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Larissa 🦋

A sensação de medo, de angústia dominava meu peito de uma forma horrível. Não sabia se o meu namorado estava bem, ao menos se vivo, aonde ele estava, se alguém ajudou ele. Isso não saia da minha mente, martelava o tempo todo, me deixando insegura.

Eu não sabia ao certo quantos dias tinham se passado, porém era uma média de 3 dias, no máximo. Eu estava com o Heitor atualmente. Eu não podia sair da casa que era gigante, tinha piscina e luxos incríveis, mas não tinha ele.

Eu entendi que precisava ser racional no momento, ser mais forte que meus sentimentos. Eu amo o Heitor, mas não posso negar que amo o Gabriel, e pensar no que ele vivia me falando sobre o Henrique usar o Heitor ao favor dele comigo, me deixava mais afastada do Heitor.

Infelizmente, era horrível ao menos pensar nisso, mas eu escolheria o Gabriel, assim como ele me escolheu diversas vezes, não podia errar com ele. Mas eu não queria fazer essa escolha, queria os dois ao meu lado.

Por esse motivo eu evitava me dar ao luxo de sair do quarto, tinha uma menina que passada o dia todo aqui cuidando do Heitor e infelizmente era melhor assim, tanto pra ele não sofrer, quando pra mim não sofrer mais.

O Henrique não havia pisado aqui nesses três dias, ao menos não no quarto e eu agradecia por isso.

Era provavelmente de madrugada ja, tudo silencioso quando eu decidi abrir a porta e sair pra comer algo, estava realmente com muita fome. Nem adiantava eu tentar sair daqui porque pela janela eu via mais de 10 homens só na entrada, não imagino por volta da casa.

Eu caminhei até a cozinha silenciosamente e abri a geladeira pegando o queijo e o danone do Heitor. Ajeitei um pão e me sentei tentando comer, porém, mesmo morrendo de fome eu não conseguia colocar nada pra dentro, talvez porque eu tava sendo consumida por total tristeza e não quisesse comer.

Coloquei o pão em cima da mesa e coloquei minhas mãos no meu rosto, um choro involuntário surgiu e eu nem tentei segurar, comecei a chorar feito uma criança tentando não fazer barulho.

- Ou, qual foi? - Me assustei com a voz da menina que ficava aqui e respirei fundo tirando a mão do rosto, minha mão tremia e eu mal conseguia respirar de tanto segurar o choro.

Ela me olhou preocupada e pegou um copo de água pra mim, me entregou e respirou fundo me olhando.

Lari: Você sabe do neguinho, não sabe? Me diz se ele tá vivo, só isso...- Implorei colocando o copo em cima da mesa.

- Eu só vi a luz acesa e vim olhar quem era.- Desviou o olhar, vou olhar pro quarto.

Lari: Por favor, só me fala...- Implorei.

- Vai deitar, esfria a cabeça.- Falou caminhando lentamente e me olhando.

Ela me olhava com um ar de preocupação, mas de medo ao mesmo tempo. A menina desviou o olhar indo em direção ao quarto dela e eu abaixei minha cabeça colocando a testa em cima do mármore frio da mesa. Fiquei ali até o dia amanhã mais o menos, permaneci sentada olhando pro nada até a menina ser a primeira a levantar.

- Você tá precisando tomar um sol, vem comigo um pouco.- Falou um tempo depois de levantar me encarando.

Lari: Não quero.- Ela me encarou com firmeza.

- Vem tomar um sol, Henrique não vai gostar de ver você com essa cara de morta.- Falou entredentes e puxou meu braço.

Tentei empurrar ela mas ela me puxou com força, chegando a me machucar, ela puxou uma cadeira pro cantinho do muro e me empurrou pra sentar, encarei ela feio e ela me encarou mais feio ainda.

- Lá dentro tem câmeras em todo lugar, todas tem áudio.- Falou baixo, quase que inaudível e eu encarei ela.- Se ele descobrir que eu tô te falando algo, ele mata a minha filha.

Lari: Me diz sobre o Neguinho aqui, só me diz que ele tá vivo.- Implorei.

- Se você não disfarçar, eu vou te deixar aqui sozinha.- Falou arrastando uma cadeira pro meu lado, e sentando de frente pro sol, fiz o mesmo respirando fundo.- Ouvi dizer que ele foi resgatado pela tropa dele, boatos que ele foi pro postinho, fora isso não sei de nada.

Lari: Mas ele tá vivo.- Sussurrei e ela me olhou sorrindo de lado.- Por que você tá aqui?

- Ele tá ameaçando minha filha na real...- Falou respirando fundo.- O meu único trabalho e te observar e cuidar do Heitor.

Olhei pra ela de lado e fechei os olhos soltando o ar, tirando um pouco da angústia que estava presa em mim, ao mesmo ele tinha voltado pro morro, isso já me aliviava. Fiquei quietinha realmente tentando relaxar um pouco, mas parece que a alegria acabou quando o Henrique resolveu aparecer naquela área.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora