01 de maio de 2012 - terça-feira

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Como hoje é feriado do dia do trabalho, ontem também não trabalhei. Felipe fez uma festinha matutina em sua casa e convidou Roberto e eu. Perguntei se eu podia ir com Solange e Mônica.

— Claro que pode – ele falou me repreendendo. - Você tem que aproveitar essa fase de sua vida, Bia. Por mais que eu te conheça pouco, sei que você tem grandes dificuldades em se relacionar. Fica ai achando probleminhas em tudo e sempre vai deixando as meninas jogadas e esquecidas.

Putz, ele tinha razão... um pouquinho, mas tinha.

Sua festinha foi bem legal: churrasquinho, bebida, música. Eu e as meninas ficamos bem à vontade. Ainda chamei Sheila, mas ela recusou. Nem tentei Sam.

— Vocês duas estão cuidado bem da Bia? - Felipe perguntou para Solange e Mônica. Ele já estava bêbado e já teria papas na língua.

— Espero que estejamos – respondeu Solange me puxando para seu encontro. - O que você acha Mônica.

— Estamos fazendo um bom trabalho com ela, Fe. Pode ficar tranquila.

— Acho melhor mesmo – ela falou com os olhos bem caídos. - Porque se vocês abandonarem ela, quem vai namorar com ela seremos eu e o Roberto.

— Ai que horror, Fe – eu gritei. - Olha, desculpa, vocês são lindos, inteligentes e ganham bem, mas o que tem aí nas calças não me agrada nem um pouco.

— Você que é boa e não sabe o que está perdendo.

— Fala em namorar, você e Roberto – eu sugeri, - nunca rolou nada entre você e o Roberto, Fe? Vocês nunca pensaram em ficar um com o outro?

Ele arregalou os olhos. Acho que ele já foi questionado com isso.

— O Roberto é meu amigo, Bia – ele falou com um leve balanço de corpo causado pela embriaguês.

— Eu sei, só quis saber.

— Agora já sabe. Apesar de que ele é bem bonito, não é?

Ixi, acho melhor eu parar por aqui, pois bêbado tem tendências a relevar coisas que sempre quis e não consegue quando está sã.

02 de maio de 2012 – quarta-feira

O clima com Sheila está tranquilo. O problema está sendo Sam. Ele foi bem rude comigo hoje e falou que não podia me vê no barzinho hoje porque tinha um trabalho a fazer. Ai, até quando ele ia ficar assim? Não tenho saco pra isso.

Noite: Serena me segurou no trabalho quase até agora. Passamos horas escolhendo fotos para um novo catálogo de uma revista. Edição de fotos sempre era muito tempo. Os meninos queriam ficar, mas eu disse que não precisava. Acho que nosso trabalho ia tão bem porque quando se está em um lugar onde há uma equipe é diferente.

— Beatriz, queridinha – falou Serena -, vai pra casa. Faltam ver só mais umas trinta fotos, posso fazer isso só agora.

— Tudo bem, Serena. Não tenho nenhum compromisso por hoje. Posso acabar com você.

Ela não falou nada. Já vi que, assim como eu, ela não gosta de ficar insistindo em algumas coisas.

Em vinte minutos depois, acabamos e eu vim pra casa. Estou com a vista horrível. Não deveria nem estar aqui escrevendo essa terapia, para poder descansar os olhos, mas acontece que não consigo deixar de ligar meu novo notebook um dia se quer. Ele é lindo.

03 de maio de 2012 – quinta-feira

Ai, ai, ai... já estou começando a sentir vontade de ficar sozinha. A cada hora eu recebo uma mensagem no meu celular de Solange ou de Mônica. Eu fico feliz e alegre cada vez que sinto meu celular vibrar. Mas às vezes me bate uma vontade de, pelo menos um dia na semana, eu não dar satisfação a ninguém. E ir pra casa e me trancar em meu quarto e que ninguém saiba onde estou. As meninas não estão me cobrando nada, muito menos satisfação, mas eu sinto na obrigação de retribuir essa atenção que vem delas. E o pior, cada vez que eu fico assim, com essa vontade de estar só, eu me sinto mal, pois não quero ficar devendo para com as meninas. Elas são tão atenciosas e carinhosas, e se, quando eu estiver assim, eu falte com elas em algum ponto?

A Nada Fabulosa História De Uma Solteira 🏳🌈Where stories live. Discover now