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Sim, você e eu contra o mundo

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Sim, você e eu contra o mundo

Lucy no céu com pérolas

Sim, você e eu contra o mundo

Wicked ones — Adam Jensen

— Porque você levou um rato morto para o apartamento do Phillip? — É literalmente a primeira coisa que sai da boca de Adam quando eu abro a porta. Ele perpassa seus olhos em cima de mim e abre um sorrisinho que eu julgo ser pela coincidência que nós dois estamos um tanto desajeitados. Adam carrega a pizza em uma das mãos apoiando no meio entre o antebraço e a linha da divisa do cotovelo, a outra está ocupada segurando um engradado, a mochila de sempre está apoiada em seu ombro. Eu estou com uma mão ocupada também, segurando a toalha envolta do meu corpo enquanto a outra ainda está grudada na porta. Faço uma careta ao notar que a água que cai do meu corpo está formando uma poça no chão que eu acabei de limpar.

— Vocês são tão fofoqueiros! — Rolo os olhos e dou espaço para ele entrar.

Ele chegou no meio do meu banho e ainda tem um resto de shampoo endurecendo meus cabelos. Adam passa por mim e coloca a pizza em cima do balcão da cozinha enquanto eu tranco a porta. Não preciso dizer para ele guardar as garrafas dentro da geladeira porque é exatamente o que ele começa a fazer assim que eu passo a tranca.

— Vai me explicar qual é a do rato?

— Depois que eu terminar meu banho? — Eu proponho sem esperar que ele responda. Estou indo de volta para o banheiro quando ouço Adam perguntar se o pano de chão ainda está no mesmo lugar de sempre, mal tenho tempo de abrir minha boca quando ouço sua voz atrás de mim avisar que já o achou.

Volto para o chuveiro deixando que o resto de água quente leve embora o shampoo que se acumulou nos meus fios, eu jogo a cabeça para trás e fecho os olhos enquanto passo a mão da raiz até o cumprimento. Tomar banho e lavar os cabelos é o meu ato relaxante.

Quando termino de retirar o shampoo coloco um pouco de condicionador na palma da mão e passo suavemente pelos fios evitando a raiz, a parte descolorida está ficando um pouco amarelada com uma coloração próxima a gema de ovo. Eu reviro os olhos. Era só o que me faltava.

Coloco tintura para os cabelos na minha anotação mental de coisas que eu tenho que comprar e estou, mais uma vez, postergando.

Sinto a temperatura da água mudando e praguejo baixinho, começo a me apressar jogando o cabelo para trás e sentindo os fios caírem em cascatas pela pele nua das minhas costas, coloco um pouco de sabonete líquido de neném na esponja e começo a passar pelo corpo, primeiro os ombros, braços, tronco e o restante. Não sou rápida o suficiente e acabo dando pulinhos quando a água fica completamente gelada, mordo os lábios segurando a vontade de gritar.

Todo castigo para corno é realmente pouco.

Deixo a água insuportavelmente gelada enxaguar o resto de sabonete e condicionador por alguns segundos. É o máximo que eu aguento.

For You (Degustação)Where stories live. Discover now