Capitulo Único

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As luzes de natal não tinham mais o mesmo significado para si, o natal era a cara dele, o fazia se lembrar dele por isso passou a odiar essa data infeliz que era a mais aguardada pelos piores desgraçados que estavam a seu redor. Estava sozinho. Seu corpo estava sobre o chão do piso frio, estava deitado fitando o teto do local sem vida, o teto do buraco escuro e profundo no qual tinha se enfiado.

De seus olhos lágrimas escorriam, aquela época sempre tão viva e tão importante agora não era nada, tornou-se triste e pálida como todos os outros dias.

Não tinha sentido comemorar.

Não tinha o que comemorar.

Izuna não estava ao seu lado.

Ao fechar seus olhos carmesins, Tobirama via a imagem do sorriso perfeito do homem que por anos viveu ao seu lado, do homem que lhe deu os momentos mais felizes de sua vida, do homem que o fez se sentir vivo de novo.

Izuna era a sua luz

Izuna era a sua alegria

Izuna era o seu motivo de seguir em frente

Izuna era o seu porto seguro

Izuna era o homem de sua vida, ele era seu marido.

E agora, Izuna era sua mais doce lembrança.

Um chute leve atingiu suas pernas cobertas por uma calça laranja, e a voz do amigo ecoou pelo cubículo que se encontrava.

— Se anima, cara. É natal! Minha esposa vai trazer um peruzão daqueles. Tenho certeza, todos os anos ela traz.

— Não ligo para essa merda de dia desgraçado. — Disse o Senju ainda deitado no chão frio. — Eu odeio o natal.

— Credo cara, é o único dia que a gente fica livre, por assim dizer. — Disse o homem de cabelos raspados que trajava roupas idênticas a do albino.

— Eu não ligo, Kagami. Eu me sentiria livre de verdade se estivesse no pavilhão inferior ao invés dessa merda aqui, onde nada acontece e nada nunca vai acontecer. — Disse o Senju.

— Ninguém mandou matar um só. — Disse Kagami indiferente e se sentou na cama debaixo que havia naquela cela úmida e fria em que estava há bons três anos dividindo com Tobirama. — Se você tivesse sido mais psicótico e matasse todos ao invés de um você já estaria livre há um bom tempo.

— Parece que quem faz coisas piores recebe o prêmio afinal. — Disse o Senju desviando o olhar para o colega de cela que estava mexendo embaixo do travesseiro e tirando dali um desenho infantil que olhava todos os dias. E Tobirama perguntou. — Falta quanto tempo?

Kagami exibiu um sorriso e disse ao olhar para a parede da cela, onde riscava os dias em que estava naquele lugar, em uma rápida conta ele disse. — 2 meses. — O detento mostrou o desenho para o Senju, desenho esse que era composto por um homem, uma mulher, uma criança, uma casa, um jardim e um sol sorridente com o escrito "te espero ansiosamente papai, eu te amo." — Dois meses para ver meu garoto de novo. Ele já está um homem.

O Senju sorriu com a resposta daquele que havia se tornado seu amigo e disse. — Shisui deve estar morrendo de saudades do pai delinquente que tem.

Kagami riu alto e guardou o desenho e disse saudoso em seguida. — Como você disse, quem faz coisas piores tem um prêmio, pessoas como nós apenas o castigo. Eu matei o desgraçado que invadiu a minha casa, e tentou estuprar minha esposa e meu filho. É por salvar a minha família que estou aqui, preso há 18 anos. Os idiotas que matam por diversão vão para o pavilhão inferior, ficam alguns meses nesse cubículo e logo são executados, não precisam passar por todo sofrimento e humilhação que pessoas como nós passamos.

Saudosas Luzes de Natal ( TobiIzu)Where stories live. Discover now