar a dormir meu filho entrou no meu quarto.

- Mamãe? - Perguntou da porta, segurando o ursinho de pelúcia, e quando viu o braço do Noah na minha cintura fechou o pequeno rostinho.

- Oi amor. - Dei uma olhada para o Noah, que já tinha acordado e logo tirou o braço. - Ainda está cedo pequeno, é sábado, não quer dormir mais um pouquinho? - Perguntei olhando para o relógio na cômoda do lado da cama, que marcava sete da manhã.

- Mas eu queria dormir com você. - Disse manhoso e eu ri, junto com o Noah, que mesmo tentando disfarçar deu uma risada.

- Claro amor, vem deitar com a mamãe. - Levantei um dos lados do cobertor, e ele logo veio deitando com a cabeça em cima dos meus seios, passando as mãozinhas possessivamente na minha cintura, e me puxando para o lado dele na cama, ri mais um pouco da atitude dele, mas logo voltei a dormir e acho que ele e Noah dormiram também.

Noah

Ver aquelas duas pessoas que em menos de vinte e quatro horas se tornaram minha vida, me dava um sentimento de paz. Mal Nicolas deitou, do seu jeitinho ciumento, eu puxei os dois para um abraço, já que Di estava de costas para mim, minhas vidas nos meus braços. Nicolas se mexeu um pouco desconfortável. Claro Noah, ele nem sabe direito quem é você! Afrouxei um pouco o aperto, mas ainda mantinha meus braços em cima dele e da Diana.

Dormi por algum tempo, mas quando acordei Nicolas já estava com aqueles grandes olhos azuis abertos, era até um pouco assustador a semelhança dos olhos dele com os da Diana, e olhava para a mãe dele, e quando viu que me mexia olhou para mim.

- Já acordou? - Perguntei sussurrando, e ele apenas assentiu com a cabeça. - A sua mãe ainda está dormindo? - Perguntei, e de novo ele assentiu. - Sabe o que eu e meu pai fazíamos todo sábado de manhã? - Ele negou e eu continuei. - Nós fazíamos um café da manhã especial, quer fazer isso também? - Pela primeira vez vi um vislumbre de sorriso no meu filho e ele assentiu de novo, meu filho acho que nunca vou me acostumar com isso, a sensação é perfeita.

Levantamos da cama com cuidado para não acordar a Di, e fomos para a cozinha, chegando lá peguei ele no colo e o coloquei sentado em cima da bancada, ele já estava com um sorriso, fui procurando os ingredientes para fazer panquecas e ele me falava onde tudo estava.

- De onde você conhece minha mamãe? - Me perguntou depois de um tempo.

- Ela e eu estudávamos juntos. - Me limitei a dizer apenas isso, se a Diana não quisesse dizer a ele, eu não obrigaria.

- Por que você dormiu aqui hoje? - Continuou com os olhinhos curiosos para mim e ri levemente.

- Eu precisava de um lugar para dormir. - Ele assentiu, e parecia pensar, terminei de fazer as panquecas de chocolate, e separei em três pratos. - Vamos comer primeiro e depois levamos para sua mãe, tudo bem? - Ele concordou, já com os olhinhos brilhando pelas panquecas. - Então, como é na creche? - Perguntei depois de um tempo em silêncio.

- Bem legal. - Disse com a boca cheia de panqueca e com um sorriso, mas depois ele parou de sorrir. - Só não foi legal semana passada, foi o dia de levar os pais pla escola. - Disse triste e o meu coração apertou, merda!

- O que aconteceu com seu pai? - Perguntei cuidadosamente.

- Mamãe não fala muito dele, só fala que eu paleço muito com ele. - Disse e voltou a comer, mas eu nem conseguia fazer mais nada, como eu pude deixá-los?

Separados pelo tempoWhere stories live. Discover now