Capítulo 5 - Perseguição.

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Acordei em um lugar todo escuro. Não havia luz alguma. Fiquei desesperada, quem me trouxe até aqui ? Será que meu pai faria isso comigo ?
Não sabia se queria respostas ou se queria adiar o inevitável .. Não consigo nem imaginar meu pai como um vilão. Ele sempre foi um homem tão bom, carinhoso, alegre, humilde. Agora estava a caça do quatro elementos para dominar o planeta terra ? Não tinha como ser verdade ! Fiquei me atormentando por horas com esses pensamentos, até que adormeci novamente.

Fiquei mais horas desascordada. Mas acordei assustada com o barulho de uma porta enferrujada se abrindo. O som era aguniante. A porta se abriu e, por causa da luz que vinha do outro cômodo, pude ver o homem que havia aberto a porta. Ele caminhava em minha direção. Chegando ele em mim, pude ver um sorriso em sei rosto. Nunca o tinha visto em minha vida. Logo em seguida, me puchou pelos cabelos, arrastando-me pelo chão. Gritei muito de dor, ele não parecia se importar se seu gritasse. Provavelmente estávamos em um local sem movimento, onde ninguém poderia me ouvir.
Chegando ao outro cômodo ele me soltou, empurrando com força minha cabeça contra o chão.
- Aqui está ela. - Disse o homem que me puchou pelos cabelos.
- Se ele souber que a maltratou, você esta morto.
- Quem irá contar ?
- Ela pode contar ! - Respondeu o outro rapaz. Diferente do outro homem, o que me puchou pelos cabelos, sua voz era aguda, ele estava com medo, assustado e estressado. Provavelmente eles eram capangas do meu pai. Se fosse mesmo meu pai que estava por trás disso.
- Oque vamos fazer com ela ? - perguntou o homem que havia me maltradado.
- Deixa-la aqui, em segurança, até recebermos novas ordens, ou seja, até ele chegar. - Respondeu o outro rapaz.
- Ta. Daqui a pouco ele chega. Enquanto isso, vamos alimenta-la.
- Faça isso você. Vou dar uma volta. - Disse o rapaz e saiu dali.
O homem que me maltratou me amarrou em uma cadeira e foi para outro cômodo. Provavelmente foi preparar algo para eu comer. Logo ele apareceu novamente. Com um prato na mão e talheres na outra ele se sentou ao meu lado.
Colocou um pouco de comida no garfo e direcionou até minha boca, mas eu permaneci de boca fechada.
- Acho melhor você comer ou vai passar mal.
- Mais ? - murmurei.
- Então. Coma.
- Me solta, por favor.. Prometo não tentar fazer nada. Apesar de eu não ter forças, estar fraca, você é bem mais forte que eu. - disse calma.
Ele me olhou bem e ficou pensando. Depois de mais ou menos dois minutos ele respondeu:
- Melhor não ! - e direcionou novamente o garfo para a minha boca.
- Por favor - gemi.
- Promete ? - Perguntou ele olhando em meus olhos.
Balancei a cabeça afirmando. Ele largou os talheres e o prato com comida em cima do criado mudo e foi para trás de mim e começou a desamarrar minhas mãos. Terminou de desamarra-las e se agachou para desamarrar minhas pernas. Desnecessário, pois eu como com as mãos. Iria aproveitar a brecha dele e tentar fugir. Enquanto ele desamarrava minhas pernas, peguei a faca que ele havia deixado em cima do criado mudo junto com o garfo e o prato sem que ele perceba e a escondi em minhas mangas. Abaxei meus braços e quando ele se levantou, soltei a faca em minhas mãos e enfiei ela em sua perna direita o mais fundo que consegui. Me levantei o mais rápido que pude, peguei o prato e quebrei na sua cabeça. Sai correndo eu direção a porta enquanto ele tentava tirar a faca de sua perna. Cheguei a porta e Girei a maçaneta, mas a porta estava trancada. Logo cheguei em frente a janela e, com o cutuvelo a quebrei. Sorte a minha que ela era baixa e consegui pular. Sai correndo, ofegante, acelerava os passos cada vez mais. Corria sem olhar para trás. Continuei correndo e correndo por em média dez ou quinze minutos. Já não aguentava mais correr, quando um carro me cercou parando na minha frente, me joguei por cima do capô e continuei correndo. Olhei para trás e vi que o motorista havia descido do carro, olhei de relance e não consegui identificar quem ele era. Mas olhei novamente para trás e pude ve-lo ali, em frente o carro olhando para mim, com o telefone na orelha fazendo um telefonema. Meu pai, ele estava dirigindo o carro que quase me matou. Parei de correr no mesmo instante que o reconheci. Fiquei encarando-o. Era ele, o MEU PAI, que estava dirigindo o carro que me atropelou propositalmente. Logo sai de meus pensamentos e voltei para a realidade. Tinha que sair dali de pressa. Comecei a correr novamente, agora ainda mais rápido. Vi passageiros descendo de um ônibus. Tinha que alcança-lo e embarcar nele. Acelerei ainda mais o passos e cheguei mais perto dele. O ônibus fechou as portas e preparou para dar partida quando o alcancei, bati fortemente com a mão em suas laterais para o motorista reabrir as portas para eu poder então entrar. Foi oque aconteceu, ele abriu a porta de trás para que eu pudesse entrar, então, sem perca de tempo entrei.
Me sentei em um banco com a respiração ofegante, quase com falta de ar. Um homem logo se aproximou de mim e me perguntou se eu estava bem.
- Estou sim, obrigada. - respondi com a respiração ainda ofegante.
- Precisa de ajuda ? - perguntou ele com a voz calma, pegando em meu ombro.
Tirei sua mão de meu ombro e respondi:
- Esse ônibus vai para o Parque Macedo ? - o parque onde havia o restaurante gororoba, em que Bryan trabalhava.
- Sim, vai sim. Porque ?
- Nada não.

