Capítulo Doze

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Sábado, 30 de julho, tarde. O Ministério da Magia.

Harry Potter parecia absolutamente terrível. Ele ainda estava com as mesmas roupas que usara na manhã de sexta-feira. Seu cabelo estava uma bagunça e era extremamente difícil manter as pálpebras pesadas abertas. Harry suspirou e voltou sua atenção para Malfoy. Lucius estava na frente dele perfeitamente arrumado como sempre. Suas vestes irritantemente impecáveis ​​literalmente machucavam os olhos de Harry. Ele estava perfeito demais para uma manhã assim.

Malfoy segurou sua bengala com cabeça de serpente em suas mãos enluvadas, a costumeira máscara de fria indiferença no lugar. A única lembrança de uma noite sem dormir eram as sombras escuras sob seus olhos. O olhar afiado e gelado de Lucius atingiu Harry como uma dúzia de agulhas de aço. Ficou claro que logo abaixo do exterior contido fervilhavam emoções poderosas. Arrepios percorreram a espinha de Harry - Malfoy estava obviamente com um humor muito perigoso.

Lentamente, quase relutantemente, Harry disse, — Dolohov está nesta sala. Você tem quinze minutos, Malfoy. Dê-me sua varinha. — Ele estendeu a mão.

— Minha varinha fica comigo. Não vou usá-la nele, então pare de tremer, — Lucius retrucou e caminhou até a porta da câmara de interrogatório. Lá Harry, que ainda não estava pronto para deixá-lo entrar, o parou. Ele ficou parado perto da porta, profundamente absorto em seus pensamentos – algo claramente o incomodava. Lucius franziu a testa e esperou. Quando, depois de um minuto, nada mudou, ele sibilou, — Se não houver mais nada, Potter, posso prosseguir? — Os olhos verdes de Harry focaram em Lucius novamente, e ele começou hesitantemente, — Quando nós capturamos Dolohov... — Harry pausou e esfregou nervosamente o rosto com a mão, — ... ele gritou algo sobre Hermione e você.

Olhos cinza-pavimento começaram a arder com fúria assassina quando Lucius perguntou, — Sobre Hermione?

Harry acenou com a cabeça, — Ele disse que Hermione... que ela... — Evidentemente, as palavras não queriam sair da boca de Harry. Após uma pausa e um esforço visível para se acalmar, ele continuou, — Que Hermione está grávida, e a criança está... — a última parte foi perdida. Harry simplesmente não conseguia dizer. — Agh, esqueça.

Desta vez, o fogo nos olhos de Lucius foi dirigido ao Menino-Que-Sobreviveu.

— Eu ouvi corretamente? Você realmente acabou de me perguntar isso, Potter? Você, que se diz o melhor amigo de Hermione? — sibilou Lucius por entre os dentes cerrados. — Você não a conhece? Você acreditou nesse bastardo imundo? O que aconteceu com a lealdade da Grifinória?

Harry se sentiu miserável. Ele não sabia o que havia acontecido com ele. Por que ele perguntou a Lucius? Isso foi um erro. Ele não deveria ter perguntado. Ele não deveria ter duvidado de Hermione. No entanto, a partir do momento em que notou algo entre Lucius e Hermione na mansão, a semente da dúvida se plantou profundamente no coração de Harry. Então havia Dolohov com suas tolices - as palavras do bastardo alimentaram suas dúvidas ainda mais.

A voz fria de Lucius interrompeu o tumulto interno de Harry.

— Eu não quero saber seus motivos, Potter. Este momento irá assombrá-lo por toda a eternidade. Eu, no entanto, tenho um aviso para você - silencie seus Aurores. Essa merda não deveria deixar estas paredes. Você entende? Se isso acontecer, o dano será substancial.

— Aurores nunca dirão - todos eles são verdadeiros profissionais.

— Você pode se surpreender, Potter. Agora, posso?

Finalmente, Harry saiu da porta e disse: — Espero que você use o bom senso, Malfoy. Duvido que você queira acabar em Azkaban por causa dessa desculpa patética de ser humano.

Neither For Nor Against | LumioneWhere stories live. Discover now