Rugnar

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Levou horas para encontrarmos a árvore cogumelo ainda mais por conta da névoa que estava a encobrir a floresta, ao pousar em frente a árvore pude ver várias vinhas cobrindo uma entrada como um muro, mas permitindo a visibilidade ao outro lado. Não vi mal algum em me aproximar e apenas afastar as vinhas mas foi aí que senti um corte em minha mão, assim que Raytu pousou ao meu lado ela imediatamente me puxou.

-São vinhas navalha - Ela disse. - Jamais encoste nisto. Se não estiverem enfeitiçadas está tudo bem, vamos passar por cima.

O corte não foi profundo, mas o suficiente para me causar certa agonia e dificuldade caso precisasse empunhar minha espada. Assim que fui levantar voo pude ouvir alguém por perto.

- A quem procuram? - Disse a voz.

- Rugnar, o mago - Respondeu Raytu. - Precisamos achar... Ir para o Reino dos Sete Reis, temos uma importante mensagem para uma pessoa lá.

- E quem seria esta pessoa?

- Astrid, uma senhora idosa que procura seus filhos - Se notava certa tensão na voz de Raytu.

- Astrid? Diz sobre aquela senhora mãe dos ladinos? Seus filhos estão mortos e ela sabe disso - Um silêncio pairou sobre o ar. - Sei o que procuram, o Paladino!  Não irei ajudar a encontrarem ele.

- Podemos fazer um favor a você, Rugnar. Sabemos de um guerreiro que fez algo ruim à você, nos diga onde ele se esconde e derrotarei ele.

- Nada foi tão ruim quanto a perda de meu grande amigo, sumam antes que eu me arrependa de já não ter feito algo com vocês duas.

- O Paladino está se isolando por conta de não ter sido capaz de defender o rei, ele também está sofrendo. Não é só você que considerava o rei seu amigo - Retruquei.

- Você não entende nada da minha dor - Rugnar rugiu com força dissipando parte da névoa. - Mas como estão dispostas a acabar com o draconato eu poderei ajudar - Soou arrependido. - Eu não sabia que ele estava se isolando, mas se eu descobrir ser mentira eu irei atrás de vocês, aliás, quem as enviou?

- Tiffa, convivemos com ele por grande tempo.

Após um certo silêncio Rugnar apareceu, mostrando uma aparência pequena para sua voz tão forte e sua pele pálida por ficar tempo de mais na névoa longe do sol. Ele nos falou sobre a localização do guerreiro e conseguiu nos enviar para próximo dele. 

Porém, quando abri os olhos estava em uma floresta desconhecida e Raytu não estava do meu lado. Chamei pelo seu nome mas não obtive resposta, procurei ao redor de onde apareci e nada dela aparecer. A floresta densa tornava tudo mais difícil de enxergar e me locomover era pior ainda no terreno lamacento que meus pés afundavam. Pensei em voar para tentar me localizar mas seria tão difícil passar por entre os galhos grossos e folhas que estão no topo das árvores tampando a maior parte da luz solar.

Já passava um tempo desde que comecei minha caminhada, pude encontrar um lago mas o cheiro exalado dele não soava como se fosse potável ou saudável para atravessar, as vinhas grudadas nas árvores apenas parecia sufocá-las e se sentia um ar pesado sobre o ambiente... Algo não era bom, então já mantive minha espada pronta para o ataque caso algo aparecesse e foi aí que ouvi algo se mexendo no mato em minha frente, me preparei para um ataque quando saiu, perdida, Raytu. Nos assustamos com o encontro mas de certa forma foi um alívio, após me contar onde estava caminhamos mais um pouco e demos de frente para as ruínas que Rugnar havia dito que encontraríamos.

Um grande rosto preso a uma coluna lembrava um anão bem barbado, ao adentrarmos mais fundo portas eram encontradas abertas e a visibilidade se tornava ainda mais difícil até que minha companheira conjurou um pequeno fogo em sua mão esquerda iluminando o local. Andamos por grande parte da masmorra sem encontrar coisas interessantes nos quartos mais próximos da entrada, porém assim que desci uma escada algo se mexeu, Raytu me puxou com força para trás a tempo de me salvar de uma estaca que desceu com velocidade quebrando uma parede em seu trajeto, então deixei Raytu liderar o caminho. Eu preciso de certa experiência com masmorras.

Poucos metros pude ouvir vários sons de pedras caindo no quarto à frente, antes de qualquer reação a porta em nossa frente se abriu com força revelando pessoas deformadas sem armas correndo para nos atacar. Raytu aproveitou sua chama e lançou em direção aos "zumbis" causando uma pequena explosão entre eles e partindo todos em pedaços, mas no fundo da sala seguinte vimos se levantando, o draconato, bem alto e forte com uma grande clava em suas mãos pronto para a batalha. Raytu e eu nos olhamos e concordamos em entrar na batalha.

A Guerreira MatveevWhere stories live. Discover now