Cam - Os escoceses- III

5 - Saída de emergência

MARATONA 3/5

#CAM

Ela só pode querer me deixar louco, e única explicação que tenho no momento, sua ousadia ultrapassou todas as minhas barreiras, me incendiando, queimando onde pensei que não era mais possível, e lá no fundo surgiu a esperança de curar uma ferida que nunca fechou.

Nunca me envolvi com ninguém em muitos anos por um motivo, e esse motivo e a causa do afastamento sistemático que ponho entre mim e Rebeca, ela não merece alguém como eu, uma mulher linda, sorridente e determinada, pelo visto corajosa, o que poderia oferecer a ela?

- Rebecca eu... Não posso...

Ela se levanta da cadeira também, se pondo em pé e cruzando os braços.

- Não pode por que? Eu quero um motivo.

Sua postura inabalável me diz que não vai se conformar com uma simples negativa, está claro como o dia que eu a desejo e ela não deixou mais claro ainda que é recíproco, e isso está me corroendo por dentro, eu quero tanto...

- Eu... Não, por favor Rebecca, não me peça para explicar.

- pois é isso mesmo que estou pedindo, ou me diz ou eu vou embora e acredite não sou mulher de segundas chances, então fala.

Rebecca está irredutível, e eu sei que essa situação é fora do meu alcance, eu queria contar, queria me abrir, queria beijar sua boca, porém não dá, não consigo.

- me desculpe, mas você não pode ir, tenho que pegar o depoimento...

- Se quer assim.

Seu olhar... É de longe a pior coisa que tive que enfrentar em muitos anos, são frios, e tristes ao mesmo tempo, decepcionados, e me bato mentalmente por fazer isso com ela, eu deveria agarrar essa mulher, e jogar ela nessa mesa, foder por todas esses anos sem uma boa transa, mas ainda não, ainda não, eu preciso de uma chance, eu quiz essa oportunidade por esse tempo todo, e finalmente vejo a possibilidade, me atrair instantâneamente por ela, pelo sue corpo, pelo seu sorriso, pelo sue cheiro, e isso para mim é um verdadeiro milagre, de forma alguma vou deixar escapar, ainda não posso oferecer o que ela quer, mas se permitir sentir, talvez em breve poderei

- Rebecca, eu quero te falar, eu quero muito, e é verdade, eu sinto algo forte por você, mas se tiver paciência eu posso te contar depois.

Ela me analisa com os profundos olhos castanhos, por um tempo pesei que nunca aceitaria, que iria me rejeitar, mas tudo que essa mulher faz é imprevisível, por isso ouvimos Pérolas como:

- Tá bom, mas de uma coisa eu não abro mão, um beijo bem quente, eu pelo menos para me gabar com as meninas do meu bairro que eu peguei um ruivo.

Não aguentei e soltei uma gargalhada alta, me dirigir até ela, e logo no primeiro passo meu sorriso sumiu, seria a hora da verdade, momento decisivo para mim.

- eu vou te beijar agora, somente beijar...

Eu disse isso mais para mim do que para ela, tentando conter o nervosismo, o que não deu muito certo pois ainda estou tremendo levemente, minha condição não é algo que me envergonhada geralmente, no entanto hoje estou me sentindo assim.