20_ Prima do Bolsonaro.

En başından başla
                                    

- Fazer o quê, querida? - Ele interrompeu o show de horrores que era o seu canto, apenas pra me responder.

- A música. - Falei como se fosse óbvio.

- Nós dois sabemos perfeitamente que você está adorando. - Sorriu continuando a cantar.

Eu estava, mas as minhas orelhas também estavam quase sangrando.

- Dá pra você calar a boca? - Pedi inclinando a minha cabeça na direção dele irritada.

- Me obrigue. - Desafiou com o olhar.

- Calado. Agora. - Travei a mandíbula e o Theo mordeu o lábio inferior levemente antes de voltar a falar.

- Ou o quê? - Provocou.

- Eu não vou hesitar em te enforcar aqui dentro. - Ameacei.

- Será que você consegue mesmo alcançar o meu pescoço? - Debochou.

- Nós somos praticamente da mesma altura! - Argumentei ignorando a diferença óbvia de uns 10 centímetros.

- E dependendo da situação, eu acho que adoraria ser enforcado por você. - Ele deu de ombros fazendo o seu cabelo cair na testa.

O cabelo do Theo tinha um cheiro parecido com café e menta.

Eu não sabia que essa combinação podia emanar um cheiro tão bom até que eu senti o cheiro dele.

- Eu realmente preciso de inimigos novos. - Joguei minha cabeça pra trás, fazendo ela bater contra a estante de comida em reserva.

- Hmm. - O Theo murmurou e eu fechei os olhos abrindo um sorriso pequeno.

- Aposto que consigo te fazer gemer isso mais alto. - Brinquei encarando ele.

O olhar do Theo se tornou apavorado sobre mim e eu pude ver a sua boca esconder o sorriso e se abrir levemente em choque.

Ele parece estar surtando internamente.

- Você está bêbada. - Ele apontou.

- Não, eu não estou. - Fiz uma careta indignada me ajeitando mais uma vez no chão por causa da minha calcinha que entrou no rego.

- É normal eu provocar e fazer essas brincadeiras, mas você não. É normal você me espancar ou até mesmo brigar com um cara que acabou de te atropelar, e tendo em conta que você não está fazendo nenhuma dessas coisas agora, mesmo depois de eu ter te provocado o suficiente pra te ter em cima de mim me batendo, é óbvio que você está bêbada. - Ele explicou como se fosse a coisa mais fácil do mundo e eu fiz uma careta. - Muito bêbada.

- Então você admite que eu te espanquei e que você me atropelou? - Percebi piscando os dois olhos.

Eu não conseguia lembrar como se piscava apenas um olho.

- Sim, mas você não vai lembrar disso amanhã. - Ele sorriu dando de ombros e eu semicerrei os olhos pra ele.

- Eu vou lembrar. - Prometi.

Eu não ia, mas ele não precisa saber disso.

- E já que você não vai lembrar de nada. - Ele sorriu sem jeito. - Me desculpa por ter te chamado de prima do Bolsonaro.

- Nunca. - Falei com ódio e ele riu.

- Eu realmente peguei pesado. - Ele levantou as sobrancelhas como se entendesse.

- Você me dá gatilho. - Soltei quase sem querer.

- Por ser gostoso demais? - Ele provocou.

- Por ter um pai. - Fui honesta e o Theo abriu um pequeno sorriso surpreso e culpado.

- Não sei se ajuda, mas eu não tenho uma mãe. - Ele me lembrou.

- Eu mal consigo acreditar que você não tem mãe. Que tipo de mãe abandona o filho assim sem mais nem menos? - Deixei escapar e o sorriso do Theo desapareceu aos poucos.

- Aparentemente, a minha.

Eu encarei ele enquanto mordia o meu lábio inferior por nervoso com medo que talvez eu tenha passado da linha falando aquilo.

Eu devia ter ficado calada...

O Theo encarava o chão com as sobrancelhas juntas e ele passou as mãos pelo rosto respirando fundo.

- Vamos jogar um jogo. - Ele decidiu levantando o olhar pra mim.

continua...

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sim vadia, eu chorei escrevendo o próximo cap

O IntercâmbioHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin