ᴏ ǫᴜᴇ ᴇsᴛᴀ́ ᴀʙᴀɪxᴏ

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Mesmo na confraternização, tínhamos um trabalho a fazer. Pegar a caixa com a alma do Imperador.

–Pessoal! Esse momento é lindo, mas temos um trabalho a fazer.

Beatriz, Ricardo e Ayra olharam fixamente para mim, eu peguei o mapa e abri no chão.

–Ayra, pode me dizer exatamente onde estamos?

Ayra olhou para o mapa durante alguns minutos.

–Estamos na gruta do olho da serpente. Se partirmos daqui indo para a floresta aberta, chegaríamos até o por do sol de amanhã.

–Que merda Ayra, Não tem um caminho mais fácil?

Falou Beatriz, demonstrando impaciência na sua voz e em seu rosto. Ayra percebeu o nosso olhar de tristeza.

–Pode ser que tenha um atalho por dentro dessa gruta. Entraríamos por dentro da caverna e sairíamos em uma parte da floresta que nos levaria rapidamente ao local.

Todos nós concordamos rapidamente.

–Mas tem uma pequena observação.

–E qual seria?

–Essa parte da floresta, e inundada. Em tempos de chuva a água pode cobrir até as maiores árvores. Não é uma rota muito favorável para nós, podem ter serpentes, e outros animais, não veremos o que está abaixo de nós. Mas chegaríamos lá rápido.

Todos nós, nos olhamos entre si por alguns minutos. Ayra acenou com a cabeça em forma de negação. Busquei respostas nos olhos de Beatriz, mas ela estava tentando buscar o mesmo nós olhos do seu pai.

–Vamos por esse caminho!

Falou ele, com total convicção.

–Como?!

Ayra se mostrava receosa quanto a tomar esse caminho, podíamos perceber que ela não queria usar esse atalho.

–Vocês tem uma missão a cumprir. E se esse é o caminho mais rápido, mesmo que seja o mais difícil, iremos por ele.

–Mas é um caminho perigoso.

–Perigoso é aquele homem, colocar as mãos na caixa. Aí sim, todos estaremos em perigo.

Ao ouvir isso, pude ver um ânimo no rosto de Beatriz, algo que eu jamais havia visto em todo esse tempo.

–Eu vou!

Disse Beatriz.

–Eu também. Ayra, precisamos de você.

–Vocês não sabem a loucura que estão fazendo. Mas, se é da vontade de todos. Eu estou dentro, não temos mais nada a perder.

Ligamos nossas lanternas, colocamos nossas coisas dentro da mochila e apagamos a fogueira. Ayra entrou dentro da água, que cobriu somente a sua cintura, entramos junto com ela, que estava a frente, nos guiando. As águas do local eram rasas e cristalinas. Após alguns minutos andando, estávamos em uma espécie de túnel, bem estreito e curto. Na nossa frente, eu podia ver a luz da saída, o sol já havia nascido, mas ainda estávamos distantes.
Pude perceber que Beatriz se mostrava desconfortável.

–Odeio locais fechados.

Ela falou abraçando o seu pai. Pude perceber que Ayra deu uma leve risada.

–Estamos com sorte Beatriz. Em épocas de chuva, esse local fica debaixo da água.

–Sorte teremos quando sairmos daqui. Esse lugar me dá calafrios.

Após essa rápida conversa, ninguém falou mais nada até sairmos do túnel, que não demorou. Do outro lado do túnel, a floresta era totalmente alagada, pude perceber que algumas árvores tinham marcações mais escuras em algumas partes, por conta de ficarem debaixo da água. Não era possível ver o céu com muita clareza, as folhas das árvores impediam a visão. Desligamos as nossas lanternas e guardamos nas mochilas. Ayra continuava andando, porém, um pouco mais lentamente.

–Devemos ser cautelosos.

Disse ela, sinalizando para seguirmos. Se fosse em outra ocasião, eu diria que essa viagem até fez eu me sentir bem, em estar conectado com a natureza. Estávamos rodeados por mosquitos.

–Era só o que nós faltava, deveríamos ter ido pelo outro lado.

–Acalme-se, filha.

Beatriz claramente estava sem paciência, mas a verdade era que ela não tinha mais interesse na missão, o objetivo principal dela, sempre foi encontrar o seu pai.

–Esperem! Eu senti algo.

Gritou Beatriz, ficando parada no local, e colocando seu braço na frente do seu pai.

–Eu também, passou rapidamente pela minha perna.

Fiquei assustado parado no local. Ayra também ficou espantada e se virou para nós. Eu olhei para baixo, mas a água não permitia ver nada.

–Não se mexam.

Ayra estava preparando uma flecha no seu arco, quando foi puxada para dentro da água. Ela começou a se debater euforicamente contra água, antes que eu, Beatriz e Ricardo pudéssemos fazer algo fomos lançados longe por algo, que bateu com força em nós. Ayra conseguiu se livrar da coisa e subiu rapidamente em uma árvore, com somente uma flecha e o seu arco.

–Saiam daí!

Gritou ela. Uma cobra imensa deslizou no tronco da árvore subindo até o topo onde ayra estava. Sacamos as nossas pistolas e atiramos contra ela. Ayra pulou de cima da árvore, e foi acompanhada pela cobra que a perseguia violentamente.

–Ayra, Pega a faca!

Eu lancei minha faca para Ayra. Ela a pegou em suas mãos e aguardou o momento em que o animal estivesse próximo a ela e, deferiu um golpe na sua boca atravessando o seu crânio. Com os Ferimentos de bala e os ferimentos em sua cabeça a cobra sumiu, sibiliando assustadoramente.

Os DefensoresWhere stories live. Discover now