Amor em dobro

CAPÍTULO 8

Sabrina chegava em casa, com o rosto todo borrado de maquiagem, depois de chorar muito, e com as roupas sujas de terra, e o corpo um pouco machucado. Ela tentava dormir para esquecer aquele dia horrível, mas ela não conseguia, ela só chorava mais e mais. No dia seguinte, Sabrina desabafava com os amigos sobre a péssima tarde que ela teve com Joey. Mônica e Ross não acreditavam no que eles estavam ouvindo. Eles gostavam tanto de Joey, não esperavam aquela atitude vindo dele.

— Ele foi para cima do Kauan e bateu nele? Meu Deus, eu não esperava isso do Joey. Eu juro que na minha cabeça, ele era uma pessoa que sempre tentava resolver tudo na base da conversa, mas parece que as aparências enganam, e muito. — Mônica ficava, indignada.

— Sim, e eu achei isso uma idiotice. Meu Deus, a cena dele batendo no Kauan, eu nunca vou esquecer. Bom, como eu te disse, a culpa foi toda minha, eu que não soube parar a moto. Fora que o carro era do Lucas, eu sabia como aquele carro é caro, e agora eu vou ter que pagar o prejuízo. — Sabrina colocava uma mão na cabeça.

— Bom, o menino tem beleza, sabe falar quatro línguas, é rico, a mãe tem uma lanchonete, uma concessionária de carros, loja de celulares, e uma loja de móveis, esse menino tinha que ter algum defeito. Ele só podia ter tido um defeito menos perigoso, né? Alto-descontrole é assustador. — Ross olhava para elas.

— Sabrina, me desculpa oque eu vou perguntar agora, mas você se lembrou dele... não lembrou? Eu sei que nem tem como compra o Joey com ele, mas nesse momento isso deve ter voltado na sua cabeça. — Mônica segurava a mão de Sabrina.

— Eu me lembrei dele sim! Até hoje eu não esqueço disso. Eu tenho traumas, eu não quero voltar ter alguém assim na minha vida. Se não fosse você e o Ross me ajudando naquela época, eu teria morrido. Meu Deus, eu não suportava nem me olhar no espelho, de tanta vergonha, de tanto nojo que eu tinha de mim, sendo que eu tinha que ter nojo apenas dele imbecil.

— Eu devia ter matado aquele desgraçado naquela época. Me desculpa o jeito que eu estou falando dele... Na verdade, eu não peço desculpas não, porque eu nunca vou perdoar aquele desgraçado. Oque ele fez com você, meu Deus, eu espero muito que o carma volte para ele da pior maneira possível. Que ele tenha o pior dos castigos. — Ross abraçava Sabrina.

— É por isso que eu digo, o Ross é o único menino que eu gosto, e é diferente dos outros. Eu não vou mais cair no papinho dos meninos eu nunca mais caio no papo deles. Eu só tenho você, Ross, e mais ninguém... Ah meu Deus, isso só pode ser brincadeira. — Sabrina olhava para a porta e via Joey entrar.

— Sabrina, será que a gente pode conversar? Só nós dois? Agora que você e eu estamos calmos, acho que uma conversa civilizada pode sair. Eu preciso muito que você me esculte, e eu quero muito te escultar. — Joey ia até o balcão.

— Oque você querer conversar comigo, você vai conversar aqui na frente dos meus amigos. Eu não tenho nada para conversar com você, e eu te disse ontem que eu não queria mais olhar para você, então por favor, vá embora! — Sabrina olhava para ele, irritada.

— Desculpa, mas eu preciso que você me esculte. Sabrina, me desculpa pelo que aconteceu ontem. Eu fiquei muito irritado por ele ter te chamado de idiota. Eu sei que você não pediu para eu te proteger, mas eu não podia deixar ele falar com você daquele jeito. Eu fiquei estressado, eu me irritei. Eu não estava nem aí para aquela moto idiota, mas quando ele te ofendeu, foi isso a única coisa que me irritou.

— Joey, você ontem passou de todos os limites, e olha que aquela era a segunda vez que a gente estava saindo, mas tudo bem então, espera só um minutinho. Você vai entender isso de uma vez por todas. — Sabrina entrava na cozinha.

— Mônica, oque ela vai fazer? Se ela pegar uma faca eu corro daqui e me mudo para Atlanta. Imagina, ela matar o filho da patroa. Meu Deus, eu não posso ser preso por ser cúmplice de assassinato. Eu tenho toda uma vida pela frente. — Ross olhava para Mônica.