Neither For Nor Against | Lumione

Capítulo Dois

A semana seguinte passou como um borrão. Hermione ficou na casa de Harry - era mais fácil lá do que voltar para sua própria casa. James, de dois anos, nunca deixou de distrai-la da terrível apatia em que ela estava caindo constantemente. Ele era a única pessoa que poderia fazê-la sorrir.

Ron foi enterrado naquela manhã de quinta-feira, ao lado de Fred. Narcissa Malfoy foi enterrada na sexta-feira na Tumba da Família Malfoy.

Na manhã de sábado, Hermione decidiu que estava pronta para ir para casa. Harry, é claro, tentou persuadi-la a ficar mais tempo. Mas, eventualmente, ele desistiu, mas não antes que ela prometesse que enviaria uma coruja a eles se precisasse de alguma coisa e deixaria ele ou Ginny checá-la de vez em quando.

Este primeiro fim de semana em casa foi extremamente difícil para Hermione suportar. Tudo a lembrava de Ron, provocando-a com seus sonhos não realizados e o futuro que não estava destinado a ser. No entanto, na noite de domingo, ela havia se controlado. Afinal, ela era Hermione Granger - uma grifinória, uma lutadora, corajosa e forte.

Na manhã de segunda-feira, ela estava pronta para o trabalho, focada e composta. A mágoa e o vazio estavam escondidos profundamente dentro dela. Enquanto ela estava correndo para seu escritório pelos corredores do Ministério, ela esbarrou em Harry que parecia agitado.

— Hermione, eu não posso acreditar - aquela escória fedorenta!

— Harry, o quê?

— Ontem à noite, Jugson conseguiu se matar em Azkaban. Lembra, o atacante ferido que levamos sob custódia? Malfoy o reconheceu. Ron o feriu gravemente e ele estava fraco demais para interrogatório. Ele recobrou a consciência apenas dois dias atrás, e eu ia interrogá-lo hoje. Precisávamos tanto dessa informação. Malfoy vai me matar. Ou, melhor ainda, eu vou me matar!

Hermione podia ver como a aura negra de culpa estava envenenando seu amigo. Esse revés também a entristeceu, mas sentindo a grande necessidade de segurança de Harry, ela disse: — Não se preocupe, vamos pegá-los. Todos eles. Tenho fé em você, Harry.

Harry soltou um suspiro pesado, deu um abraço em Hermione e saiu.

Em algum lugar depois do almoço naquele dia, no mesmo corredor, ela teve um encontro com Lucius Malfoy. O bruxo loiro estava impecavelmente vestido e arrumado. Nem um pouco o homem selvagem e desgrenhado, tentando estrangular Harry em sua fúria cega após o ataque, Hermione podia se lembrar tão vividamente. Lucius se comportou com sua costumeira arrogância orgulhosa e cumprimentou-a em um tom frio habitual, "Sra. Weasley", seguido por um leve aceno de cabeça. Ainda assim, algo estranho em sua aparência chamou a atenção de Hermione. Seus olhos o haviam traído. Pela primeira vez, eles refletiam seus verdadeiros sentimentos, em vez de sua habitual indiferença controlada. A extensão da fúria ruidosa e crua que se alastrava em seus olhos cinza-pavimentos assustou a jovem bruxa.

Mais tarde, quando ela estava pensando sobre o encontro deles em casa, surpreendentemente, ela sentiu um leve grau de compaixão por ele. De alguma forma, eles estavam juntos nisso. Ambos foram vítimas da cruel piada do destino.

As noites em casa eram solitárias. Ainda assim, Hermione preferia estar em casa do que nos Potters ou na Toca. Com o luto de Molly e Arthur, era difícil suportar a atmosfera na Toca. Além disso, com Ginny grávida de novo, Hermione intuitivamente saiu da casa de Harry também. Por isso, ela decidiu que havia chegado a hora de examinar o manuscrito original de "Os Contos de Beedle, o Bardo". Essa tarefa preenchia suas noites e sua mente, fornecendo uma saída necessária.

Nos dias seguintes, Harry visitou o escritório de Hermione todas as noites. Ele deu a ela um relatório meticuloso do progresso da investigação, se houvesse. No final da semana, era óbvio que a investigação estava totalmente paralisada e, sem mais evidências, não avançaria. Foi realmente muito decepcionante. No final da semana, a fúria de Hermione começou a se parecer com a fúria que ela vira antes nos olhos de Lucius Malfoy de perto.