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Draco invadiu o Salão Principal com o estômago agitado, as palmas das mãos cobertas por suor frio. Não, isso não aconteceu! Não pode ter acontecido! Mas sim, era verdade. O garoto estremeceu, virou-se contra a parede e vomitou, os olhos lacrimejando. Isso ajudou a acalmar um pouco o estômago, mas ficou com um gosto ruim na boca. Quer dizer, um gosto ainda pior, e sua língua parecia pergaminho.

Fungou, checando se alguém o tinha visto. Claro que não, ninguém estaria fora da cama àquela hora. Cansado, acenou com a varinha para se livrar da evidência de sua fraqueza. — Scourgify! —. Bem, podia se livrar da sujeira, mas duvidava que se livrasse facilmente da culpa, da vergonha, o desgosto, e a deliciosa satisfação em seu baixo ventre.

Estaria condenado se alguém descobrisse. Nunca o deixariam viver em paz depois das coisas que havia feito e dito durante todos esses anos. Seria ainda pior se seu pai descobrisse. Lucius Malfoy não era conhecido por seu amor aos trouxas ou qualquer um relacionado a eles. Droga, ele desejava que, de algum modo, também pudesse evitar descobrir o que acontecera, porque agora estava fadado a ser bastante duro consigo mesmo.

Envolver-se com a sangue-ruim Hermione Granger, que fazia parte do círculo de amizades de Potter, não era aceitável. De fato, se eles descobrissem, questionariam sua lealdade e dedicação, algo que não poderia permitir, com seu pai já em desgraça. Enxugou a testa.

Ele não queria que isso tivesse acontecido, realmente não. Pretendia assustá-la, talvez fazê-la chorar se tivesse sorte. Pretendia zombar dela, provocá-la, puni-la pela parte que ela e seus amigos haviam desempenhado na prisão de seu pai. Não era muito para se pedir, não mesmo. Só uma vingancinha até que todo mundo conseguisse sua própria justiça.

Mas, é claro, o tiro saíra pela culatra.

Ele não contara com a possibilidade de senti-la tão macia e convidativa por baixo de si, as curvas esticadas contra o tecido de suas vestes. Não contara com sua luta depois de ter sido ameaçada, e certamente não contara que ficaria tão excitado. Imaginara que a garota suplicaria para que não a machucasse e então estaria acabado. Sangue-ruim tola, achando que ele iria até o fim com aquilo. Era óbvio que não teria feito nada para arriscar ser expulso de Hogwarts. Nunca o teria feito. Só queria ver a putinha acuada, para mostrá-la quem era superior.

Seu pai estava certo, entretanto. Ele tendia a demonstrar uma fraqueza embaraçosa quando a situação exigia o contrário.

Sua boca se contorceu numa linha fina e sombria enquanto recomeçava a caminhar. Excitara-se rapidamente ao senti-la se contorcendo debaixo dele, e, a princípio, não a tinha libertado porque permitiria que o atingisse dolorosamente com os braços e pernas. E ele não seria nada se não soubesse proteger sua própria pele. Depois, não queria mais soltá-la, então não soltou. Não estava acostumado a fazer coisas que não queria, e não tinha compreendido bem as razões para fazer desta a primeira vez.

E então... Então cometeu o erro mais estúpido e irreversível de sua vida. Tinha ido para a cama com a sangue-ruim. E tinha sido a primeira vez dela, assim como sabia que seria. Quem mais a teria tocado? Apostava que Potter era hipócrita demais para aceitar o que estava diante de seu nariz, e Granger era inteligente demais para se envolver com um idiota estúpido como o Weasel. Porém, ela realmente deveria tê-lo feito. Ele seria burro o suficiente para casar-se com ela, e talvez seus bisnetos fossem considerados sangue-puro, então. Claro, Weasley mesmo estragaria os genes consideravelmente, mas era um sacrifício que ela teria que fazer para o bem maior. Merlin sabia que os Weasleys fariam bom proveito de um pouco de cérebro injetado em sua linhagem, não importava a origem.

Mas estava divagando. Fechou os olhos quando outro tremor de auto-aversão, mesclado à luxúria relembrada, passou por ele.

A coisa que mais o incomodava era o fato de ter se esquecido de quem ela era. Fora gentil como quando dormira com Pansy pela primeira vez. Inferno, talvez até mais, já que desta vez sabia exatamente o que fazer. Tinha até tentado distrai-la da dor. Gemeu audivelmente ao se dar conta de que provavelmente teria deixado uma marca; não fora uma mordida gentil. Não que ela tenha parecido se incomodar. Eventualmente decidiu que não importava muito, embora o pensamento de deixar uma marca naquela garota em particular parecesse errado. Pior que errado – doentio!

Silencio | DramioneWhere stories live. Discover now