Capítulo Vinte e Um

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"Winn! Leve os sobreviventes para o curandeiro imediatamente! James e eu conseguimos dar conta desses renegados que restaram."

"Sim, senhora." Ele correu para ajudar os feridos enquanto eu e o meu beta acabamos com os renegados restantes.

"Bom, pelo menos esses caras foram fáceis de se livrar", James brincou enquanto eu quebrava o pescoço do último renegado.

"Muito fácil para o meu gosto. Quase pareceu uma missão suicida. Todos esses renegados eram de baixa patente. Não há guerreiros aqui", comentei.

"Mas eles pediram a ajuda de uma bruxa. Você acha que..."

"Alfa! Eu preciso de você aqui. Agora!" Winn me chamou.

Corri até onde ele estava, já em sua forma humana. Ele estava olhando para um dos feridos.

"Esta buscadora. Ela está gravemente ferida, alfa. O curandeiro não pode fazer mais nada por ela", disse Winn.

Eu gelei quando reconheci a pessoa ofegante aos meus pés.

Era Cat Zor-el, a madrasta de Kara. Rapidamente mudei para minha forma humana, grato por Winn me estender um par de calças e uma camisa.

"Ela não vai aguentar muito, senhora. Não tenho equipamento suficiente para tratá-la aqui. Cat precisa ser levada de volta ao hospital, mas temo que não vá resistir", disse o curandeiro.

Não havia tempo a perder. Eu a peguei e corri com ela pela floresta até o hospital.

"A-alfa...", a Senhora Zor-el murmurou entre sua respiração irregular.

"Não desperdice energia. Estamos quase no hospital. Resista."

"Cuide da minha Kah..", foi tudo o que ela disse antes de fechar os olhos e cair inerte em meus braços.

***

P.O.V KARA ZOR-EL


"Senhorita Zor-el. Você está sendo convocada para o escritório da Alfa", um dos guardas me avisou.

Eu estava sentada no quintal, lendo.

"Hum, está bem." Fechei meu livro e entrei na casa, me sentindo nervosa só de pensar em ter que encará-la de novo. Eu fiz tudo que pude para evitar ficar sozinha com ela por muito tempo.

Talvez ela só quisesse uma xícara de café antes de dormir, embora isso fosse raro a esta hora.

Fui até o escritório no segundo andar e bati na porta. Ela se abriu e James também estava lá, com uma expressão sombria no rosto.

Isso é estranho, pensei comigo mesmo.

"Entre", ela disse. Sua voz estava séria.

Entrei. O Gama Winn estava parado na frente da mesa de Lena.

"Sente-se, Senhorita Zor-el", ele sinalizou a cadeira em frente a Alfa, que estava sentado atrás de sua mesa de costas para mim, olhando pela janela.

Senti um forte cheiro de ferro penetrou meu nariz.

"Senhorita Zor-el", Lena falou, sem se virar.

"Hum, eu fiz algo errado?", perguntei e, logo depois, estremeci por ter sido tão direta com a  mulher que havia declarado seu desprezo por mim repetidas vezes.

Mas ela não pareceu incomodado.

"Não, Senhorita Zor-el. Você não fez nada de errado." Gama Winn tirou os óculos e os enxugou.

"Houve uma violação de segurança perto da zona sul da aldeia. Fomos surpreendidos por um ataque conduzido pelos renegados." Lena finalmente se virou para mim.

Foi quando vi o sangue seco em sua camisa. Isso explicava o cheiro de ferro. Mas o sangue não parecia ser dele.

"O grupo da patrulha estava defendendo aquele setor no momento. Tivemos muitas baixas", disse ela, sem expressão. "Eu sinto muito. Sua madrasta, Cat Grant Zor-el, morreu."

Levei um momento para digerir suas palavras. Cobri minha boca, sufocando um grito.

"Não..", consegui dizer. Senti as lágrimas escorrerem.

"Kah, sinto muito...", James disse, colocando a mão no meu ombro.

"Não... isso está errado! Por que ela estava na linha da fronteira sul? Ela está sempre no oeste!", gritei, empurrando a mão de James para longe.

"Eu ordenei que ela ajudasse o grupo da linha sul na patrulha hoje", disse Lena.

Eu olhei para ele, completamente em choque.

"Oquê?! Por quê?!", gritei, perdendo o controle.

Isso não pode estar acontecendo. Cat não pode estar morta!

"Isso não é da sua conta, Senhorita Zor-el. Eu sou a Alfa aqui!", ela falou com autoridade, se levantando da cadeira e me cobrindo com sua sombra.

Eu não respondi. Apenas olhei para os meus pés. Meu corpo tremia descontrolado.

Cat era a minha única família. Agora ela se foi e eu fiquei sozinha.

"Fizemos tudo o que podíamos. A Alfa Lena a trouxe para o hospital o mais rápido que pôde, mas ela já tinha perdido muito sangue...", James disse. "Eu sinto muito mesmo."

Levantei a cabeça e olhei para a Alfa. "Eu também sinto muito. Eu nem consegui me despedir dela."

Todas as minhas forças me deixaram e eu desabei no chão.

"Eu nunca pude me despedir."

Minha Alfa Me Odeia - Livro I - SupercorpWhere stories live. Discover now