𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟸

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Catherine Howe,
Prythian

Olhava para os lados em busca de reconhecer o lugar que estou, mas nenhuma recordação vem em minha mente.

— Não é real, não real.— Digo para mim mesma enquanto ando em círculos.— A Doutora Harleen Quinzel disse que isso aconteceria, tudo sempre tem que voltar para esse assunto. O que eu sou, o que eu sinto, tudo volta para o abandono.

Tento pensar de maneira lógica, achar alguma solução ou ideia que justifique o que está acontecendo.

— Alucinação, é isso que está acontecendo. É tudo um surto psicótico, meu corpo encontrando um jeito de lidar com o trauma. Só preciso voltar para a realidade e estará tudo bem. É simples.

Fui me acalmando aos poucos, como se a calmaria e a tranquilidade presente entre as árvores entrasse no meu corpo. Até mesmo uma sensação familiar chega em mim.

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Faço um passeio silencioso pelo bosque. Logo iria voltar para casa, mas tinha uma certa curiosidade para explorar o mundo que meu subconsciente criou.

Após um tempo andando, encontro um tipo de vila que parecia abandonada faz um tempo.

— Salém.— Leio em voz alta a placa presa ao portão.— Olá, tem alguém aí? Estou entrando, espero que não se incomode.— Sinto como se estivesse passado por uma barreira invisível ao adentrar no vilarejo.

Caminho até a praça posicionada no centro do local, sento em um dos bancos e começo a admirar o ambiente. Tudo estava extremamente velho, algumas coisas já estavam apodrecidas e outras destruídas, mas eu não conseguia deixar de achar tudo fascinante. Aqui tinha uma história, não tenho noção de qual seria, mas provavelmente já foi o lar de alguém, o abrigo e a felicidade de um povo. As cabanas que agora não passavam de ruínas significaram alguma coisa. Acredito que todo lugar já foi o lugar de alguém, que toda terra destruída tem um passado tão profundo que é capaz de emocionar e arrepiar qualquer pessoa por mais impassível que ela seja.

Meu devaneio é interrompido pelo som de asas batendo, imagino que seja um pássaro bem grande considerando a altura do ruído. Porém, sou surpreendida quando escuto vozes.

— Silêncio, tio Cassian. Mais de 600 anos de idade e não aprendeu a pousar sem fazer tanto barulho? Sou séculos mais novo e pelo visto mais habilidoso também.

— Quer que eu te lembre quantas vezes o Azriel deixou você bater de cara numa árvore, Nyxzinho?

— Quietos os dois, a bruxa pode ouvir.

Entro numa cabana para me esconder deles. Não consegui ver quantas pessoas estavam do lado de fora, mas aconteceu como deveria ser, eles poderiam se assustar da mesma forma que meus antigos clientes.

Olho para o lado e me deparo com uma sombra que não era minha. Era possível uma sombra desconhecida ficar me seguindo?

— Ela está aqui.— Diz um homem alto, com cabelos pretos, olhos avelãs e... Asas de morcego?

O encaro confusa enquanto os outros dois homens passam pela porta, e para minha surpresa eles também tinham as mesmas asas.

— Como isso é possível?— Pergunto tentando tocar nas asas do homem com cabelos na altura dos ombros.

— Não ouse tocá-las.— Ele recusa me fazendo tropeçar.

— Meu surto psicótico, minha regras, Batman.— Digo enquanto tento novamente sentir as asas.

— Já estou cansado disso, vamos.— o macho de cabelos pretos e olhos azuis diz num tom arrogante.

De repente o sono domina meu corpo e tudo fica escuro.

Corte de Magia e Poder [Pausada]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora