Capítulo 2 - Ironia

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Oii lindes e perfeites, era pra eu tá dormindo, mas aqui estou escrevendo fic e sendo a desocupada que eu sou. O capítulo vai mostrar a primeira interação caótica de s/n e Camila, além de ter umas revelações aí. Enfim se tiver algum erro, já peço desculpas e digo que é tudo culpa da madrugada.

- Como a minha alma gêmea pode ser uma garota? Eu sou hétero - Camila dizia para Lauren e s/n começou a gargalhar sem um motivo aparente - Deve ter algo errado.

- O sistema nunca erra - Lauren disse séria - Além do mais, vocês não precisam ficar juntas, no sentido que você está pensando. Vocês podem ser amigas.

- Mas nós... - Antes que Camila pudesse protestar, Lauren já tinha sumido.

- Pode entrar mulher bonita - s/n disse divertida - Eu pego as suas malas. Espera
... - A mulher já gargalhava sozinha fazendo Camila revirar os olhos. Ela não entendia como aquilo podia ser a alma gêmea dela.

- Como você é capaz de fazer piada com a  morte?

- Você é muito mal amada, sabia? - s/n disse e Camila revirou os olhos - Pelo menos é gostosa - A latina deu um tapa no braço de s/n que reclamou.

- Isso doeu. As pessoas do bom lugar não deveriam bater nas outras.

- Ninguém mandou você me desrespeitar.

- Eu te elogiei - s/n falou e Camila revirou os olhos - Tudo bem, sem elogios - s/n levantou os braços em rendição - Mas você ainda vai implorar por um elogio meu.

- Eu duvido muito - Camila falou não acreditando que até a sua vida após a morte estava sendo um desastre.

- Você só está sendo tão dura comigo, porque eu sou uma mulher. Isso é homofobia, sabia? Ou seria uma autohomofobia? Por que se eu sou a sua alma gêmea, você não é o que pensava - s/n disse e Camila revirou os olhos novamente, em seguida seguiu para qualquer cômodo da casa só para ficar longe de s/n - Sério Deus? Que alma gêmea insuportável que você me arrumou - A mulher olhava pro céu, o que era estranho, porque teoricamente ela estava no céu.

- Como se eu estivesse feliz sendo a sua alma gêmea - Camila reclamou e s/n fazia uma falsa cara triste.

- Você nem deu a chance de me conhecer - s/n retrucou e Camila forçou um sorriso.

- Então me conte sobre você, s/n - A latina olhava para ela de forma julgadora.

- Só quando você parar de me olhar dessa forma - A mulher apontou para a cara da Cabello.

- De que forma? - A latina já se sentia sem paciência.

- Como se já estivesse me julgando antes de eu falar.

- Eu não estou te olhando assim - Camila retrucou.

- Está sim.

- Esquece a minha cara e só me conta sobre você - A latina disse e s/n começou a andar até uma espécie de sala de estar, onde havia uma grande televisão e um sofá que parecia bem confortável.

- Senta aqui, porque eu tenho muita coisa pra contar - s/n já disse sentada no sofá e Camila acatou a ordem ao ver que não teria escolha.

- Meu nome é s/n s/s e eu era médica voluntária na África - Camila esperava que a mulher falasse outra coisa, mas nada veio.

- É só isso? - A latina estava incrédula.

- Sim, pelo menos é só isso que eu sei sobre mim - s/n resmungou baixinho e Camila acabou ouvindo.

- Como? - A latina perguntou confusa.

- Nada - s/n respondeu com um falso sorriso - Agora me diga sobre você.

- Eu era dona de uma empresa de advogacia...

- Eu tenho certeza que você era muito mais gostosa de terno - s/n soltou recebendo um olhar repreendedor pra mulher a sua frente - Desculpa, continue.

- A minha empresa era uma das mais requisitadas do mundo. Nós dávamos suporte as mais variadas pessoas. Eu também fazia trabalhos voluntários em creches e...

- Já entendi, você era uma mulher perfeita - s/n disse e Camila revirou os olhos - Agora me conta, como você morreu?

- Você não acha que está obcecada com essa coisa de morte?

- Não, agora me conta - Pela primeira vez, s/n realmente parecia interessada.

- Isso é pessoal, eu não vou te contar - Camila disse ameaçando a se levantar, mas s/n segurou o seu braço.

- Morte vergonhosa? - Camila assentiu com um sorriso tímido.

- A sua também?

- A minha foi trágica. Morri durante a greve que fome que eu fazia em prol das crianças famintas da África  - s/n disse com naturalidade, já que talvez aquilo não fosse totalmente verdade. Pelo menos não pra ela.

- Sinto muito - Camila disse achando que a sua morte não tinha sido tão ruim assim.

- Está tudo bem, não é como se eu tivesse morrido - s/n gargalhava sozinha e Camila revirou os olhos se levantando - Ei, eu pensei que nós estávamos tendo um progresso.

- Por que você insiste nessas piadas sem graça? - Camila falou e s/n fingiu estar ofendida.

- Só estava tentando descontrair o clima.

- Não faça isso, é insuportável - Camila disse sendo imitada por s/n - Sério s/n? Você tem quantos anos? Três? - Lá estava a mulher fazendo a mesma coisa e a Cabello saiu dali batendo os pés.

Sozinha naquela sala, s/n resolveu sanar a sua curiosidade sobre a latina usando a central de memórias que ficava bem a sua frente. Ela percebeu que a trajetória de Cabello tinha tudo para ela ter chegado ao bom lugar: a latina teve pais abusivos que a obrigaram a ser advogada, embora a Camila de apenas dezoito anos queria seguir a área da música. Ela era advogada, mas também arrumava tempo para se voluntariar em creches e hospitais e lá ela ensinava música para eles.

- Eu com certeza não devia estar aqui - s/n disse pra si mesma ao perceber que Camila realmente era uma pessoa boa. Em seguida, s/n passou a olhar sobre as "suas" memórias. A s/n do bom lugar tinha sido médica voluntária na África, lutava pelo bem meio ambiente e ajudava velhinhos indefesos. Com certeza algo estava errado ali, já que a s/n de verdade era somente uma vendedora de remédios que enganava velhinhos. s/n acabou rindo com a ironia daquilo tudo.

Até o próximo capítulo

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