Volterra - Parte II

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― Como vai nossa pesquisa, Dra. Valeska?

― Excelente, mestre Aro. Seu olfato e sua audição apurada não existem mais – relata a médica sem sair do lugar. – Iniciarei a pesquisa de seus poderes assim que amanhecer.

― Bravo! Então posso me aproximar da besta sem que ela se transforme. – Se aproxima, fascinado, tendo o seu olhar sustentado seriamente por Lucian.

Aro percorre toda a extensão da maca com segundas intenções, e quando finalmente alcança a cabeça do lobo, para.

― Me pergunto se as suas habilidades telepáticas podem bloquear o meu dom – cogita.

― Que pergunta idiota, é claro que sim!

― Mas seu corpo está debilitado. – Sorri vitorioso. – Talvez a falta de comida e água façam alguma diferença.

O vampiro toca a cabeça do lobisomem com as pontas dos dedos, invadindo sua mente no mesmo instante. Lucian podia senti-lo ali e esforçava-se para bloquear sua entrada, mas em vão, pois seu corpo enfraquecido realmente influenciava negativamente em suas habilidades.

Foram apenas alguns segundos de resistência, até que Aro tivesse total acesso ao seu passado e às suas lembranças. Toda a sua vida começa a saltar em sua mente rapidamente: a infância, os pais, Hana, Piatã, o ataque Volturi, Kiary, lutas, fugas, La Push... Leah...

Uma tristeza profunda invade o coração de Lucian quando as imagens de sua amada surgem em sua cabeça. Os momentos juntos, os beijos, os abraços, a atração, o sorriso, tudo isso o deixava com ainda mais saudades dela.

― Interessante – conclui Aro, se afastando do lobo, pensativo.

Com o afastamento do vampiro e a privacidade de sua mente restaurada, Lucian medita sobre uma das lembranças que Aro lhe trouxera a tona, a preciosa memória do que dissera a loba. Ele dera a sua palavra de que sempre voltaria para ela e não poderia falhar agora... Ele tinha que escapar, mesmo que levasse muito tempo tinha que retornar, custe o que custar.

― Mestre Aro – chama Vic, adentrando o laboratório –, os vampiros selecionados para o ataque já estão reunidos, aguardo apenas sua permissão para partirmos.

― Que ótima notícia, Vic, perfeita e rápida como sempre em seus afazeres. Mas darei um novo objetivo a você e ao exército. – Sorri. – Eu quero a quileute viva!

― Como? – pergunta a rastreadora confusa, atraindo a atenção de Valeska para a conversa.

― Ela está grávida do Filho da Lua e eu quero aquela criança! – Seus olhos cintilam com sua ambição por aquela cria. – Quero aquele bebê em minha Guarda, talvez possa domesticá-lo como fiz com Kiary.

― Não! – grita Lucian furioso, debatendo-se para se livrar das amarras - Deixe Leah e o meu filho em paz – rosna.

― Que adorável – responde sarcástico –, instinto paternal, mas não a nada que possa fazer por eles no momento. – Vira-se para Vic. – Junte um exército ainda maior e ataque daqui a cinco dias, matem todos que se colocarem no caminho e traga a quileute para mim!

― Sim, senhor.

Vic deixa a sala às pressas, pois precisava recrutar ainda mais vampiros e cuidar dos preparativos do ataque rapidamente, o tempo era curto, se considerasse o período que gastariam de viajando...

Aro se aproxima do cherokee novamente, olhando no profundo de seus olhos.

― Não se preocupe, Lucian, eu me encarregarei de unir a família novamente. – Sorri com seu modo enjoativo de sempre.

Lucian, que não se permitia desviar o olhar, pisca uma vez mostrando à íris negra de sua fera interior. Seus caninos se salientam e suas garras se sobressaltam com rapidez, pois estava disposto a transformar-se voluntariamente, somente para acabar com todos os que ameaçavam sua família.

Aro recua alguns passos com o susto, não conseguindo acreditar que o rapaz ainda tivesse forças para uma transformação. O corpo do lobisomem cresce consideravelmente, fazendo as amarras estourarem e as pernas da maca envergarem com o seu peso.

Pelos começam a surgir em todo o seu corpo e o focinho já se alongava, mostrando ferozmente os dentes para o vampiro. Diferentemente da transformação com a Lua cheia, esta não lhe acarretava dor e tampouco a perda de seu lado racional.

Lucian desce da maca lentamente, sentindo vertigem devido ao corpo debilitado. Sua intenção era a de triturar o causar de toda a desgraça de sua vida e fugir, mas antes que pudesse dar mais um passo, uma forte dor se apodera de seu corpo fazendo-o cair de joelhos. Era como se milhares de facas acertassem os membros de seu corpo, causando-lhe uma dor descomunal.

Aro suspira aliviado ao constatar que Jane estava o atacando. Por um momento o vampiro realmente sentiu medo da grande fera, mas depois, se enfureceu por um descuido daquele ter acontecido.

― Prenda-o direito, Valeska, ele é um alfa, não pode querer segurá-lo com amarras tão miseráveis.

― Sim, senhor, farei isso imediatamente...

A doutora apanha mais tranquilizantes e lança sobre o corpo do lobisomem, que se contorcia pela ilusão de dor, fazendo-o apagar novamente.

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