Mouvryn Mort

71

Vryn/ Fanel

Desperto assustada por um barulho imenso, me sento na cama e sinto uma pontada na nuca, levo minha mão até lá e sinto um tecido naquela área, as lembranças voltam.

Meu coração aperta ao lembra que deixei Mouvryn a beira da morte, mas também me recorda daqueles olhos assustadores. Toco minha barriga assustada e respiro aliviada ao sentir seu tamanho, choro quando os chutes surgem me dizendo que eles estão bem.

__ Não seríamos capazes de machucar essas criaturas- ouço sua voz que me arrepia de medo.

Mas esse momento não é de ter medo, eu tenho de lutar pelos meus filhos, tenho de garantir que verei Mouvryn novamente, que juntos criaremos nossos filhos.

Me viro em direção a voz do ser, vejo que estou em uma espécie de jaula, porém grande o suficiente para caber uma cama e uma cabeceira, e um compartimento fechado, que acho ser o banheiro e ele claro, está por detrás das frases enferrujadas.

__ Não foi o que pareceu com a batida que me deram e muito menos com a sua última visita na minha casa- digo e ele me encara cuidadosamente.

__ Quanto a batida peço desculpas pela Meyni, ela as vezes é agressiva e quanto a visita, digamos que passei um pouco dos limites, peço desculpas- diz me surpreendendo pela sinceridade que sinto em suas palavras.

Ele está bem diferente daquele monstro que costuma a se transformar, vestido parece um ser decente, mas seus olhos mostram exatamente o contrário, lembram o monstro que ele realmente é.

__ Ela também me lançou esse olhar depois de quase a matar, me lembro como se fosse hoje as palavras dela- diz e fecha os olhos como se estivesse se recordando.

__ Ela quem?- pergunto e ele abre seus olhos me encarando intensamente.

__ A mulher que me fez esquecer por um tempo quem eu realmente era- responde e muda sua postura se afastando__ Enfim, as regras são claras.

__ Regras?- pergunto e ele concorda__ Se vais me matar, porquê precisas de regras?

__ Para sobreviveres até seus filhos nascerem, há não ser que querias morrer com eles no seu ventre- diz e nego assustada__ Podemos ir as regras?

__ Sim- digo e ele se afasta indo sentar em uma cadeira de frente para a minha cela.

__ A primeira regra e a mais importante, não vais tentar escapar. Porque isso significa você morta e seus filhos também, esse lugar está protegido e se tentares escapar e chegares lá antes que eu consiga te matar, a barreira irá te matar só por tentar passar por ela. A segunda regra, não tentes escapar sem ter a certeza que vais conseguir me matar, porque eu não quero carregar a culpa da morte dos seus filhos. Terceira e última regra, se te comportares bem, eu prometo levar suas crianças até sua família, se não eu prometo separar as cinco para cada canto desse universo.

__ Depois deles nascerem, o que vais fazer comigo?- pergunto e ele sorri.

__ Ante te queria como minha rainha, te queria governando ao meu lado. Mas depois de te ver batendo a cabeça daquela velha com tanto gosto e sem se importar com os sentimentos da sua metade, percebi o quão perigosa és. Então prefiro evitar que um dia eu esteja no lugar daquela velha, então depois de ressuscitares o meu exército, eu irei te matar- responde e concordo aceitando o destino que ele escolheu para mim.

__ Um destino bem digno, pensando que meus filhos estarão a salvo- digo me sentando bem na cama __ Isso se eu não te matar antes.

__ Essa é uma alternativa- responde me encarando e o encaro de volta sem medo.

Eu estava decidia em fazer o possível para sair daqui e salvar meus filhos.

Um mês depois....

Observo o sangue no chão depois de mais uma sessão de vômito, me sento no chão completamente sem forças e encaro Shoden que está parado por detrás da minha cela.

__ Estás a olhar o que?- pergunto rude limpando o suor no meu rosto.

__ Eles estão te matando- diz com pesar descendo seus olhar para a minha barriga muito maior__ Se continuar assim, todos vocês irão morrer.

__ Se me soltares nenhum de nós irá morrer- digo e ele nega se afastando.

__ Sabes que não posso fazer isso, assim que sairmos daqui tua família me mata e eu não poderei fazer, o que deve ser feito- diz e o encaro superior.

__ Se não me tirares daqui, todos morremos, porque antes de eu morrer, eu te mato- digo e ele suspira passando as mãos pelo cabelo.

__ Não estou gostando de te ver assim, mesmo que não acredites. Morta, não me ajudas em nada- diz e senta na cadeira inquieto__ Mesmo que eu quisesse, não tenho como nos tirar daqui.

__ Como assim?, é só desfazer a barreira- digo e ele nega.

__ Mas não fui eu que fiz a barreira, foi Meyni. Ela só vem em dois meses. Esse foi o combinado- responde me fazendo levantar.

__ Quer dizer que para sairmos daqui, dependemos da sua BRUXA. VOCÊ É IDIOTA?- perco totalmente o controle.

__ Ela estará aqui em dois meses- diz e bato nas grades.

__ EU ESTOU MORRENDO, ACHAS QUE MEUS FILHOS VÃO AGUENTAR MAIS DOIS MESES SEM SANGUE?