Capítulo 8

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  Acordei com som de teclado batendo, olhei para baixo, uma luz fraca vinha da cozinha, me levantei, sem ao menos calçar o chinelo, andei lentamente até a cozinha, meu pai estava sentado na mesa do balcão mexendo no notebook.
   Ele me olhou, sorri, ele sorriu também, andei em sua direção, ele voltou a ler, fiquei atrás dele, comecei a ler, estava no começo ainda.
    - O que você está lendo? – perguntei.
    - Algumas informações que eu consegui tirar do Cletus. – respondeu ele.
   Ainda lendo, prestei atenção em cada palavra, cada uma descrevia atentamente como ele matou cada corpo, a onde ele colocou cada pedaço que tirou, fiquei enjoada, mais não parei de ler. Meu pai, percebendo que eu estava lendo, fechou a tela rapidamente e se virou para mim, se levantando.
    - Não era para você ler aquilo – falou olhando para mim, segurando meus ombros. – Vem, vamos dormir.
   Ele começou a me puxar, quando me guiava para o quarto, perguntei:
    - E o Cletus?
    - Eu lutei com ele hoje, não sei a onde ele foi depois, destruiu uma igreja, a onde ele estava. – ele falou já ao lado da cama.
   Deitei na cama, ele deitou logo em seguida, ficando um pouco longe de mim. Virei para ele que olhava para o teto, percebi que ele estava tenso.
    - O Venom está dormindo? – perguntei com ironia.
   Ele me olhou com curiosidade, depois sorriu e virou o corpo para mim.
    - Está - respondeu. – Ele está um pouco cansado, então, vamos deixa-los descansar.
   Sorri. Fechei os olhos e senti sua mão pesada acariciar meu rosto. 
Acordei no dia seguinte com meu corpo doendo um pouco, minha bochecha estava um pouco dolorido, olhei em volta, procurando meu pai.
   Sai da cama rapidamente indo em direção a sala, decepcionada.
   Olhei em volta, voltando para o quarto coloquei uma calça jeans rasgada na coxa, uma camiseta larga branca, uma jaqueta de couro preta e uma bota militar de cano curto preta.
   Voltei para a sala, peguei a chave da moto que por algum motivo eu consegui guardar no bolso da outra blusa.
   Sai do apartamento, comecei a descer as escadas, uma mão segurou meu ombro, assustada e alerta, girei para a esquerda, pegando seu braço e sua nuca e o colocando contra a parede, prende seu braço atrás do próprio corpo, ele gritou de dor, em seguida começou a pedir desculpas.
   O soltei, olhei para sua fisionomia, ele era alto, cabelos um pouco loiro, olhos azuis e bem forte.
    - Foi mal! - falei balançando a cabeça.
    - Relaxa! - falou ele sorrindo e abaixando a cabeça.
    - Posso te ajudar? - perguntei.
   Ele levantou a cabeça e olhou em volta.
   Ele abriu a boca para falar algo mais fechava como se tivesse com vergonha de falar.
    - Na verdade sim! - ele finalmente conseguiu falar. - Estou procurando o apartamento 151, sabe a onde fica, me disseram que era no quinto andar.
   Olhei para atrás do seu ombro e apontei para a primeira porta da direita. Ele olhou para aonde eu apontei, voltou a olhar para mim e sorriu.
    - Valeu!
    - Imagina.
   Voltei a descer mais quando fiz a curva para o outro lance de escadas ouvi sua voz delicada.
    - Qual é o seu nome? - perguntou ele.
   Parei de andar e olhei para ele sobre o ombro.
    - Svetlana! - respondi. - E o seu? - quis saber.
   Ele me lançou um sorriso ainda maior.
    - Peter... - ele deu uma pausa. - Parker. Peter Parker!
   Sorri.
    - É um prazer em lhe conhecer Peter.
   Ele sorriu.
    - O mesmo.
   Voltei a andar, descendo as escadas, fui para o beco e liguei a moto, coloquei o capacete e sai pela cidade. Entrei na delegacia as pressas, não fazia a menor ideia porque eu estava lá, mais eu havia ido lá, agora eu tinha que continuar.
   O delegado, estava sentado com um jornal na mão, assim que entrei, nem falei bom dia nem nada, já entrei falando o necessário.
    - Ontem a noite eu e meu pai fomos atacados por pessoas que estavam como militares mais eles não agiam como militares.
   Ele abaixou o jornal e me olhou.
    - E o que eu tenho a ver com isso? - perguntou.
   Fiquei sem entender.
    - Até aonde eu sei, você é o policial! - disse, ele se ajeitou na cadeira, dobrou o jornal e colocou sobre a mesa.
    - Eles era militares da elite - começou. - E até aonde eu sei, eles foram encontrados mortos no beco do apartamento da casa do seu pai e de acordo com alguns depoimentos, eles só atacaram a vocês porque vocês o atacaram.
    - Isso é mentira! - gritei.
   Ele se levantou.
    - Se é mentira ou não eu tenho que te prender. - ele veio para cima, mas meu instinto foi correr.
   Corri em direção a saída, passando por polícias que tentavam me pegar, mais eu conseguia desviar das mãos deles.
