Sábado, 30 de julho, tarde. O Ministério da Magia.
Harry Potter parecia absolutamente terrível. Ele ainda estava com as mesmas roupas que usara na manhã de sexta-feira. Seu cabelo estava uma bagunça e era extremamente difícil manter as pálpebras pesadas abertas. Harry suspirou e voltou sua atenção para Malfoy. Lucius estava na frente dele perfeitamente arrumado como sempre. Suas vestes irritantemente impecáveis literalmente machucavam os olhos de Harry. Ele estava perfeito demais para uma manhã assim.
Malfoy segurou sua bengala com cabeça de serpente em suas mãos enluvadas, a costumeira máscara de fria indiferença no lugar. A única lembrança de uma noite sem dormir eram as sombras escuras sob seus olhos. O olhar afiado e gelado de Lucius atingiu Harry como uma dúzia de agulhas de aço. Ficou claro que logo abaixo do exterior contido fervilhavam emoções poderosas. Arrepios percorreram a espinha de Harry - Malfoy estava obviamente com um humor muito perigoso.
Lentamente, quase relutantemente, Harry disse, — Dolohov está nesta sala. Você tem quinze minutos, Malfoy. Dê-me sua varinha. — Ele estendeu a mão.
— Minha varinha fica comigo. Não vou usá-la nele, então pare de tremer, — Lucius retrucou e caminhou até a porta da câmara de interrogatório. Lá Harry, que ainda não estava pronto para deixá-lo entrar, o parou. Ele ficou parado perto da porta, profundamente absorto em seus pensamentos – algo claramente o incomodava. Lucius franziu a testa e esperou. Quando, depois de um minuto, nada mudou, ele sibilou, — Se não houver mais nada, Potter, posso prosseguir? — Os olhos verdes de Harry focaram em Lucius novamente, e ele começou hesitantemente, — Quando nós capturamos Dolohov... — Harry pausou e esfregou nervosamente o rosto com a mão, — ... ele gritou algo sobre Hermione e você.
Olhos cinza-pavimento começaram a arder com fúria assassina quando Lucius perguntou, — Sobre Hermione?
Harry acenou com a cabeça, — Ele disse que Hermione... que ela... — Evidentemente, as palavras não queriam sair da boca de Harry. Após uma pausa e um esforço visível para se acalmar, ele continuou, — Que Hermione está grávida, e a criança está... — a última parte foi perdida. Harry simplesmente não conseguia dizer. — Agh, esqueça.
Desta vez, o fogo nos olhos de Lucius foi dirigido ao Menino-Que-Sobreviveu.
— Eu ouvi corretamente? Você realmente acabou de me perguntar isso, Potter? Você, que se diz o melhor amigo de Hermione? — sibilou Lucius por entre os dentes cerrados. — Você não a conhece? Você acreditou nesse bastardo imundo? O que aconteceu com a lealdade da Grifinória?
Harry se sentiu miserável. Ele não sabia o que havia acontecido com ele. Por que ele perguntou a Lucius? Isso foi um erro. Ele não deveria ter perguntado. Ele não deveria ter duvidado de Hermione. No entanto, a partir do momento em que notou algo entre Lucius e Hermione na mansão, a semente da dúvida se plantou profundamente no coração de Harry. Então havia Dolohov com suas tolices - as palavras do bastardo alimentaram suas dúvidas ainda mais.
A voz fria de Lucius interrompeu o tumulto interno de Harry.
— Eu não quero saber seus motivos, Potter. Este momento irá assombrá-lo por toda a eternidade. Eu, no entanto, tenho um aviso para você - silencie seus Aurores. Essa merda não deveria deixar estas paredes. Você entende? Se isso acontecer, o dano será substancial.
— Aurores nunca dirão - todos eles são verdadeiros profissionais.
— Você pode se surpreender, Potter. Agora, posso?
Finalmente, Harry saiu da porta e disse: — Espero que você use o bom senso, Malfoy. Duvido que você queira acabar em Azkaban por causa dessa desculpa patética de ser humano.
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Neither For Nor Against | Lumione
FanfictionA tragédia deixou os dois desolados. A sede de vingança os forçou a trabalhar juntos. O desespero os levou para os braços um do outro e uma pequena faísca cresceu no fogo escaldante. O destino concedeu a eles uma nova chance no amor. [Esta é uma tr...