Dark Night (AU!Ziam)

Capítulo único.

Liam odiava apagões.

Odiava mais do que atrasar entregas, ficar sem dinheiro e ficar sozinho.

Olhando pela janela do seu quarto, a cidade inteira estava apagada. Apenas algumas poucas luzes de emergência iluminavam, com trovões cruzando o céu e raios a assustar naquela noite.

Inferno, ele praguejou. Só queria uma boa noite de trabalho.

Ele jogou os cabelos que estavam longos para trás e colocou seus óculos. Sentiu as costas latejarem pela queda que tomou quando as luzes se apagaram durante seu expediente de corrigir provas e trabalhos. Sem camisa, deveria ter ficado uma marca do piso nelas. 

Pelo menos, não quebrou nada.

Suspirou e foi até a cozinha, com o auxílio da lanterna do telefone. Encontrou a lanterna que usava para acampar com os rapazes e a ligou. A luz forte iluminou um pedaço do seu apartamento, mas ele não poderia fazer muita coisa.

Dependia da energia para ligar o roteador de internet e abrir seu computador.

Quando pensou em abrir uma cerveja, escutou o som vindo do corredor. Aquela voz rouca e marcante, que só uma pessoa poderia ter.

Rapidamente, desviou sua atenção para a regata preta jogada no sofá e a vestiu. Com pressa, foi até a porta.

E ele realmente estava lá.

Ajudando uma mulher grávida e seu filho a encontrarem com o zelador do prédio, Zayn Malik parecia muito inocente em seu suéter preto e óculos de aro grosso. Cabelos platinados e um discreto piercing no nariz o fazia se tornar mais belo do que um homem poderia ser.

Liam encostou-se na porta e deixou levar.

Morava naquela condomínio há alguns meses. Mudou-se para ficar perto do trabalho, afim de ter paz para seus pensamentos. Terminou um relacionamento e decidiu focar na carreira de professor, sem interrupções.

Mas então, o viu. 

Saindo do elevador, usando um terno preto e cabelos negros como uma noite, seu vizinho de porta era taciturno e calado. O cumprimentava algumas vezes com "Boa noite" e "Bom dia". Ás vezes, deixava algumas encomendas na casa de Liam, e nada dizia, apenas o observava. Liam também notava que o fluxo de pessoas no apartamento dele não eram poucas: Mulheres e homens sempre o visitavam. Mais homens do que mulheres, se assim dizer. 

E tinha as encomendas. Muitas caixas e muitos entregadores em alguns períodos do dia.

Liam achava que Zayn poderia ser algum empresário, ou modelo.

Mas nunca quis se aprofundar, pois gostava de observar ele ao longe, como se ele fosse o sol e Liam, Ícaro.

Ele iria cair se chegasse perto demais de Zayn.

E ainda mais, ele só era um professor de geografia de uma escola. Não deveria ser nada comparado a ele.

Suas costas arderam por se lembrar da queda. Tentou voltar ao apartamento, mas parou quando viu Zayn andando em sua direção, segurando uma lanterna.

— Está com problemas? 

A voz dele soou preocupada e muito doce, diferente dos tons diversos dos últimos dias. Liam prendeu a respiração quando viu que ele estava há poucos metros de distância dele.

— Não — A voz de Liam saiu despreocupada — Eu ia te perguntar a mesma coisa.

— Suzan e o filho dela vão para a casa da mãe — Ele justificou — O bebê pode nascer á qualquer momento, e ela está com medo. Só ajudei pois esse apagão...