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2k 🐺

Tava morando real, bolado no nível máximo. Boto fé que até um tiro ali naquele meio ia ser menos importante pra mim do que ver a moleca que eu considerava como irmã desconfiando de mim, me tacando de traidor.

Mas o bagulho é louco assim mesmo, se não tiver tapa na cara, não é aprendizado.

Eu tava no sofá de casa bolando um quando alguém bateu na porta, enrolei um pouco pra abrir e quando abri era a Beatriz, ela tava de braços cruzados e a cabeça encostada no cantinho da porta.

Beatriz: Posso entrar? - Olhei ela dos pés a cabeça e dei espaço.

Ela se sentou no sofá e eu sentei no chão, já que os bagulhos tava em cima da mesa de vidro que ficava no chão, ela deitou a cabeça no sofá e pegou o celular.

2k: Veio aqui pra que? - Falei sem olhar pra ele, enrolando meu fino.

Beatriz ficou calada e eu já fiquei bolado, mas ignorei ela e voltei toda minha atenção ao bagulho, até ela colocar o celular em cima do vidro, eu olhei de lado e vi que tava aberto em alguma conversa.

2k: Eu tô sem cabeça pra papinho de merda, melhor tu meter o pé.- Falei voltando minha atenção ao meu bagulho.

Beatriz: Caralho, só lê isso.- Empurrou o celular pra minha frente.

Soltei minha seda na força do ódio, peguei o celular dela e era a conversa com Marcos. Ele tinha mandando mensagem em vários dias seguidos pedindo pra conversar com ela e ela não respondia, até mandar maior textão falando pra ele parar.

No texto ela dizia que era grata pelos momentos bons e apesar de tudo só iria se lembrar dele dessa maneira, mas que ela tinha conseguido ficar em paz, "com o 2k encontrei uma paz surreal, alguém que realmente é meu colo pra dias ruins." Era maior textão que nem eu li aquilo tudo, só pulei pra parte que ela disse; "vou ser tua colega pra quando tu precisar, nada além disso. Eu amo e quero estar apenas com o 2k, para de ficar no meu pé."

2k: E as outras vezes que ele te chamou e tu foi, Beatriz? - Falei ainda sem olhar pra ela, jogando o celular de lado.

Beatriz: Que outras vezes? Eu literalmente nunca deixei de ficar com você pra ir atender ele. A única vez que eu fiz isso foi quando a mãe dele morreu, você quer resumir meses nisso? - Ignorei ela.- Você sabe que eu tô certa e tá fazendo drama.

2k: Uhm, confia.- Murmurei.

Beatriz se deslizou do sofá até o chão atrás de mim, se sentou do meu lado passando uma perna por cima das minhas e passou a mão no meu ombro.

Beatriz: É você, só você.- Falou fazendo carinho no meu rosto.- Além disso, eu não fiquei com ninguém. Você ficou com aquela menina horrível, então você que deveria me pedir desculpa.

2k: Tu quer muito é pica, isso sim.- Falei de boa e ela gargalhou beijando minha bochecha.

Olhei pra ela e ela sorriu com o rosto perto do meu, soltei o meu cigarro recém bolado e segurei o rosto dela dando um beijo naquela feia. Foi um bagulho na maior paz e sem pressa, quando ela separou de mim e colocou um sorriso no rosto, fiz careta e beijei a testa dela, que fechou os olhos e eu fiquei mo paz, acendendo meu cigarro e marolando com ela.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora