Ele abre a porta para mim e entro no seu carro, tem o seu cheiro que eu amo. Ele entra no veículo e seguimos para o restaurante. Ao chegar lá, ele pega minha mão e entramos no local.

Londres tem vários restaurantes bons, mas se você está procurando por sofisticação o Meditteranium é uma das melhores opções. Nunca fui lá, mas sempre ouvi falar bem.

O restaurante é lindo - paredes com painéis escuros de carvalho, mesas de madeira com toalhas de linho amarelo-ouro e velas aromatizadas, com um cheiro que remete ao mediterrâneo (na verdade, com o que eu imagino que seja o cheiro do mediterrâneo, já que eu nunca fui lá).

Sentamos na mesa e pedimos um vinho.

- Você nunca me falou nada sobre sua família. Tem irmãos? - pergunto

- Sou filho único. Não tive tanta sorte como você com a Jasmine. - comenta sorrindo.

- Não sei se eu chamaria de sorte. - brinco. - Ela sabe ser bem irritante às vezes.

- Mas aposto que você não vive sem ela. - diz ele cutucando meu braço.

Eu dou de ombros sem confirmar algo que ele sabe que é verdade. Eu e a Jasmine podemos brigar, mas ela é a pessoa que eu mais amo no mundo.

- Sempre quis ter um irmão. Quando era criança sentia falta de alguém para brincar comigo.

- Pensa pelo lado bom, pelo menos você não vai ter que dividir a sua herança com ninguém. - falo brincando colocando o braço na mesa.

Por um momento vejo algo passar no seu olhar, mas é tão rápido não consigo interpretar.

- Pensando por esse lado. - ele sorri.

- E os seus pais, é próximo deles? - pergunto querendo saber. Já contei pra ele sobre a minha relação com meus pais, e só agora me toquei que não sei quase nada sobre.

- Sou, eles são as pessoas que mais me apoiam na minha vida.

- Como eles se chamam?

Sinto um desconforto da parte dele. Talvez ele não esteja a vontade em se aprofundar no assunto família. Será que ele tá achando que eu já quero conhecer os pais dele? Longe de mim. Se bem que isso não faz muito sentido sendo que ele me pergunta sobre os meus e parece ser um assunto tranquilo.

- É... William e... Emma. - diz entre pausas.

Nessa hora, o nosso prato chega. Pedimos a especialidade da casa sem eu nem saber do que se tratava. Tom falou que era uma delícia então concordei.

Merda! É caranguejo ao leite de coco. Eu sei comer isso? Não.

Fico encarando o prato sem saber o que fazer e Tom percebe.

- O que foi? Não gosta? - ele pergunta. - Se quiser a gente pede...

- Não é isso. - o interrompo. - É que eu nunca comi. Não sei nem por onde começar. - digo olhando assustada para a mesa cheia de utensílios estranhos que vieram com a comida. Um é um garfo, o resto não faço nem ideia.

- Ah, não tem problema. Eu te explico. - diz Tom.

- Nossa, olha o entendido! - provoco. - Quantas vezes você já comeu isso? - ele sorri.

- Algumas. - responde ele de forma simples. - Olha, você pega isso aqui e quebra a casca. - me mostra um negócio que parece um alicate. - Depois usa isso para pegar a carne.

- Deixa eu ver se eu entendi. - pego o alicate, que não é alicate, e tento quebrar a casca do caranguejo. Por que não aceitei as aulas de etiqueta que minha mãe queria me colocar com 10 anos?

Faço força para quebrar a perninha do caranguejo mas ele voa até a outra mesa, caindo em cima da bolsa da mulher.

Olho para Tom e ele está rindo. Que vergonha. A mulher parece olhar de onde o caranguejo veio.

- Para, Tom. - falo baixo chamando a atenção dele. - Você não precisa mostrar pro restaurante inteiro o que eu fiz.

- Desculpa. É que não deu pra evitar. - ele continua rindo.

- Parece que você não é um bom professor, hein?

- Que isso? Não julgue o meu trabalho tão cedo assim. - Dá a volta na mesa e senta do meu lado trazendo sua cadeira. - Vou te ensinar melhor dessa vez.

- Olha, você vai fazer assim. - ele começa a explicar, mas eu não presto atenção em nada. Sua boca está muito perto da minha, só isso que vejo. - Lise, entendeu? - saio dos meus pensamentos. - Você não prestou atenção, não é? - nego com a cabeça.

- No que você tava pensando? - ele pergunta e eu ainda estou com os olhos fixos na sua boca. Eu me aproximo e o puxo para um beijo. Ele fica surpreso, mas retribui.

Nos separamos e falo:

- Agora sim, pode me explicar. - ele ri, me dá um beijo na bochecha e começa a mostrar novamente.

Por que isso teve que acontecer justamente comigo? Por que o prato da casa não pode ser algo mais fácil?

Termino de comer meio desajeitada. Olho para Tom e ele está com um sorrizinho no rosto.

- Para de rir.

- Não estou rindo, você fica linda comendo caranguejo toda atrapalhada. - olho feio pra ele.

- Olha só, da próxima vez eu que vou escolher o restaurante! Não vou passar um mico desse de novo.

Me olha com uma sobrancelha arqueada. - Então vai ter uma próxima vez?

- Talvez.

Saímos do restaurante e não estava tão tarde. Tom me perguntou se eu queria sorvete e pedimos na sorveteria do outro lado da praça perto do restaurante.

- Tenho um convite para te fazer. - ele me fala e continuamos andando com nossos sorvetes até o banco da praça.

- Qual? - sento e ele também.

- Valerie vai fazer uma festa na piscina, ela disse para te chamar.

- Quando vai ser?

- Daqui duas semanas. - responde Tom.

- Hum não sei. Não vou conhecer ninguém.

Ele me olha indignado.
- Você me conhece.

- Não conta. Até porque você vai estar com os seus amigos e tal.

- Você Já viu eles na boate. E aliás a Valerie disse que você pode levar à Claire.

- Claire?

- Sim, Luiz comentou sobre ela e Valerie falou que poderia chamá-la. - rio.

- Ele comentou sobre ela? - perguntei e ele confirma. - Ela até comentou sobre sair alguém, mas não sei se Luiz seria...não que ele má pessoa. - me embolo. - Mas, eu lembro dele abraçado com duas mulheres na boate, ele parece ser mulherengo.

- Ele meio que é.

- É que acho que ela quer fugir disso. Mas quem sabe? - rio e ele também.

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Meu destino favorito - Livro 1 da série Os FavoritosTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon