Teach Me - JEGULUS

Réquiem

|| Futuro não tão distante...

— Regulus... — Aquela voz arrastada e arrepiante soou pelo salão suntuoso e Regulus que se mantinha sentado ao longe, da longa mesa onde se encontravam todos, se levantou sem demora.

— Sim, Mi Lorde... — Pediu como se fosse um soldado, olhando para sua frente em direção a parede descascada pelo tempo. O cheiro de mofo da antiga mansão dos Riddle era quase insuportável, além do mal-cheiro de um ou outro comensal que se mantinham sentados em silêncio no local.

— Poderia me emprestar seu elfo por algumas horas? — Questionou com um sorriso malicioso em seu rosto ofidico, quase irreconhecível se comparado a beleza que um dia tivera.

— Sim, Mi Lord... Será um prazer... — Falou Regulus tremendo seu corpo por inteiro, não queria colocar Monstro em perigo. Mas sabia que precisava fazer oque era mandado ou sua cabeça estaria em risco.  — Monstro...

Sem demora o elfo aparatou em frente ao bruxo.

— Meu senhor Regulus, chamou Monstro? — Questionou assim que ali surgiu, ignorando qualquer outra presença ao redor. O elfo só possuia olhos para o seu dono, tamanho carinho e devoção que possuía.

— Sim Monstro... Vá com ele... — Apontou para Voldemort que se mantinha de pé, na ponta da mesa e aguardava as ordens. — Faça tudo oque ele mandar entendeu? E venha para casa quando terminar a sua  tarefa...

— Sim, meu senhor Regulus... Tudo oque ele mandar... — Respondeu caminhando de forma desengonçada até Voldemort que apenas manteve seu olhar de desdém para ele.

Monstro chegou ao lado do bruxo e o olhou por pequenos instantes, vendo sua fisionomia monstruosa. Fitou ao longe Regulus, como se sentisse que não estava em boa companhia, mas não podia desobedecer uma ordem dada.

— A reunião está encerrada... — Voldemort aparatou com Monstro, desaparecendo da sala e logo todos também fizeram o mesmo.

Snape ficara, olhando em silêncio para Regulus que se mantinha na mesma posição de antes, como se estivesse congelado.

— Hora de irmos, Black... — Pediu apontando a saída, enquanto suas vestes azuis escura, escorriam pelo chão.

— E-eu vou ficar aqui... Esperar o Lord das Trevas trazer o Monstro de volta...

Snape suspirou com pesar e caminhou até onde estava o amigo. Ali se colocou e como se quisesse lhe dar algum tipo de força, mesmo que não o tocasse, respondeu:

— Você deveria ter se despedido melhor de seu elfo... — Ele sabia que provavelmente Regulus nunca mais veria o Monstro, já que Lord Voldemort não pensaria duas vezes em matar a criatura se fosse necessário.

— Oque você quer dizer com isso?

[•••]

O som das rochas desabando davam a sensação que logo ambos seriam soterrados. Mas a calma aparente de Voldemort não diria isso.

Ao entrarem na caverna úmida e fria, os dois caminharam para o fundo dela, calmamente andando entre estalagmites e musgos. O silêncio fúnebre do lugar era apenas interrompido com o som dos passos dos dois. Assim que Voldemort verificou a localização da corrente, jogou-a nos pés de Monstro e ordenou apontando sua varinha para ele.

— Agora Elfo! Puxe! — Monstro seguia quieto, apenas observando tudo com muita atenção. Como ordenado, puxou as correntes até que um barco em péssimo estado estivesse no leito do lago.

Usando de um remo enferrujado, Monstro remava, seguindo até a pequena ilha no centro do lago.

Nas águas escuras e gélidas, vez ou outra podia se ver pequenos orbes de luz que cintilavam ao contato da luz da varinha do bruxo. Mas logo oque pareciam apenas orbes, eram na verdade olhos, de inúmeros cadáveres que repousavam ao fundo.