Confia em Mim?

Parte 13

Como terminou a parte 12? Confira o último trecho.

Cheguei no momento em que o meu cliente estacionava também. Fui apressado em direção à porta. Ele era um dos poucos que não tolerava atrasos e por isso, eu teria que atendê-lo sempre no horário marcado. Eu só o tolerava porque pagava muito bem.

- Ele tá vindo atrás de você - falou Raul.

- Eu sei, diga a ele que o chamo daqui a pouco.

Rodei a maçaneta da porta do meu consultório ainda com a mente lá naquele festival onde a mulher que amo estava.

  

Parte 13

 

Assim que fiquei livre na clínica, Carmen ligou para mim dizendo que precisava conversar comigo. Perguntei o que houve, mas ela apenas disse que queria falar comigo, não era com urgência, mas quando eu arrumasse um tempo livre fosse na sua casa. Como tempo livre para mim era apenas nos finais de semana, acabei pegando a picape e indo a sua procura.

Parei em frente a sua casa e desci tocando sua campainha, minutos depois Carmen surgiu.

- Nossa, ficou preocupado ou curioso?

- Acho que os dois.

- Vamos entre.

Assim que entrei ela segurou em meu braço para se apoiar. Carmen não queria aceitar, mas não estava tão forte como antes.

- Onde ela está?

- Anne?

- E quem mais seria?  

Rodei o trinco da porta, abrindo para entrarmos. Ela foi à primeira, apenas a segui. Assim que me sentei no sofá ela sentou ao meu lado.

- Está no festival de flores na praça central - falei.

- Ah, o evento! Espero que ela consiga aumentar sua clientela. Ela é uma ótima florista.

- E uma excelente pessoa.

Carmen rodou a aliança no dedo e falou olhando para frente.

- Fiquei muito feliz quando encontrei você naquele dia entrando na floricultura dela.

- Acho que tive sorte. Anne é uma mulher maravilhosa.

- Sim, ótima pessoa, mas...

- O que?

- Vocês dois querem a mesma coisa?

- Por que você está perguntando isso?

- Não quero me meter em sua vida Victor, mas também, não quero ver você sofrer depois. Sei que ajudei nessa nova relação, mas lembre, que também acompanhei a sua última. Será que Anne também quer formar uma família? Ou aquela sua vontade não está mais de pé?

- Sim, jamais vou abandonar esse meu sonho.

- Já tocou nesse assunto com ela?

- Não.

- Entenda que não estou lhe pressionando, mas numa acha que devia mencionar isso em alguma conversa que tiverem? Os relaciomentos de hoje são bem radicias, na minha opinião.

- Acho que está cedo demais para isso Carmen.

- Nunca é cedo para saber algo que você deseja para seu futuro.

- Eu sei, mas nem fizemos dois meses ainda.

- Não estou dizendo que deve pedi-la em casamento, mas quando dois adultos desejam firmarem uma relação, alguns pontos devem ser colocados em pauta.

- Não se preocupe, irei conversar com ela sobre isso qualquer dia. Não tem presa.

- Você é um bom homem, espero que vocês dois juntos formem um lindo casal daqui há alguns anos.

Carmen se levantou e falou.

- Acho que ouvi seu celular vibrar.

Coloquei a mão no bolso e senti o celular vibrando.

- Realmente.

Atendi.

- Anne.

- Victor! As mudas já acabaram dá para acreditar? Estou aqui andando pelo festival junto de Hugs, ele está um amor. Amanhã teremos uma nova remessa para trazer.

Pude interpretar sua felicidade do outro lado da linha.

- Nossa isso é muito bom! Não tem problema, faço questão de encher novamente a carroceria da picape. Daqui a pouco estarei chegando ai.

- Estarei próxima da fonte, beijos!

Parei perplexo, Anne nunca tinha se despedido assim. Acabei perdendo a oportunidade de dizer o mesmo, pois o bipe da ligação terminada me despertou. Olhei para trás onde Carmen me fitava.

- É, doutor, a mulher realmente encantou você!

- A senhora tem uma visão e uma mente muito fértil. Consegue ler até pensamentos!

- Não precisa ler pensamentos meu jovem, quando um homem está apaixonado ele fica tão besta que deixa escrito na testa, "estou amando". Em você vejo um outdoor com fundo preto e letras brilhando dizendo: Amo você!

Dei um abraço nela e fui embora, sem nem imaginar que essas palavras só seriam apenas mais uma preocupação, pois reencontrar o passado podia ser ainda pior.

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