10 - Uma carta

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Depois de uma reunião estressante que demorou mais do que devia me direciono a minha sala, tenho que pegar minhas coisas o mais rápido possível, minha Becca deve estar me esperando, dou uma olhada pela janela e o sol já se foi a algum tempo, pego meu celular para checar suas mensagens, ela deve estar uma fera comigo, não gosto quando minha barato fica zangada.

- Onde está você? estou te esperando a horas, vou pegar um táxi e ir para casa.

Será que dormirei nós sofá hoje? Sorrio ao imagino minha linda brava, ela fica tão fofa, um rubor surge nas bochechas marrons e suas pequenas mãos me dão tapas que nem se quer sinto, não que eu a deixe zangada muitas vezes, só acontece a vez ou outra, quando deixo de me alimentar corretamente ou quando a irrito com minha preocupação excessiva

Pego minhas chaves e dirigo direto para sua casa, ela disse que ia para lá. O trânsito não está ruim pela hora deveria estar, para me precaver passo na frente da cafeteria, e como o esperado está fechada, então corro até seu apartamento, estaciono na vaga destinada a ela, que uso sempre que venho aqui, eu não sei porque mas assim que saio do estacionamento para o elevador um arrepio me aflige, um instinto de que algo ruim iria acontecer, o pior é que costumo ter um bom instinto.

Apenas alguns lances depois paro no seu andar, e bato forte na porta de madeira levemente descascada, espero ser atendido por um sorriso, ou até mesmo com uma cara de brava, e acredite, estou pronto para comprar uma grande pizza de desculpas. Porém tudo que recebo e o silêncio, bato novamente e novamente, pensando que talvez estou sendo ignorado.

Sinto de novo um arrepio cresce se espalhando pela minha espinha, então pego uma chave reserva que para minha alegria ainda se encontra no aparador empoeirado acima da porta, quando descobrir sua existência fiquei horrorizado, sabia que qualquer um teria acesso a sua casa enquanto ela dormia não me deixou feliz, mas como é praticamente impossível ganhar uma discussão com Becca deixei de lado por enquanto.

Quando abro a porta para a pequena sala decorada com mais cores do que um arco-íris, para descobrir que não tem nenhum sinal da minha namorada por aqui,  nem na cozinha ou no quarto, ou no banheiro, não está em lugar algum, tento novamente o celular, para descobrir que está desligado.
Começo a me sentir desespero, com intuição gritando que algo de errado estava acontecendo.

Desci correndo até o estacionamento, mal registrei quando entrei no carro e dirigir em alta velocidade até a delegacia, algo me dizia que tinha que ir para lá.

Fiz o trajeto em tempo recorde, estacionei de qualquer jeito na frente da delegacia, e corri até a parte administrativa onde ficava minha sala, mas antes de conseguir cruzar o sala onde ficavam os policiais e investigadores em suas cabines particulares um deles me parou, era Charles, um investigador de ponta, em quem confiava, me que me ajudou em vários casos complicados.

- Cam, olha o que chegou no seu nome, achei estanho, porém esperei você voltar, mandei uma mensagem e liguei mas não atendeu.

Suspiro agarrando o envelope amarelo simples, pequeno porém parecia cheio com algo.

- obrigado Charles.

Ele me olha preocupado, no entanto acena com a cabeça e me dá as costas, outro calafrio passou pela minha coluna, me trazendo mais uma onda sensações ruins, isso me trouxe em um novo nível de nervosismo, internamente inventei várias desculpas para o sumiço de Becca, talvez foi na casa de uma amiga do trabalho, talvez saiu para algum bar, talvez...
Não sei, quero inventar desculpas, quero ter criatividade para imaginar mil situações, contando que nenhuma delas faça algum mal a Becca, por que sem ela... Sem ela não sei se conseguiria seguir enfrente, eu finalmente conheci a felicidade, e isso não vai ser tirado de mim.
Rasgo o lacre do envelope, e desdobro os papéis que estavam lá, uma carta digitalizada, e fotos... fotos... Da minha Becca, meu chocolate, da minha mulher, esse desgraçado, miserável, a tinha, amarada em uma cadeira de metal, amordaçada, chorando, com os olhos mais assustados, essa é uma imagem que vai ficar gravada para sempre, mesmo que queime essa foto maldita, solto com as mãos trêmulas as imagens da minha mulher assustada e ferida, e leio o que está escrito na folho branca com letras de computador.

" Chegou perto delegado, muito perto, mas não foi dessa vez, pensei que seria mais esperto, pelo que sei de você, tão inteligente, tão cuidadoso, um homem dedicado a profissão, mas você tem um verdadeiro tesouro delegado, que está mantendo escondido, de quase todo mundo, eu emprestei ela um pouquinho, ela é tão linda, entendo por que caiu de amor por ela, mas você sabe como é, ter tudo que você ama tirado de você, tudo que é seu por direito, e quando acha algo que você gosta de novo, e tão facilmente perdido, as coisas são voláteis, frágeis... Sei que você sabe exatamente como me sinto delegado, então entenda minha frustração, também sou alguém que ama alguém e estou fazendo isso para que essa pessoa possa me ver "

- que merda de carta é essa!

- Cam, tudo bem?

Charles ouviu minha exclamação e voltou, na verdade ele não tinha se fastado muito.

- essa carta, ela...

Estico  o papel para ele, estou mais abalado do que me permitir ficar, desde a morte dos meus pais, Charles lê com a testa franzida, enquanto só consigo pensar é em Becca, na sua segurança, como pode deixar isso acontecer, ela está na mão de assassino em série, um verdadeiro maluco, como fui negligente com a sua segurança, eu podia ter evitado, podia.

- Cam isso, está óbvio aqui, ela tá perdendo a sanidade.

- ela?

Sacudi minha cabeça, tentando a obrigar a pensar rápido.

- veja, isso, essas palavras, é claramente que alguém rejeitado, e me parece pessoal, na verdade tudo nesse caso me pareceu pessoal Cam, sempre algo direcionava o caso para você, e agora a Rebecca, será que você sabe de alguém, a mulher que rejeitou?

Isso é tão complicado, eu tenho rejeitado basicamente toda mulher que se aproximava de mim desde a adolescência, antes de Rebecca, escolher uma e quase impossível, sempre fui educada e sincero, nunca quis magoar ninguém, não consigo me recordar se alguma delas seria louca o suficiente para ser uma assassina em série.

- como exatamente eu deveria revisar todas as mulheres que rejeitei, as que neguei um drink, ou que disse que não queria sair na faculdade, como eu vou saber!

- pense Cam, você sabe como isso funciona, qualquer detalhe, alguém que se aproximou de você recentemente, depois de algum tempo, você viu alguém que se encaixe no perfil, próximo de você e Rebecca.

Ela... Agora, pensando bem, ela estava lá, não posso acreditar ela...

- Eu sei quem pegou Rebecca.

Digo a Charles que grita para equipe de policiais se preparem.

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Eu sei que demorou, porém estava cheia esse fim de ano, mas estou vindo para terminar essa estória agora rsrsrs, só mais dois capítulos 😍👍

Cam - Os escoceses- IIIDonde viven las historias. Descúbrelo ahora