EPÍLOGO

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NICE, FRANÇA – 10:34 a.m

Sentei na mesa de vidro, o jornal ao lado. O meu suco já estava ali, provavelmente tinha sido a Emma que tinha pedido para mim.

Ela já estava com seu maiô Chanel com suas lindas e deliciosas pernas completamente expostas, lendo algo no celular, e com seus grandes óculos escuros em forma de coração. Eu quase não podia ver seu rosto, - mais corado do que nunca - por conta do seu chapéu.

E seu lindo anel brilhando na luz do sol.

Ela não me olhou até então.

Olhei a vista. Se olhássemos bem, nossa piscina era completada pelo oceano azulado de Nice.

Fiz bem em ter conseguido essa suíte presidencial. O sol estava forte, mas a gente raramente saia para ficar na praia. Preferíamos ficar aqui.

Emma gostava de ficar todo dia se bronzeando e tomando coquetéis.

- Por que acordou tão cedo, Em? – Perguntei abrindo meu jornal e pegando algumas torradas.

- Você não me cansou tanto ontem. – Ela sorriu, e pude ver apenas seus lábios mais grossos e rosados formarem um sorriso.

Ela tirou o chapéu, e os cabelos loiros caíram facilmente, formando uma linda moldura para seu rosto. O loiro ficou ainda mais brilhante quando o sol o tocou.

- Didier?

- Hm? – Perguntei.

- Você olhou as notícias hoje, querido? – Ela perguntou enquanto ainda lia algo em seu celular.

- Não, por que?

- Olhe isso.

Ela se levantou e veio até rebolando levemente, sentando no meu colo e me entregando o celular.

- Parte do dinheiro do Alpha Academic foi desviado para uma conta, que não foi encontrada. Mais de meio bilhão de dólares. Uau. – Falei por fim ainda lendo.

- Viu quem está sendo a suspeita por isso?

- Não... – Procurei o nome da suspeita. – Jane Grace? – Fiquei confuso.

- Sim. – Ela suspirou lamentando falsamente.

- Por que está assim?

- Será que eles já descobriram que o dinheiro de um escritório de advocacia foi desviado também?

Eu tive que rir.

- Provavelmente não, querida.

 X

Fiquei esperando enquanto ele desligava o carro. Seu terno preto, e o cabelo recém cortado. Seu sobretudo preto o deixando mais charmoso, como se fosse possível.

Ajeitei rapidamente minha roupa também preta. O falso luto.

Passei a mão nos meus cabelos recentemente pintados de louro. Eu estava completamente diferente, e minha cara de vadia maldosa estava acentuada.

Ele veio até mim, sorrindo, segurando minha mão. Andamos calmamente até chegar onde queríamos.

Estávamos no cemitério de Convington.

Não tinha ninguém por perto, era final de tarde, e estava ventando. As folhas das árvores caindo e se espalhando pela grama.

Tudo parecia muito limpo e bem organizado. Andamos até o nosso destino, ele soltou a minha mão para que eu chegasse mais perto dos túmulos.

Depositei duas rosas vermelhas em cada túmulo. Lado a lado.

- Até que ficou bonitinho. – Falei indiferente.

- Eu não sei como a frase coube. – Ele disse divertido. – Isso é quase simbolismo, pensei que não gostasse dessas coisas.

- Eu não gosto. Mas foi preciso, querido. – Sorri para ele.

- “Eu não posso mudar, estou aqui do meu modo.” – Ele leu a frase do túmulo. – “Isabella Marie Swan 1992 – 2010.”

- “Eu não sou um imoral, apenas nasci com qualidade e tiro vantagens delas.” – Eu ri. – “Edward Anthony Cullen 1991 – 2010.”

- Profundo não é? – Ele gargalhou. – De onde tirou a sua?

- De uma música. E você?

- De um filme. – Ele suspirou. – Ainda quer ficar aqui? Temos que ir.

- Como assim?

- Comprei passagens para Nice. Sei que você gosta.

- Pensei que você não quisesse Nice.

- Você sabe que por você eu faço qualquer coisa.

Sorri satisfeita, ele poderia mudar toda a sua aparência assim como eu, mas nós nunca iríamos mudar realmente.

Edward e Bella morreram e no mesmo momento Emma e Didier Kedroff nasceram.

Sim, o mesmo sobrenome, afinal, estávamos oficialmente juntos.

E não importa em que vida, ou os nomes, ou que fizemos no passado.

Ou se Cecile viria puxar nosso pé à noite.

No céu ou no inferno estaríamos juntos.

Para ser bem sincera, eu prefiro o inferno. Eu prefiro fazer o mau, eu prefiro fazer os outros sofrerem, que os outros paguem por terem nascido, e prefiro que eles não fiquem no meu caminho.

Então, não tente me enfrentar. Pelo menos você já sabe o que acontece. Afinal, em todos nós habita um animal selvagem. É da natureza humana ser cruel, e não há nada no mundo que segure pessoas más de fazerem o que elas fazem de melhor.

O mundo precisa de pessoas más. O que seria do mundo só com pessoas que se amam?

Seria uma grande escrotisse.

Então, aqui estava eu e meu parceiro.

Tornar o mundo o lugar mais habitável.

Afinal, o inferno sempre foi nosso paraíso.

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Oi gente, primeiro queria agradecer as meninas do grupo Cantinho das Fanfictions, que semana passada postaram atrás de #CI e graças a muitas interessadas eu voltei a postar ela. Confesso que sou grata a vocês porque foi uma forma de eu matar a saudade também e melhorar algumas coisas. Você me deram gás pra voltar a postar e escrever.

Quem chegou até aqui, muito obrigada por lerem tudo. Espero que tenham gostado, essa fanfic foi muito divertida de escrever e espero que tenha sido divertido pra vocês lerem também.

SURPRESA!

E quero dizer que acabou... mas ainda não acabou. Fiquem ligados no próximo post. 

CRUEL INTENTIONSOnde histórias criam vida. Descubra agora