Capítulo 6

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Eu disse a Layla que ela poderia ficar no meu apartamento, poderia dormir aqui se estivesse muito difícil ficar na casa dela, eu estou aqui me perguntando porque eu fiz isso. A mãe morreu!? E daí!
Quantas mães morrem todos os dias?

Agora estou olhando para uma garota deitada na minha cama, vestida com uma blusa minha, seu cheiro parece ter se espalhado por todo o meu apartamento. Não posso nem tocar nela, mesmo que eu esteja desesperado para fazê-lo.

Layla se mexe na cama parece estar tendo algum pesadelo, chora, meu instinto me faz trazer o pequeno corpo para os meus braços. Resmungo baixo me sentindo um completo idiota.

Demora muito tempo para conseguir pegar no sono.

...

Um cheiro bom de café se espalha pelas minhas narinas me fazendo despertar, estou cansado e com muito sono ainda. Me levanto vestido com apenas uma cueca, meu corpo reclama enquanto caminho até a pequena cozinha.

Layla está concentrada em montar uma mesa de café com os poucos e simples utensílios que eu tenho, um sorriso idiota se forma nos meus lábios. Sei que ela poderia ter comprado tudo e feito uma mesa impecável.

_Que susto! - ela diz ao me ver. - Eu só queria agradecer por ter me deixado ficar, não é muita coisa...

_Con certeza é melhor do que eu já tive em anos... - Caminho até ela e lhe dou beijo foi uma atitude impensada e no mais puro reflexo.

Layla retribui meu beijo, se encosta no pequeno armário, eu coloco ela sentada no móvel e aperto seu corpo, estou com uma vontade louca, o clima vai ficando cada vez mais quente, minhas mãos escorrem pelas roupas e por dentro dela, pela cintura até alcançar o sutiã que eu sei que é de renda, muito antes de toca-la.

_Ric... - eu conheço esse tom, não é preciso que ela repita e me sinto um completo idiota por imaginar que ela deixaria que seguimos a diante. - Eu... Meu me ligou, eu tenho ir. Eu queria ficar com você e esquecer todo o luto e...

_Você tem que ir, seu pai está sofrendo tanto quanto você. Obrigado pelo café.

Falo com ela olhando para chão, não consigo acreditar que ela possa estar usando a morte da mãe para fugir. Eu já deveria ter acabado com essa história faz tempo, não sei porque insisto nessa merda. Nem é tanto dinheiro assim!

_ Eu não estou pronta pra isso ainda... - a voz cheia de insegurança me atinge e um pensamento estranho passa pela minha cabeça. Não deve ser, com certeza não é isso.

Levo meus olhos aos dela, seu rosto corado, insegurança refletindo em seus olhos. Me sinto confuso, confuso de mais para formular qualquer frase coerente.

_Eu também quero, só... Não tenho cabeça pra isso. Você consegue me entender?

_Claro! - Não, eu não consigo, você não deve ser uma garotinha virgem para se preocupar tanto, é só abrir as pernas e eu resolvo todo o resto e de quebra você ainda vai sentir muito prazer! Então, não eu não entendo. - Você me liga mais tarde.

_Eu não tenho como te agradecer!

Ela me abraça como uma criança, me lembro da minha irmã Raele, meu peito dói de saudade, acabo retribuindo o abraço dela quando ela me beija rápido e se vai.

Esfrego o rosto nervoso, quanto têmpo vou ficar merda?

HopeWhere stories live. Discover now