Há algumas semanas, Anne não frequentava a escola. Diana Barry, amiga íntima da ruiva, decidiu levar seus livros até a casa dos Cuthberts. Timothée acompanhou a garota, na esperança de encontrar Anne, mas sem sucesso. Isso ocorreu ontem. No presente momento, Olivia estava dormindo tranquilamente em sua cama, despertando rapidamente ao ouvir um forte som de sino.
A jovem saiu do quarto e dirigiu-se ao quarto dos pais, encontrando apenas sua mãe lá.
▬▬▬ Mãe? O que está acontecendo? Onde está o papai? ▬▬▬ perguntou Olivia.
▬▬▬ Acalme-se, Olivia. Seu pai foi à cidade com Timothée. Há um incêndio em uma das casas. Vista seu robe e desça para me ajudar a carregar os baldes ▬▬▬ ordenou Roseline.
A morena dirigiu-se ao seu quarto e pegou seu robe branco, descendo as escadas apressadamente. Viu as empregadas levando baldes até a carruagem, enquanto o Sr. Finn preparava os cavalos para levá-las até a cidade.
▬▬▬ Vamos, Olivia. ▬▬▬ Sua mãe proferiu, passando por ela e adentrando a carruagem. Olivia seguiu o exemplo.
O trajeto até a residência em chamas foi breve. As Kingsleigh desembarcaram juntamente com duas criadas, que as auxiliaram a transportar os baldes até os homens que se esforçavam para extinguir o incêndio.
Olivia avistou seu irmão subindo uma escada enquanto lhe entregavam baldes. Blythe realizou a mesma ação na tentativa de conter as chamas na parte superior da casa.
A Kingsleigh observou a ruiva abraçada à garota que sempre trajava vestido azul na escola. Bem, ela não podia afirmar com certeza que ela sempre ia assim, pois havia frequentado a escola poucas vezes.
Decidiu aproximar-se delas.
▬▬▬ Olá, meninas. ▬▬▬ Cumprimentou.
▬▬▬ Ah, olá, Olivia. ▬▬▬ Responderam em uníssono.
▬▬▬ Que terrível incêndio. Todos conseguiram sair da casa? ▬▬▬ Indagou Olivia, com aflição evidente em sua voz.
▬▬▬ Sim, a família Gillis está logo ali. ▬▬▬ Respondeu Barry, com preocupação.
▬▬▬ Por que as portas e janelas estão abertas? ▬▬▬ Perguntaram Anne e Olivia simultaneamente.
▬▬▬ Está pensando o mesmo que eu? ▬▬▬ Questionou Anne.
▬▬▬ Entrar, fechar as portas e janelas, e sair rapidamente. ▬▬▬ Respondeu Olivia, com determinação, recebendo a concordância da ruiva. ▬▬▬ Quer realmente fazer isso?
▬▬▬ Isso vai ajudar a diminuir o fogo, os garotos não estão conseguindo fazer tal coisa. Se você quiser ficar, eu vou sozinha.
Olivia concordou se dando por vencida, ainda aflita e sem coragem para fazer a ação perigosa com a ruiva. As jovens dirigiram-se à carruagem de Anne, dividindo os panos que haviam pego. Olivia ajoelhou-se e umedeceu os panos em uma pequena bacia com água.
As duas garotas adentraram a casa apressadamente, enquanto a voz de Diana chamando-as diminuía à medida que se distanciavam. O fogo no interior era mais intenso do que imaginavam; um passo errado poderia fazer a madeira ceder e prendê-las em um buraco ardente.
▬▬▬ Eu fico na parte superior, enquanto você fica com a inferior ▬▬▬ proferiu Anne, cujas palavras ressoaram com solenidade. A morena assentiu e diligente, fechou as janelas que se encontravam abertas.
Após algum tempo, a respiração de Olivia começou a falhar, lembrando-se tardiamente de sua aflição respiratória decorrente das crises de ansiedade.
Ao concluir o fechamento derradeiro da janela, prestes a abandonar a morada, um latido alertou seus sentidos. A morena caminhou cautelosamente em direção à cozinha, outrora local de refeições, agora envolta em chamas intensas. O latido ecoava em consonância com sua aproximação. Olivia avistou um pequeno armário, aprisionado por uma cadeira em chamas. Com um vigoroso golpe de seu pé, a jovem conseguiu abrir a porta, revelando um cachorrinho acuado no recanto.
A madeira encontrava-se em estado de fragilidade, levando a jovem a erguer o cão em seus braços e empreender uma rápida fuga do local. A densa fumaça que inalava ofuscava sua visão gradualmente, até que o animalzinho se libertou de seu colo e correu para fora da residência. Desprovida de forças para se levantar, Olivia desabou no chão. Em meio à exaustão, percebeu duas mãos envolvendo sua cintura, erguendo-a com cuidado. Seu rosto, manchado pela fuligem, testemunhava os efeitos da fumaça.
Finalmente podendo respirar o ar puro, a pessoa que a resgatara revelou-se como sendo seu irmão, Timothée. Este havia testemunhado Anne fechando as portas da casa e escutara os gritos desesperados de sua mãe em busca de Olivia. Descendo as escadas com pressa, quase perdendo o equilíbrio, avistou a ruiva emergindo da residência sem a companhia da irmã e adentrou apressadamente à procura da garota. Ao encontrá-la prostrada no chão, tomou-a nos braços temeroso de que algo terrível lhe tivesse ocorrido.
Após deixarem a residência, Roseline precipitou-se em direção a eles, acompanhada por Marilla e Rachel, que tentavam acalmá-la. Anne encontrava-se ao lado delas.
▬▬▬ Olivia! Olivia! ▬▬▬ exclamou Roseline.
▬▬▬ Estou bem, estou bem ▬▬▬ respondeu ela, entre tosses.
▬▬▬ Por que fizeram isso? ▬▬▬ indagou Marilla.
▬▬▬ O manual de incêndio do orfanato, não tinha muita coisa para leitura ▬▬▬ respondeu Anne.
▬▬▬ Na minha antiga escola, costumávamos realizar treinamentos de incêndio ▬▬▬ acrescentou Kingsleigh, tossindo.
Olivia dirigiu seu olhar para o lado e avistou um garoto observando a cena. Ele clamava ao Sr. Cuthbert, revelando quem havia apagado o fogo. Ao perceber isso, Olivia voltou-se para seu irmão e inquiriu:
▬▬▬ O cachorro, onde tá o cachorro?
▬▬▬ Que cachorro, Olivia? Não avistei nenhum cachorro nesse caos.
Ao ouvir tais palavras, Olivia foi tomada pelo choque. Como assim o cachorro não existia? Ela o segurou em seus braços e testemunhou sua fuga da residência. Quase sacrificou sua vida para resgatar um animal que sequer existira. A confusão a dominava, levando-a a questionar sua própria sanidade e a temer que estivesse começando a ter alucinações. Com o auxílio de Timmy, adentrou a carruagem e, exausta, entregou-se ao sono, enquanto os homens discutiam os planos para a reconstrução da casa no dia seguinte.
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॰ 𝆬 ⚝ MY GIRL, GILBERT BLYTHE
FanfictionGilbert Blythe fanfiction! Os Kingsleigh, uma família renomada que se mudou para a pequena e pacata cidade da ilha do Príncipe Eduardo chamada Avonlea, com o objetivo fugir do transtorno e dos holofotes da movimentada cidade de Londres. Como uma fam...