16: James Potter e Sirius Black

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James e Sirius quase morreram. Algumas vezes. Stalingrado havia sido um dos maiores horrores que os irmãos já haviam presenciado. Não havia nada mais cruel que a guerra. Amigos e irmãos caindo um após o outro. James e Sirius se protegiam e cuidavam um do outro. Sempre foi assim e seria para sempre assim.

Anos antes

- Eu te protejo Black. – James gritava apontando sua pequena espada de madeira para outro menino que brincavam com eles.

- Todos nós nós protegemos. – Sirius de 7 anos gritava enquanto corria para a batalha de brinquedo.

Tempos atuais.

James acordou do sonho. Os sonhos sempre aconteciam da mesma forma. Como longos flashbacks com as pessoas que amava. Com o pai e sua leitura antes de dormir, com Remus e suas histórias, com Peter e seu medo de escuro, com Sirius e sua mania de proteger a todos, com Lily e seus longos cabelos ruivos, com Lily e seu sorriso largo, com Lily e seus lábios macios.

Estava de madrugada e eles estavam indo para a França. Haviam vencido em Stalingrado, graças a Remus e o setor de inteligência. Ninguém resiste ao frio russo. Apenas os russos. Montavam campamento para descansar vez ou outra quando não paravam em pé.

A guerra nos faz virar monstros, James pensava. Nada é tão brutal ou cruel. James pegou a mochila e foi até a fogueira. Antes de pegar a garrafa de água tocou em algo que Remus havia deixado. As cartas. As cartas do pai e de Lily.

Do pai que ele tanto amou e admirou e de Lily, a mulher que dominava seus pensamentos.

Ele não havia lido. Não queria se despedir do pai. Não queria deixar Lily ir embora para sempre.

- Preocupado, Pontas? – Era Frank, um inglês que estava combatendo ao lado deles. Pontas era o apelido de James, porque eles diziam que ele era forte como um cervo.

- Está tudo bem, Longbottom. E você? Más notícias? – James disse apontando para a carta que Frank segurava. As lágrimas rolando o rosto do britânico.

- Minha esposa está grávida. – Frank disse visivelmente emocionado. – Ela está esperando o nosso filho.

James o parabenizou e ele se sentou ao lado de James sem conseguir dormir. Frank teve sorte do mensageiro os encontrar no caminho e entregar a carta. Sirius também recebia. E ele recebia algumas de Remus. Embora não fossem apenas para ele.

Ali, James e Frank que seriam da estranhos em qualquer outra vida se tornaram amigos. A guerra une as pessoas de forma inimaginável. Os laços criados ali permanecem acima de qualquer coisa.

Sirius levantou cedo e reparou que James não havia dormido muito como sempre. Tinha sido sempre assim. Desde que chegaram ao campo de batalha.

Os dias eram lentos. E quase sempre tinham perdas. Para Sirius a pior coisa era lidar com as ausências. Os companheiros que estavam ali e de repente tudo acabava.

Não havia nada de bom naquilo e Sirius era um soldado. Para James, Sirius notava, era ainda pior. O irmão que amava as pessoas lidava com a dor de perdê-las todos os dias.

Chegou ao lado de James e Frank e recebeu a novidade do jovem inglês com felicidade.

- Você devia ler a carta dela antes de partimos. – Sirius disse para James. Ele sempre tentava fazê-lo se distrair. Qualquer felicidade é um pouquinho de conforto quando se está no inferno.

James negou com a cabeça e eles seguiram caminho. A França os aguardava.

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