Bônus - O amanhecer

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Sinto no meu corpo os reflexos da noite que passei com Ricardo. Me surpreendeu o que meu corpo é capaz de sentir, algumas vezes achei que morreria porque tudo em mim parecia vibrar, meu coração batia tão forte e descontrolado.

Um trem de carga me atropelou...

Acho graça do meu próprio pensamento, apesar de algumas dores serem bem reais. Não foi um trem de carga está mais para um homem de um e noventa forte como um touro e a batida... Meu corpo inteiro se arrepia só com o lembrança.

Me mexo na cama, ainda sonolenta. Isso é normal? Ricardo não está na cama e isso não parece normal, olho para o relógio no meu pulso, são nove horas! Me assusta o fato de estar tão tarde, eu já deveria estar em casa, meu pai com certeza está preocupado!

Vasculho a bolsa atrás do celular e o encontro quase sem bateria tem dezenove ligações do meu pai, dezenas de mensagens. Respondo um "estou bem, já estou voltando para casa, chego antes da hora do almoço" e corro para o banheiro para tomar um banho.

Saio com o corpo ainda molhado porque não encontrei uma toalha, me visto rápido, arrumo a cama escovo meus dentes com o dedo e um pouco de pasta, dou um jeito no cabelo e quando termino de me arrumar e arrumar o quarto Ricardo entra pela porta.

Eu não sei o que fazer, o plano era sair correndo sem ser vista, agora eu não sei o que faço.

_Pensei que ainda estivesse dormindo... - ele diz me olhando com uma expressão totalmente confusa, está com o corpo suado e sem camisa. A visão dele sem camisa faz meu corpo inteiro se acender, não deveria, mas faz. Desvio meus olhos dos dele envergonhada. - Eu comprei algumas coisas para o café. - Ricardo corre o olho pelo quarto, as roupas já não estão espalhadas, a cama arrumada. - Obrigado por... Ter arrumado o quarto. - por um segundo pensei que ele fosse agradecer pela noite.

_Tudo bem, eu dormi aqui também, era o mínimo que eu podia fazer. - sempre ouvia minha dizer que arrumar a cama que eu dormi era o mínimo!? Ela nunca deixou que suas secretárias fizessem isso por mim. Lembrar dela me deixa triste.

Tem algum clima estranho entre nós, ele parece estar na defensiva e eu estou muito sem graça.

_Você já vai? Não quer comer alguma coisa? - Ric pergunta olhando para minha bolsa.

_Meu pai está preocupado comigo... - estou morrendo de vergonha e, para variar, as cenas do aconteceu entre nós vem a minha mente toda hora.

_Entendi... - ele diz olhando em volta outra vez. - vou tomar um banho, tchau Layla.

Tchau Layla? TCHAU LAYLA!??? Ele não vai falar nada, nós dois passamos a noite juntos e não foi dormindo como das outras vezes. Ele...

Ricardo entra no banheiro, fecha a porta como se nada tivesse acontecido, eu quero bater nele, quero socar a cara de safado que ele tem, quero fazer ele dizer qualquer coisa sobre a nossa noite, eu quero... Voltar pra cama com ele. - Droga!!! - No que eu estava pensando? Que seria acordada com beijos pelo corpo e que faríamos amor outra vez? Óbvio que não!

Engulo minha vontade de gritar e saio do apartamento dele me martirizando por ter cedido, por ter feito sexo com a única pessoa que esteve próximo de mim durante todo esse tempo, a única amizade verdadeira que consegui.

Quando chego em casa o senhor Everaldo está com uma cara nada boa. Espero uma bronca daquelas e um bom castigo, coisa que não acontece tem alguns anos.

_ Quando for passar a noite fora me avise por favor. - ele pede voltando seus olhos para as folhas que estava lendo.

_Pai... Eu... Hum... Peguei no sono, eu deveria ter vindo mais cedo, mas...

_Não precisa se explicar! Talvez, esse rapaz, com quem você esteve, deva ter a decência de se apresentar, - Opa! Eu disse que estava com algum rapaz!? - já que está dormindo com a minha filha, ele deveria ser homem o suficiente para vir até aqui. - papai está mesmo magoado e eu me sinto confusa. - suponho que esse namoro tenha algum tempo.

Não estou namorando...

_ Ric é muito ocupado ele trabalha, tem a faculdade, ele também é esportista e tem os treinos...

_Não tão ocupado pelo visto. - meu pai diz deixando as folhas sobre a mesa de centro e me olhando com um ar severo - Ele conseguiu tempo para passar a noite com você, então ele tem tempo, que ele use o pouco tempo que tem.

Meu pai não costuma ser irônico, o fato dele estar sendo agora, só prova o quanto está nervoso. Abaixo a.minha cabeça e subo as escadas, preciso dormir só mais um pouco.

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