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Any Gabrielly

Nesse momento estou arrumando a pequena mala que fiz, coloco tudo desajeitadamente pois sei que terei que tirar tudo quando chegar em casa. Ao perceber que tudo está na mala, olho em volta para ter certeza que não esqueci nada e quando olho para o abajur ao lado da cama vejo uma blusa que Josh deixou quando tomou banho, quem vê pensa que transamos nesse quatro pois a roupas suas por todo lado e a cama está bagunçada mas Josh só é desleixado e eu fiquei com preguiça de arrumar antes mas agora precisarei fazer, não me prontifico a abrir a gaveta erótica de Noah, fiquei tramutizada, parece que entrei no cenário de Cinquenta tons de cinza, credo.

Pego minha pequena mala e desço encontrando Josh revisando se esqueceu nada seu, após isso nos dirigimos ao seu carro e assim que Josh me deixa em meu apartamento saio saltitando até o elevador, irei conhecer Nova York, a cidade mais iluminanda do mundo, atrai vários turistas por sua beleza tanto no verão quanto no inverno, quando a neve cobre as ruas, caminhar nesse cenário seria um sonho, como se estivesse naqueles filmes clichês de Natal.

Onde a personagem principal inicia seu dia bebendo um café quentinho enquanto vai para o trabalho, com sua touca e seus casacos chiques. Estou tão empolgada que nem me atento a ver se tenho correspondências coisa que faço sempre, meus pais as vezes me mandam coisas pelo correio, segundo eles é uma forma de nos manter ligados.

Já não me sinto ligada a minha família desde que saí de casa, eles acabaram se afastando e nem percebi, quando vi todos já não falavam comigo, só para me avisar das festas de família e casamentos pelos quais tinha que explicar o motivo de não ter alguém para quase todos os convidados.

São apenas cartões de saudades, sem coragem de me mandar uma mensagem ou me ligar por vídeo, e também pouco me importa, minha vida já é complicada, não quero minha família me cobrando todo fim de semana pela mesma coisa. Que estou sozinha e usando minhas amigas como exemplo, Sina está com Noah e Sabina namora um jogador de futebol famoso e eu? Eu continuo sozinha vivendo nesse apartamento.

Deixo as coisas sobre a mesa e me dirijo ao meu quarto, desfaço a pequena mala e pego a mala maior que tenho, ponho meus sapatos, roupas de frio, vá que precise, meus produtos para o cabelo, peças íntimas e meus perfumes, pego alguns sapatos incluindo saltos e botas, nunca se sabe o que irei fazer nessa cidade, quero conhecer ela o máximo que puder, quero andar pela Times Square até meus pés cairem ou se desentegrarem, seja qual for a forma que irão sucumbir, eu quero aproveitar cada misero momento.

Estou realizando um sonho, sempre quis conhecer Nova York mas as oportunidades não batiam, já recebi um convite para acompanhar meu chefe mas a história vocês já conhecem. Pego meu remédio na outra mala e os coloco nessa, após verificar se peguei tudo fecho a mala empolgada, não vejo a hora de Sina chegar, ela me avisou que chegaria hoje e amanhã já pagariamos o voo para Nova York, ela não terá tempo de descansar pois além de desfilar irá publicar na sua matéria todo o desfile, detalhando cada peça como sempre faz e enaltecendo o talento do estilista responsável.

O clima ficou estranho depois que o incidente na piscina ocorreu, não entrei no assunto e Josh também não, a volta para casa foi em um silêncio incomodo, ambos não olhávamos um para o outro, quando finalmente paramos em frente ao meu prédio saio do carro apenas dando um tchau sem olhá-lo, ele retribuiu o tchau em uma voz baixa e arrancou com seu carro pelas ruas.

Fiquei um pouco pensativa ali mesmo, em frente ao meu prédio, repeti o mantra que criei: Ele é um galinha e só quer por você na sua lista estúpida de fodas de uma noite.
E com esse pensamento subi para meu apartamento, as correspondências estavam em baixo da porta e depois de olhar todas me senti triste, por mais que não demonstre eu sinto falta da minha família mas eles me esqueceram, as cartas só chegam três vezes ao ano e para eles está tudo certo.

Mas para mim não, eu quis morar sozinha e não me arrependo mas as vezes me sinto sozinha, olho em volta e pareço um cachorro abandonado, mas isso passa, é só carência, se eles não sentem a minha falta, eu também não sinto a deles.

Mais alguns dias de folga? Isso é perfeito. Sina tem suas ideias malucas mas sabe me ajudar as vezes, se não fosse por ela estaria em uma cadeira em frente ao computador digitando como se não houvesse amanhã. Nesse momento minha mala gigantesca está em frente a porta do meu apartamento, esperando para sairmos, bebo um copo de água pois foi cansativo arruma-la e principalmente fechá-la mas consegui após me sentar sobre ela e assim fechar o zíper, pagarei por excesso de bagagens? Sim, mas vai valer a pena.

Pego a mala e ao sair do apartamento o tranco verificando se está bem fechado. Chamo o elevador que vem rapidamente, adentro a enorme caixa de metal e sigo empolgada para o primeiro andar, quando chego o porteiro sorri ao ver malas, até ele sabe que trabalho como um animal e pela minha felicidade, terei as férias que mereço, conhecendo o lugar mais lindo do mundo na minha opinião.

Quando saio após o porteiro abrir a porta de entrada encontro Josh apoiado no seu carro como sempre, me surpreendo pois iria de táxi para o aeroporto encontrar Sina e Noah.

– Me de sua mala. – Pedi, ele se desencosta do seu carro e pega minha mala enquanto ainda tento processar que está aqui.

– Por que está aqui? – Questiono surpresa e desconcertada ao mesmo tempo.

– Eu disse que sou um cavalheiro, não disse? – Diz ao abrir a porta do passageiro para mim.

– E eu já disse que isso não combina com você. – Lembro, entrando em seu carro.

– Eu gosto, pois me deixa surpreendente. – Diz assim que fecha a porta.

– Você não é surpreendente, você é previsível. – Afirmo.

– Você não me conhece Gaby. – Ele diz ao se desencostar e dar a volta em seu carro, entrando no mesmo e seguimos para o aeroporto. – Por quê você é tão reclusa com relacionamentos? – Pergunta quando paramos no sinal vermelho.

– Não quero sentir o que senti da primeira vez. – Respondo simples.

– O quê você sentiu? – Pergunta sem retirar os olhos da estrada.

– O abandono. – Respondo simples verificando se meu cabelo não está desgrenhado no espelho do carro.

Josh não faz mais nenhuma pergunta e seguimos para o aeroporto, na fila caótica de carros que se aglomeraram na entrada do mesmo.

Já fui abandonada três vezes por três caras diferentes, me prometeram o céu mas conheci o chão quando desabei, não acredito no amor e sou assim pois esses acontecimentos tiraram a felicidade que um dia tive, que um dia pude aproveitar, eu me fechei para qualquer pessoa e isso me trouxe a solidão, mas prefiro ficar sozinha do que sofrer por mais um relacionamento fracassado.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

FeelsWhere stories live. Discover now