   Sai, já pegando a chave e ligando a moto, sai em disparada pela rua, olhei por cima do ombro e vi dois polícias entrando numa viatura.
   Acelerei, virei a direita, depois em um beco, no final do beco, estacionei a moto e coloquei algumas lonas que eu achei, agachei atrás de um lixo, ouvi a viatura passar, levei mais alguns segundos, encostei meu corpo na parede e joguei minha cabeça para trás, respirei fundo, algo sobre minha cabeça chamou a minha atenção.
   Uma mochila caiu na minha frente, soltei um grito mais tampei o som com a mão, olhei para cima, alguma coisa se mexia no alto, olhei para o lado e vi um cano de ferro, segurei no cano e comecei a subir, sem olhar para baixo subi lentamente, quando cheguei no topo vi um homem com uma roupa vermelha e azul sem uma máscara.
   Sem fazer movimentos bruscos, consegui pegar um ferro grosso, andei em sua direção elevando o ferro sobre a cabeça, quando joguei o ferro para acerta-lo ele virou para mim e segurou o ferro.
   Me assustei e em seguida me surpreende.
    - Peter? - perguntei.
   Ele sorriu, depois pegou o ferro da minha mão e jogou longe.
    - Oi! - falou se virando para mim novamente.
   Suas bochechas estavam um pouco vermelhos.
    - O que você está fazendo aqui? - perguntei cruzando os braços.
    - Ia te perguntar a mesma coisa! - ele falou olhando para trás.
    - E que roupa é essa? - perguntei novamente.
    - Eu sou o Homem-Aranha - começou a explicar. - Tenho superforça, teias que sai de mim e... - ele me olhou. - Algumas semanas eu recebi uma notícia de que havia uma ameaça em São Francisco e eu vim ver o que era, ontem a noite eu o vi atacando uns militares.
   Olhei para o chão e não consegui controlar a língua.
    - Porque ele nos atacou primeiro. - falei.
    - Você conhece aquela coisa? - perguntou.
   Olhei para ele indignada.
    - Aquela coisa tem nome e é Venom - respondi quase aos gritos. - E ele não é mal, ele estava me protegendo.
   Ele olhou para mim surpreso.
    - Bom saber! - ele falou. - Então eu não preciso me preocupar?
   Olhei para ele e pisquei várias vezes.
    - Deveria se preocupar com o Cletus - comecei. - Ele é a ameaça.
    - Acho que esse seu amigo Venom pode dar conta.
   Ia responder mais meu celular tocou no bolso, peguei o celular e olhei para a tela, era meu pai, atendi.
    - Alô! - falei.
    - Alô! A onde você está? - perguntou.
   Menti.
    - No centro.
   Na verdade eu não fazia ideia a onde eu estava, dei as costas para o Peter e fui para a beirada do prédio.
    - A onde você está? - perguntei.
    - Em casa, vem para cá agora. - ele ordenou.
    - Estou indo embora! - respondi.
    - Te espero. - ele desligou.
   Me virei para o Peter, mas ele não estava mais lá, havia sumido, olhei para baixo, virei de costas e comecei a descer por onde subi, senti o chão no meus pés, tirei as lonas da moto, olhei para trás, peguei a mochila e subi, liguei a moto e voltei a pilotar, passei pelo beco, andei em alta velocidade.
   Cheguei no apartamento e estacionei a moto no beco, subi as escadas correndo, quando cheguei de frente ao apartamento do meu pai, a porta se abriu e meu pai me observava com um sorriso.
    - Oi! - falei entrando e o abraçando.
    - Eu estou bem! - falou.
   Ele saiu do abraço e fechou a porta, mas não dei nem um segundo e alguém bateu na porta.
    - Polícia de São Francisco! - gritou o policial. - Abram a porta.
    - A gente tem que ir! - falei.
    - Eu sei!
    - A gente tem que ir! - agora eu estava aumentando a voz.
    - Eu sei! - ele gritou olhando para janela.
   Ele pegou minha mão e começo a correr, me puxando para junto dele, antes de pular pela janela, ele se transformou no Venom, me pegou no colo, me protegendo e pulou pela janela, soltei um grito, senti um solavanco como em uma montanha russa.
   Algo quebrando fez com que eu ficasse imóvel, vidros estavam estilhaçados pelo chão.
   Senti meu corpo abaixar, depois o corpo de um homem, olhei para o rosto do meu pai que dava expressão de dor.
    - Você está bem? - ele perguntou.
    - Estou! - respondi. - E vocês dois?
    - Estamos.
   Saimos de cima do carro quebrado, corremos para a moto, eu sentei no piloto e meu pai na garupa, com muito relutância lógico, liguei a moto e sai pela rua, passando pelos carros. 
    - Para a casa da Anne!
   Acelerei a moto, escondi a moto em um beco escuro, até a casa da Anne andamos um pouco, assim que chegamos, não tinha ninguém.
    - Não podemos ficar na rua. - falei.
    - Eu sei. - ele estendeu a mão e eu peguei, saimos andando de volta a moto.

Obs: No meu tiktok (multiskywalker) eu faço alguns vídeo da minhas Fanfic, se quiserem ir lá dar uma olhada.

Venom: A Filha (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now