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Any Gabrielly

O mesversário do menino Ethan foi meio... caótico. Eu acabei perdendo a paciência e brigando com o senhor Beauchamp, o que percebi ter sido um grande erro, pois ele passou a semana seguinte super grosso comigo.

O homem ficou numa antipatia fora do comum nem sei como aguento cada dia e sigo sorrindo.

Recebi a carta mensal da Savannah e realmente foi bem encorajadora... e tão sentimental! Ela sempre coloca o lado pessoal e humano acima do profissional... ao contrário do senhor Beauchamp que reforça que funcionalidade é o que me mantém aqui.

É bom saber que haverão mais... no futuro Ethan poderá ter algo tão íntimo da mãe e ver o cuidado que ela teve antes mesmo dele nascer... como ela se importou e amou o filho... é lindo.

E claro, eu também fico muito bem ao ler as palavras escritas com tanto carinho.

Sinto que tenho uma espécie de obrigação aqui que me faz aguentar de tudo... o Ethan... ele é tão novinho, tão vulnerável... não consigo nem cogitar deixá-lo.

Babá não é a minha profissão dos sonhos, mas... a vida não é só sonhar e há coisas mais importantes que isso. Eu nem sei bem qual seria a minha profissão dos sonhos, como eu já mencionei, não sonho muito não, tudo relacionado a futuro nos meus pensamentos se resume a Eva... todas as coisas boas que desejo para ela.

Então se ficar aqui aguentando meu chefe significa o bem de Nour, Eva e Ethan, vale a pena.

Garantir toda uma estrutura financeira para bancar todos os estudos da Eva, dar uma vida boa pra ela, apoiar o sonho de Nour que deixaria os nossos pais tão orgulhosos e estar aqui por Ethan dando carinho e apoio necessário... isso tudo é maior que eu.

[...]

Acho que Eva pegou um resfriado, ela anda tossindo um pouco...

Eu havia acabado de voltar do quarto de Ethan, pois ele tinha acordado com fome e desfrutava das limitadas horas de sono que me restavam.

Mamãe... – sou desperta pela vozinha chorosa de Eva.

— Oi, amor... o que foi? – questiono ainda sonolenta.

Dói – murmura baixinho com lágrimas nos olhos e em seguida tem uma crise de tosse.

— Deixa eu ver... – encosto nela e noto que ela está febril.

— Hm... você está com febre... vamos tomar um banho frio e a mamãe vai te dar um remedinho...

Médio não... – resmunga e começa a chorar.

— É pro seu bem, filha... vamos...

[...]

Dei o banho em Eva e a mediquei, porém, aparentemente, ela não melhorou muito e começou a chorar mais, reclamando de uma dor no coração e foi aí que eu me assustei e decidi levá-la na emergência.

Coloquei uma roupa rápido, peguei os documentos dela e preferi chamar um uber, já que minha filha não quer me soltar.

— Calma, Eva... nós já vamos, deixa eu só fazer um bilhete avisando o senhor Beauchamp...

Tá bom...

Termino o bilhete e, quando eu já estou o enfiando por debaixo da porta do quarto do meu chefe, a mesma é aberta e ele me encara com uma feição confusa.

12 LETTERS | BEAUANY STORYWhere stories live. Discover now