Capítulo Nove

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Então encontrei aquele que detalhava a morte do pai dela.

Ele e meu pai morreram no mesmo dia.

Nós duas perdemos, no mesmo dia, o único membro da família que nos restava, com a diferença que eu já era adolescente na época.

Ela tinha apenas sete anos...

Peguei a foto dela no arquivo e olhei para aqueles grandes olhos azuis.

"O que você está fazendo comigo, Kara Zor-el?", murmurei em voz alta.

***

P.O.V KARA ZOR-EL

"Pronto, querida, aqui estamos. Sua nova casa", disse a Senhora Abby enquanto caminhávamos pelo enorme corredor que levava às escadas.

Encontramos o beta e o gama no fim dos degraus.

"Ela finalmente está aqui!", gritou o careca. Ele se aproximou e pegou minha mala.

"Bem-vinda, Kara. Estou ansioso para conhecer a garota que chamou a atenção de nossa alfa", ele disse, estendendo sua mão livre.

"Hum, oi, Beta James." Tentei fazer uma reverência, mas fui interrompida no meio da descida.

"Não precisa ser tão formal comigo. Você pode me chamar de James." Ele me deu uma piscadela, mas foi empurrado pelo gama.

"Já se apresentou o bastante, James. A garota deve estar assustada o suficiente sem o seu flerte. Senhorita Zor-el, sou Gama Winn. Bem-vinda à casa dos Kieran's."

Ele empurrou os óculos enquanto falava, um cacoete.

"O-obrigada, Gama Winn", respondi, curvando minha cabeça.

"A alfa requisitou você como criada pessoal. Seu quarto é o vizinho ao dela", ele disse.

"Hã?" Eu fiquei boquiaberta, mas ele ignorou meu choque e continuou falando.

"Você ficará encarregada de levar suas refeições e também de entregar sua roupa lavada todas as manhãs, entendido?"

Winn ergueu uma sobrancelha e me olhou com cautela.

"Hum, sim. Mas por quê?", perguntei. Olhei para a Senhora Abby. "P-pensei que eu seria apenas uma criada comum."

"Não, minha querida, foi uma ordem específica da alfa designar você como sua criada pessoal," a Senhora Abby disse, sorrindo docemente.

"Mas por que eu?", perguntei, ainda pasma.

"Porque eu mandei. Por isso", ecoou uma voz grave sobre as nossas cabeças. Os calafrios percorreram inha espinha.

Todos nós olhamos para o topo das escadas para ver a alfa, cujos olhos verdes gelados olharam diretamente para mim.

Nós quatro curvamos nossas cabeças quando vimos nossa líder.

Ela parou na minha frente, e não consegui não tremer ainda mais.

E se ela me batesse ou me punisse por questionar suas ordens?

"Há algum problema com a minha decisão, Senhorita Zor-el?", ela perguntou.

Fiz um breve contato visual com ela, mas não consegui sustentar seu olhar, então olhei para os meus pés. Minhas mãos ficaram retorcendo a bainha da minha camisa.

"Não, senhora", consegui dizer.

"Muito bem. Venha." Ela se virou e me conduziu escada acima, para longe de todos os outros.

Caminhamos pelo corredor e entramos à direita, parando diante de uma enorme porta dupla de mogno.

Lena pegou uma chave e abriu-a, depois entrou. Nervosamente, eu a segui.

A sala era sofisticada e elegante, com paredes pintadas de azul-escuro. A parede à esquerda tinha uma enorme biblioteca cheia de livros que iam até o teto.

Do lado oposto, estava um sofá de couro em forma de L com uma linda mesa de chá na frente dele. Havia ainda uma enorme janela com belas cortinas aveludadas.

Com vista para a janela, estava uma grande mesa com um computador Apple ao lado de uma pilha de papéis, canetas e outras coisas.

Tinha uma cadeira de couro atrás dela e duas menores de madeira na frente, para convidados.

As paredes estavam repletas de retratos, nos quais reconheci nossos alfas anteriores.

Esse deve ser o escritório dela.

Alfa Lena contornou a grande mesa e se sentou. Fiquei parada na frente dela, sem saber se deveria sentar ou não. Decidi ficar em pé.

"Espero que ainda hoje você esteja devidamente instalada. Seus deveres começam amanhã. Eu bebo minha primeira xícara de café às seis da manhã em ponto. Minhas roupas devem estar prontas às sete, e o café da manhã deve ser servido às oito e meia no meu quarto.

Ela me olhou com sua costumeira expressão estoica.

"Enquanto faço minha refeição, você vai arrumar minha cama e recolher minha roupa suja. Bebo outra xícara de café às onze e espero o almoço pronto à uma da tarde. O almoço é sempre servido na sala de jantar da alfa. Abby vai te mostrar onde fica. "

Fiquei lá, na frente dela, ouvindo suas ordens e fazendo o possível para memorizá-las.

"Depois do almoço, estarei patrulhando, então você terá as tarde livres para fazer o que quiser, com exceção de deixar a mansão. O jantar é servido na sala de jantar às sete horas em ponto. Está tudo claro?"

Fiz que sim com a cabeça.

"Prefiro palavras em vez de sinais corporais, entendeu, Senhorita Zor-el?"

"S-Sim, senhora", chiei.

"Muito bem. Seu quarto é aquele ao lado do meu. Vá se acomodar."

Com isso, ela voltou sua atenção para os papéis que estavam sobre sua mesa.

Fiquei lá, incapaz de me mover um centímetro. Havia algo que eu precisava perguntar, mas não sabia como. Ela percebeu minha confusão.

"Teve alguma coisa que você não entendeu?" ela perguntou, exasperada.

"N-não senhora. Eu... eu queria perguntar sobre a Cat. Minha madrasta", eu disse.

"O que tem ela?", ela perguntou, sem se preocupar em olhar para mim.

"Terei permissão para visitá-la?"

Ela largou o papel que estava lendo e olhou para mim por um minuto antes de voltar sua atenção de novo para o trabalho.

"Você pode vê-la aos domingos. Esse será o seu dia de folga", disse ela. "Você pode ir agora. Eu também tenho trabalho para conseguir. "

Eu tomei isso como minha deixa para sair. "Sim senhora."

Minha Alfa Me Odeia - Livro I - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora