Capítulo 9

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Suspirei pesadamente enquanto encarava os quadros disposto na parede do escritório. Haviam duas horas que eu estava sentada na mesa do meu pai com o John ao meu lado.

Nós discutíamos sobre tudo. O desaparecimento do meu pai, os lugares onde ele poderia estar, a segurança da alcateia, os rebeldes, o comportamento dos alfas e todos os outros problemas que pesavam meu ombro.

Era a primeira vez que eu lidava tão diretamente com os compromissos da alcateia, e por mais que meu pai tivesse me ensinado sobre todas as coisas, ainda era extremamente lidar com tudo de uma vez.

De toda forma, descobri que John havia entrado em contado com meu tio Tom, e que ele já estava fazendo feitiços de localização para encontrar meu pai. E é claro que eu fiquei extremamente aliviada, eu tinha certeza que Tom conseguiria encontrar meu pai.

Também contei ao meu tio tudo o que havia acontecido nos últimos dias, contei sobre Aila e suas suposições sobre a minha mãe e sua profecia, John ficou preocupado mas eu logo lhe assegurei que Aila já havia mudado de ideia.

Depois disso apenas nos focamos nos documentos que informavam sobre os ataques rebeldes nos outros países. Era desesperador a maneira como eles atacavam, sempre investiam suas forças de uma só vez, atacando diversas vilas pequenas e desprotegidas por todo o mundo, matando e saqueando seus tesouros. Mas o pior de tudo é que, além disso, não haviam nenhum outro padrão para que preveníssemos seus ataques.

O fato de que, em poucos dias, os rebeldes conseguiram causar tanto caos entre as pequenas vilas, me causava um pequeno medo. Só os deuses sabiam o que seria daqui em diante.

Suspirando uma última vez, anunciei a John que sairia para respirar um pouco de ar fresco. É assim que sai do escritório elegante do meu pai, senti um pouco do peso nas minhas costas desaparecer, algo naquele lugar trazia muita responsabilidade.

Caminhando até o jardim lateral da minha casa inspirei feliz, o aroma das flores, fresco e fraco, preencheu meus sentimentos completamente, me trazendo uma certa paz. A floresta que estava a alguns metros de distância praticamente me chamava para lhe explorar.

Mas o que chamou minha atenção foi uma silhueta sentada no meio das flores do jardim. Vestida completamente de preto e com sua máscara habitual, Aila parecia perdida em ornamentos enquanto arrancava as pétalas da pequena flor em sua mão.

Me aproximei e me sentei ao seu lado, torcendo para ela não me expulsar dali. Porque de alguma maneira, aquele jardim estava me trazendo uma calma necessária.

-Terei que partir em breve.

Aila chamou minha atenção ao iniciar a conversa.

-É só dizer quando e eu prepararei a carruagem para você.

Depois disso, apenas o som dos pássaros e o farfalhar das folhas se fez presente.

-Temos que encontrar uma forma de acabar com esses rebeldes, Emma.

Eu suspirei, não querendo falar disso agora.

-Eu sei que falar é fácil, mas...não podemos deixar que eles continuem a espalhar esse medo entre os inocentes. Não podemos deixar que eles dominem o mundo com o próprio caos.

Aila parecia prestes a chorar.

-O que aconteceu com você, Aila?

Perguntei cautelosamente, desde que a vira pela primeira vez, ela havia me dito sobre a invasão em sua vila, mas ela nunca havia me dado detalhes.

A Filha do MalWhere stories live. Discover now