Minutos depois pude reconhecer onde estava. O parque já estava chegando. Era muito desconfortável andar de ônibus. Minhas nádegas já estavam doloridas, quase ficando dormentes.
Bastou mais alguns minutos para que chegasse ao parque. Desci do ônibus e fiquei parada.
Espero que Bryan esteja fazendo hora extra - foi oque disse a mim mesma em minha mente. - fiquei me olhando em uma porta de vidro de um estabelecimento. Minha aparência não estava nada agradável. Amarrei meu cabelo em um coque, sequei meu suor com o vestido, subi um pouco ele para ficar mais curto e sexy e me direcionei ao parque.
Entrei no parque e, e fui direto para o gororoba. Perguntei ao primeiro funcionário que vi se Bryan veio trabalhar hoje.
- Sim, mas já deu o horário dele. Já esta indo embora. - respondeu o funcionário.
- Obrigado. - disse sorrindo.
Fiquei do lado de fora, encostada na parede esperando ele sair.

Uns cinco minutos depois ele saiu.
- Bryan ! - Disse eu, indo abraçá-lo.
Ele sorriu e colocou seus braços em volta de mim.
- Tudo bem ? - perguntou ele com as mãos em meus rosto.
- Sim. Tenho que te contar umas coisas, vem, vamos sair daqui. -
- OK - murmurou ele.
Estávamos saindo do parque, foi quando então vi os mesmos homens que me sequestram entrando. Virei de costas para eles, ficando de frente com Bryan e disse:
- Me beija.
Sem entender o que estava se passando, ele me beijou. Foi uma sensação muito prazerosa ter seus lábios aos meus. Ter sua língua explorando cada centímetro de minha boca. Durante o beijo coloquei meu braços em volta dele. E ele colocou uma mão em minha nuca e a outra em minha cintura.
Foi um beijo longo e demorado. Mas quando nossos lábios se separaram, olhei para trás para conferir se eles já haviam entrado.
Como previa eles já haviam entrado. Então peguei na mão de Bryan e corremos até o portão. Saindo do parque, perguntei se ele havia vindo trabalhar de carro.
- Sim, porque ? - respondeu ele.
- Vamos precisar dele, onde está ? - perguntei. Eu olhava para os lados a todo instante, para ter certeza de que não havia ninguém nos perseguindo. E fomos então, para seu carro.

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