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Vitória

Eu não tinha mais vida, eu não tinha animo, não tinha nada. Sempre foi eu e Victor e meu tio, que nunca foi isso... quando completei 15 anos tudo mudou, Victor tinha feito 20 e estava focado em tudo o que Jacson falava pra ele isso desde os 15, mais tudo intensificou quando ele assumiu o morro, esse era o acordo que meu pai fez com a facção antes de morrer que Victor assumiria tudo aos 20, consequentemente ele já não tinha mais tempo nenhum pra mim, para reparar em mim... e principalmente todo o mal que Jacson me fez!

Vitoria: eu já não aguento mais, me deixa ir embora daqui, eu juro não falar nada pra ninguém só me deixa sair — meu rosto virou com mais um impacto.

Jacson: daqui você só sai morta tá me ouvindo? Você é minha — segurou meu pescoço já puxando a alça do meu vestido

Só que por sorte ele ouviu a voz de Victor e saiu rápido, naquele dia por sorte não fui abusada, mais não posso dizer o mesmo das outras vezes... desde os meus 15 era quase todos os dias. Eu não aguentava mais, eu tinha nojo do meu corpo, não tinha nada em mim que eu não sentisse nojo, eu estava sem chão, e só tinha a Bianca que com todas suas confusões acabava trazendo um pouco de cor na minha vida... eu a conhecia, e não tinha como eu chegar nela e falar pra ela tudo que acontecia comigo, eu sabia de tudo que ela estava atrás, sabia o tanto de trabalho que ela tinha pra mim levar mais um fardo. Desci até a boca para falsas com Victor e um gerente do morro que era seu braço direito estava falando no telefone

Bigode: eu já separei caralho, são 15 meninas de São Paulo de 13 a 16 anos, na faixa parceiro, tão chorando no galpão, mais assim que jogar elas na caixa vai ser só dos cria e já é

Meu coração quando absorveu tudo que ele falou era tudo que acontecia comigo, onde era esse galpão? Eles colocavam elas lá para prostituição ? Ou as matava depois? Meu coração começou a palpitar rápido, minhas mãos soavam, eu fui andando pra fora da boca meio que correndo sentei no banco da praça e fiquei tentando voltar minha respiração

VK: ou ou qual foi a fita vitória ? — sentou do meu lado vendo meu estado.

Vitória: na..nada. Victor eu quero sair do morro!

VK: quem fez isso no seu pescoço? Você quer sair daqui por causa de macho vitória? — se alterou.

Vitória: victor por favor não fala isso... você não tem noção do quanto é complicado e ainda ouvir isso de você. — chorei mais

VK: então explica

Vitória: eu prometo explicar. Só me deixa passar uns dias no seu apartamento em São Paulo, eu vou hoje mesmo

VK: vitória se eu descobrir que é por macho eu mesmo vou te buscar! — assenti abraçando e vendo Jacson me olhar pelo o bar.

Vitória; não quero que conte para Jacson

VK: tio vitória, independente de tudo ele é nosso tio!

Vitória: sim.. só não conta por favor, fala que eu sumi. — ele só assentiu e me abraçou

Ficamos ali conversando algumas coisas, Victor não era ruim, mais ele estava cansado de ter a vida em torno da Bianca, ele iria falar com ela hoje sobre esse casamento que não daria certo

Depois de um tempo ele foi pra boca e eu peguei meu celular pra Bianca, já que eu sumiria eu iria ter coragem de contar pra ela.
Ela disse que já já chegava já que Victor também queria conversar com ela. Letícia passou vindo em minha direção, ela era uma moradora do morro, não vede e nem cheira, mais é louca pra sentar pro meu irmão, se já não senta.

Letícia; oi vi, tudo bem?

Vitória: oi, tô nem e você?

Letícia: tô ótima! — sorriu falsa. — sabe se a Bianca vai colar por aqui hoje? — perguntou enquanto mexia no celular.

Vitória: vai sim, meu irmão tem alguns assuntos com ela — rapidamente ela já virou pra mim.

Letícia: ah entendi. Deve ser do tão famoso casamento.

Fiquei alguns minutos ali, mais nem assunto pra jogar fora ela tinha, Deus que me perdoe, levantei fui pra casa e tomei banho e fiquei trancada até dar mais ou menos o horário de descer na sorveteria pra falar com a Bianca.

Vitória: você demorou — falei assim que ela chegou e abracei

Bianca: Joaquim queria que queria vir, tá um grude comigo porque sabe que tenho dinheiro
— falou me fazendo rir

Vitória: tadinho, podia ter trago

Bianca: Deus me livre, o que tanto quer minha presença ilustre — fez graça como sempre

Vitória: tenho tanta coisa pra conversar com você antes de viajar

Bianca: viajar? — olhou pra fora — o morro tá estranho né, pouco movimentado, olha o estranho do seu tio olhando pra cá — mostrou o dedo, mais rapidamente eu abaixei o dedo dela — não gosto dele.

Vitória: quem é que gosta — suspirei

Bianca: agora me fala que história é essa de viajar do nada? Logo logo eu já vou noivar, eu só tenho você Vi — segurou minha mãe, e quando olhei Jacson já não estava mais ali.

Vitória: preciso te falar tanta coisa... tá muito complicado... mais se não for agora eu não consigo mais, Bi o Jacson abusa de mim — ela me olhava extasiada, ela não se mexia, o que me causava mais ansiedade

Bianca: eu.. eu vou matar ele — seus olhos encheram de lágrimas

Vitória: você não pode... você sabe que não, não sem provas, eu quero paz, não quero carregar isso nas minhas costas, Victor me deixou passar alguns dias em São Paulo, quero que você converse com ele, menos sobre isso, eu sei que tudo vai da certo... mais voce não pode fazer nada...

Bianca: e Victor ? Victor sabe disso?

Vitória: Não... eu nem sei se ele acreditaria em mim. Só você sabe... e mais ninguém, já faz alguns anos falar tudo isso está doendo, não queria te trazer problemas — nós duas chorávamos muito, o que fazia algumas pessoas olharem

A gente ficou ali durante algumas horas, até Victor me mandar mensagem dizendo que já que eu não queria que Jacson soubesse ele me daria um cartão e eu vapor iria me levar ao shopping para comprar tudo até da o horário do voo. Parecia que meu desabafo com Bianca ali me deu um ar, uma vontade de tentar viver.

Flashback off.

.....

Achei meu EquilíbrioWhere stories live. Discover now