Parte 14

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COMO TERMINOU A PARTE 13? LEIA O ÚLTIMO TRECHO.


— Não precisa ler pensamentos meu jovem, quando um homem está apaixonado ele fica tão besta que deixa escrito na testa, "estou amando". Em você vejo um outdoor com fundo preto e letras brilhando dizendo: Amo você!

Dei um abraço nela e fui embora, sem nem imaginar que essas palavras só seriam apenas mais uma preocupação, pois reencontrar o passado podia ser ainda pior.



Parte 14

 


 

Deixei a casa de Carmen com a sensação de que alguma coisa desagradável estava prestes à acontecer. Eu não fazia ideia do que poderia ser, até porque há anos que coisas ruins não aconteciam em minha vida, desde o meu divórcio. Porém meu sexto sentido estava alerta.

Parei no sinal e comecei a pensar sobre a conversa que tive com ela. Será que Carmen estava sendo precipitada ou realmente estava certa, quanto ao fato desse assunto vir à tona logo agora?

Anne vai achar que estou pressionando-a para um casamento, pois falar sobre isso não é normal entre um casal que está no início de uma relação. E nem tão pouco para alguém que esta junto a menos de dois meses.

O sinal abriu e segui caminho até a praça.

Parei o carro no estacionamento. O fluxo de pessoas estava menor, as barracas estavam quase vazias e outras até mesmo fechadas. Avistei a fonte ao longe e apressei os passos. Vi Anne ao me aproximar, ela conversa com alguém que estava por trás da fonte. Hugs estava sentado ao seu lado. Assim que dei a volta e me aproximei parei. Não podia ser. Hugs latiu quando me viu e correu atrás de mim puxando o braço de Anne atraindo não só a sua atenção como a da mulher parada conversando com ela.

— Victor! — gritou Anne alegre tentando segurar Hugs.

Não falei nada, eu não conseguia. Aquela mulher deu alguns passos e sorriu.

Senti o ar preso dentro de mim. Hugs lambeu meus dedos, puxei a mão. Anne percebendo meu desconforto, pois deixei muito claro o impacto que me deu ao rever aquela mulher, ela se aproximou e falou:

— Essa é Simone, estávamos aqui conversando sobre o evento.

Avistei o canalha se aproximando trazendo nos braços uma linda menina. Senti meu pulmão diminuir. Anne olhou para mim confusa.

— Mamãe! — gritou a menina. Senti meu corpo dilacerar por dentro. Eu precisava sair dali. Quando ele notou minha presença ficou assustado e desconfiado.

— Vocês já se conhecem? — perguntou Anne.

— Sim — finalmente falei.

— Ah, e eu pensando que eram estranhos, bairro pequeno — e sorriu.

— Fico feliz em lhe ver novamente — disse Simone.

— Estudaram juntos?

— Fomos colegas — falei.

— Entendi.

— Queria mostrar algo para você querida — falou o canalha.

Ela olhou para ele, depois para a menina e por último para mim. Senti uma culpa e uma vergonha escrita em seus olhos. Olhei para o lado. Anne segurou em minha mão.

— Preciso ir Anne, já sabe meu endereço. Qualquer coisa peço sua ajuda para cuidar das minhas roseiras.

— Ok, pode contar comigo — falou Anne.

— Tchau Victor, foi bom revê-lo.

Não falei nada, eu não conseguia. Assim que se afastaram passei a mão no rosto e olhei para Anne.

— Vai levar alguma coisa?

— Não, já guardei tudo, podemos ir, se você quiser.

— Ok, vamos.

Segurei na sua mão em silêncio.

Assim que entramos no carro Anne perguntou:

— Por que você está tão estranho assim?

— Depois eu lhe conto. 

— OK.

Peguei a estrada a caminho de casa. Tentei não ficar tão fechado e atrapalhar a felicidade dela, e durante o percurso comecei a fazer duas ou três perguntas de uma só vez para que eu pudesse ouvir apenas sua voz. Assim que parei o carro na frente da sua casa falei:

— Podemos conversar rapidinho?

— Sim, claro! Vamos entrar.

Assim que sentei no sofá desabafei, eu precisava contar a verdade, não queria esconder nada dela.

— Ela não foi minha colega.

— Confesso que não consegui acreditar que fosse, senti muita tensão.

— Ela é minha ex-esposa.

Eu não queria olhar para Anne e ver sua reação, mas eu precisava ver. Levantei o rosto e me deparei com um leve assombro.

— Desculpe ter agido daquela forma e ter mentido para você, eu só não queria dizer isso na frente dela.

— Entendo.

Soltei uma lufada de ar.

— Aquele homem...

— Foi com ele — falei.

— Desculpe eu não...

— Você não tem culpa Anne. Você não ia saber.

Hugs se deitou próximo de mim. Afaguei sua cabeça.

— O que mais me deixou assustado não foi o reencontro e sim a menina...a criança.

— Por quê?

— Você consegue imaginar alguém desejar ser pai e não ser porque simplesmente ela mentiu para você?

— Ela não quis lhe dar um filho, foi isso?

— Sim, disse que nunca queria ter um filho, não gostava de crianças. Mas agora eu vejo que foi tudo mentira.

— Agora entendo o motivo da sua reação.

— Desculpe Anne, eu não devia estar me lamentando para você, mas eu precisava lhe contar isso.

— Obrigada por me dizer.

Anne segurou minhas mãos. Eu queria lhe perguntar o que Carmen me dissera, mas não era uma hora boa, ela podia muito bem dizer que sim, já que estava me vendo  arrasado por ter visto minha ex segurando uma menina tão linda. Sonho em ser pai, e tive meu sonho ofuscado por quatro anos. Preciso saber antes de tudo, se poderei ter uma família completa como imagino. Não quero viver outra mentira de fachada.

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Desculpem o atraso, minha internet chegou a pouco tempo. Mas tá ai. Espero que gostem.

Não esqueçam de deixar o comentário e o voto de vocês! Boa leitura.  

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