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Helena Scott.

Eu abri meus olhos relutando pra não ter acordado e olhei em volta não reconhecendo nada.

Onde é que eu tô?

Será que eu tô na Lagoinha?

Eu sei que eu já tive sonambulismo, mas isso aqui não dá pra defender.

Sentei na cama e dei um gritinho de dor.

Ah, agora eu lembrei aonde eu tô.

Puta que pariu.

Eu me fudi literalmente.

Lembrando aonde eu tô, não era pro dono da casa estar aqui não?

Era sim.

Eu me levantei já caindo de cara no chão.

Eu sabia que a situação era precária, mas misericórdia.

Eu não vou andar por meses.

E nem sentar por meses...

UEPA, RATINHO!

Eu me levantei sentido a minha intimidade arder.

Fui dando passos pelo quarto soltando gritinhos por conta da dor.

O que eu vou fazer?

Eu não posso sair pelada daqui, tipo tem a Nala e os pais do Felipe.

A NALA E OS PAIS FO FELIPE.

COMO EU NÃO ME LEMBREI DISSO ONTEM?

Se bem que comigo chupando a rola do Felipe era pra eles, no mínimo, terem feito algum barulho.

Então não deviam estar em casa.

Pelo que eu me lembro, e a minha memória tem falhado muito ultimamente, mas isso não vem ao caso agora.

Eu tomei banho ontem, um problema a menos.

Abri o armário do Felipe, eu realmente espero que seja o guarda roupas e não um lugar cheio de cabeças de pessoas mortas.

Não era um lugar cheio de cabeças de pessoas mortas, mas parecia um velório.

Esse menino só tem coisa preta?

Misericórdia, ele é emo ou o que?

Voltando ao que eu queria fazer, eu peguei uma no meio daquele bando de camisetas pretas e vesti.

Fui até o banheiro e peguei a escova de dentes.

Eu sei de quem é? Não.

Mas eu aprendi no convento... Que convento, garota maluca?

Meu Deus, o Alzheimer tá precário.

Enfim, eu aprendi no colégio que ao acordar se deve escovar os dentes pra tirar o bafo.

Foi isso que eu fiz, escovei os dentes e voltei pro quarto me enrolando nas cobertas.

Escutei a porta ser aberta e não me deu o trabalho de olhar quem era.

Eu sabia que era ele.

Se eu fosse você não seria tão confiante...

Mas você sou eu, doida.

- Bom dia.- o Felipe disse me abraçando.

- Bom dia.- eu sorri pra ele.

Primeira vez que eu desejei bom dia pra alguém que não fosse da minha família.

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