Como tudo começou- parte 2

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-NÃO, OS MEUS PAIS NÃO!- Cat gritou desesperada, arrancando o telefone das mãos de Lane. Os seus amigos e a enfermeira olharam para ela chocados e preocupados. Embora não admitissem muito, todos se importavam com Cat, que conseguia dar alegria e animar nos dias mais tristes. Até Jade, para a qual Cat era a sua melhor amiga e confidente. Sendo assim, era estranho e deprimente ver  a Cat tão fora de si. 

Lane aproximou-se dela com cuidado, como se Cat fosse um animal assustadiço que poderia fugir a qualquer momento. Como se Cat se tivesse tornado no próprio nome, e fosse um pequeno gatinho assustado, que poderia fugir a qualquer momento. 

Cat olhou ao redor, e sentiu-se enclausurada e assustada. De facto, apesar das boas intenções, ninguém naquela enfermaria estava a ajudar. Pelo contrário, estavam a aumentar ainda mais a ansiedade de Cat. A ruiva não conseguiu aguentar tanta pressão, e empurrou Jade para desobstruir a saída, deixando cair o telefone de Lane  e o seu em tal ato desesperado e de libertação. Jade ainda tentou ir atrás dela, mas Beck segurou-a. 

-Beck, deixa-me ir- gritou a gótica, contorcendo-se no aperto do seu namorado- Eu... tenho... de ir... atrás... dela!

-Jade, olha para mim- pediu Beck suavemente- Deixa-a ir, ok? Ela deve ter se sentido pressionada e assustada, ela vai voltar. Porque é que não voltamos para a aula?

-Mas...

-O Beck está certo, Jade- observou Tori, apesar do olhar furioso e intimidante da mesma- Vamos para as aulas. Se Cat não voltar, passamos na casa dela. - O grupo de amigos acenou concordando, e Jade, derrotada, nada mais pôde fazer do que concordar silenciosamente e voltar para a aula de Sikowitz. 

Na aula, enquanto Sikowitz divagava sobre cocos, mais especificamente o que estava a beber neste momento e as suas propriedades únicas, os cinco amigos estavam sempre a olhar para a porta, esperando ver  a animada ruiva entrar ofegante, pedir desculpa pelo atraso e sentar-se na sua cadeira enquanto contava uma história esquisita sobre o seu irmão que todos fingiriam entender, mas isso não aconteceu. Nem na aula a seguir, e muito menos na última aula do dia. 

Cat não voltou. 

Quando a campainha tocou, Jade, Tori, Robbie, Beck e André correram logo para a saída, em direção ao carro de Beck, onde se instalaram em direção á casa da avó de Cat, onde  a mesma estava a morar desde que o seu irmão tinha ido para o hospital psiquiátrico, de onde só tinha saído hoje. 

- Gente ela deve estar a relaxar, acalmem-se!- Tori tentou aliviar o ambiente pensando positivo- Ela e aquela loira devem estar no sofá deitadas a ver televisão, de certeza! Afinal, ela parecia fixe!

- Aquela loira chama-se Sam- informou Jade- E duvido que estejam as duas deitadas no sofá abraçadas. Ela é parecida comigo, sabes?

- Assustadora e violenta?- perguntou Beck, provocativamente, olhando para a namorada. 

- Exatamente- confirmou Jade, com um sorriso malicioso- E é melhor prestares atenção á estrada. Podes olhar melhor para mim logo á noite.

-Mal posso esper-

- Eu acho que nós não precisamos de saber disso, sabes- interrompeu André, relembrando os namorados que não estavam sozinhos.

-Exato. Nós não queremos de maneira nenhuma saber os pormenores da vossa vida sexual- reforçou Tori, fazendo o casal rir-se. Quando Jade ia responder, o Beck parou o carro, informando que tinham chegado. Jade correu logo para o exterior, seguida dos colegas, e tocou á campainha. 

-ESTOU A IR BABE- gritou uma voz de dentro da casa, abafada, seguida de passos. Era Sam, mal abriu a porta, franziu a sobrancelha ao constatar que não era Cat que estava á porta. Sam ainda pensou em fechar a porta na cara deles, mas, ao ver Jade, decidiu deixá-los entrar.

- Desculpa por termos aparecido sem avisar, Sam- começou Jade- É só que estamos preocupados com Cat. Ela já chegou a casa?

- Não- respondeu Sam, começando a ficar alarmada- eu pensei que ela estava na escola... Bolas! Eu devia ter posto um localizador naquela miúda! 

-Ela meio que desmaiou na sala depois de ler uma mensagem... E depois fugiu da enfermaria quando se mencionou os pais dela- explicou Robbie

-Os pais dela? PORQUE RAIO FIZERAM ISSO?- gritou Sam, já completamente desesperada- Dá-me o telefone dela. 

André deu-lhe o telefone de Cat, que Sam rapidamente desbloqueou. O grupo entreolhou-se, como raio ela saberia a password de Cat? Sam, alheia ás dúvidas dos cinco jovens, abriu as mensagens, ficando pálida quando viu três mensagens do irmão de Cat. Ao abrir o conteúdo das mensagens, ficou mais pálida ainda, e apoiou-se numa cadeira.

-Sam, está tudo bem?- perguntou André, preocupado com a reação da loira- o que diziam as mensagens? Ela está bem?

Sam mostrou-lhes o telefone, incapaz de dizer uma palavra

Olá Cat, com saudades minhas? eu tive saudades tuas...

Pronta para repetir as noites anteriores? Eu sei que gostavas, apesar dos berros que davas...

Se me denunciares a alguém, eu juro que vou atrás daquela loira inútil que amas

Saving CatWhere stories live. Discover now