What if the camera
Really do
Take your soul
Hit me with your flashbulb eyes!
You know I've got nothing to hide
You know I got nothing
No, I got... nothing
FLASHBULB EYES - ARCADE FIRE
Nota: Essa é uma série de duas one shots que são chamadas "conceituais", porque elas se constroem em cima de um conceito, que é o da câmera, da relação dessas pessoas que vivem em frente a uma lente. Por isso mesmo, as histórias são curtas, como se fossem só um frame, uma foto tirada de uma sequência, um trecho congelado de um filme.
Essa não é uma sequência de Flashbulb Eyes I, é uma história separada. E vamos agradecer de pé igreja porque fazem meses que eu tento escrever isso, e tive que fazer QUATRO versões diferentes até ficar satisfeita.
Dedicada pra Laís porque eu achei que essa era a melhor maneira de agradecer os dois comentários maravilhosos que ela deixou nesse livro e os incontáveis moodboards lindos que ela já fez pra minhas fics, e porque ela gosta de coisas estranhas.
FLASHBULB EYES II
Onde Louis é um morador de rua que tem a alma roubada pela câmera de Harry, um fotógrafo de anônimos.
Harry sempre pensou que, como fotógrafo, sua tarefa era enxergar o que os outros não viam, e capturar aquela ótica como as lentes da câmera. Foi isso que o levou, no início de uma noite no outono, a se aproximar de uma pessoa solitária deitada em uma das inúmeras praças de Manchester. A pessoa levantou o rosto e olhou longamente, os traços angulosos se deformando devido à luz alaranjada dos postes.
— Meu nome é Harry Styles, eu sou fotógrafo. — começou. — Boa noite.
— Boa. — respondeu o homem, se sentando.
— Como é seu nome?
O outro ficou em silêncio por alguns momentos, que Harry aproveitou pra observar suas roupas gastas, a mochila que ele antes usava como travesseiro, o corpo magro, a barba por fazer e, finalmente, seus olhos azuis e estreitos que emanavam inteligência.
— Louis. — disse, finalmente. Ele parecia observar Harry também, porque logo em seguida disparou: — Câmeras são coisas engraçadas. Máquinas do tempo. É por isso que os antigos achavam que elas roubavam a alma, não é natural um momento poder ser congelado para sempre e permanecer intacto, enquanto um dia nunca é igual ao outro.
Foi a vez de Harry o encarar espantado.
— Sempre achei que as fotografias fosse lembranças. — rebateu.
— Lembranças são fragmentos de imagens, sons, cheiros, toques, e sentimentos que vivem dentro da gente. Fotos são só uma forma do ser humano lidar com o medo de ser esquecido.
— É por isso que eu tiro fotos de pessoas anônimas nas ruas. — disse Harry. — Taxistas, vendedores, encanadores, pedreiros, garis, mendigos e o que mais for. Pessoas que estão sempre lá, mas invisíveis, esquecidas.
— Quem caça em meio à multidão, escondido à vista de todos? — sussurrou Louis, olhando para o céu.
— Justamente.
— Foi pra isso que você veio falar comigo? Uma foto?
— Sim. — Harry admitiu, sem pudores — É para o livro que vou montar.
ESTÁ A LER
Crown of Love ▪ larry stylinson oneshots
Fanfiction"I carved your name across my eyelids." Livro de one shots variadas, todas no ship L.S. e da minha autoria.