capítulo 42

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Quando voltei a escola para uma nova semana de aula todos só falavam dos preparativos para o torneio, alunos, professores e até os fantasmas do falavam disso.

Antes das aulas começarem Hermione veio a minha sala.

— Com licença, professora.

— Bom dia, querida. Veio tratar sobre F.A.L.E?

— Não senhora. É sobre Harry e Ron.

— Está tudo bem?

— Eles não estão se falando e passaram todo o fim de semana trocando farpas. Ron realmente acredita que Harry colocou o nome no cálice.

— Ron não acredita nisso, Mione. Ele só deve estar com ciúmes, logo vai passar. Vou conversar com ele depois. Você não precisa se preocupar.

— É que, bom, eles dois são meus melhores amigos e não gosto de ficar no meio de confusão.

— Eu sei, querida.

— Muito obrigada.

Mione saiu da minha sala e passei a manhã dando aulas, pretendia conversar com Ron e Harry antes do almoço.

Durante as aulas pude notar que muitos alunos usavam distintivos com a frase "POTTER FEDE". Eu só consegui imaginar como Harry se sentia. Mas eu sabia exatamente quem era o responsável. Então fui até a sala dos professores e encontrei Severo.

— Sev, sei que não gosta do Harry, mas precisa punir seus alunos. Os distintivos, são obras deles.

— Você tem prova, Beatrice?

— Severo, você conhece seus alunos.

— É, eu os conheço!

— Não entendo por que é tão maldoso com Harry.

— Não vamos discutir isso de novo. Já basta você "namorar" o Black.

— Severo...– eu ia dizer o quanto infantil ele estava sendo, mas começamos a ouvir barulhos no corredor, uma briga. Andamos até o local.

— E que barulheira é essa?– perguntou a voz suave e letal de Snape. Os alunos da Sonserina gritavam tentando dar explicações. Snape apontou um dedo para Malfoy e disse:

— Explique.

— Potter me atacou, professor...

— Atacamos um ao outro ao mesmo tempo!– gritou Harry.

—... E ele atingiu Goyle, olhe...

Snape contemplou Goyle, cujo rosto agora lembrava a ilustração de um livro doméstico sobre cogumelos venenosos.

— Ala hospitalar, Goyle – disse calmamente.

— Malfoy atingiu Hermione! — disse Ron — Olhe!

O garoto obrigou Hermione a mostrar os dentes — ela se esforçava ao máximo para escondê-los com as mãos, embora isso fosse difícil, porque agora tinham ultrapassado o seu decote.

Pansy Parkinson e as outras garotas da Sonserina se dobravam de rir em silêncio, apontando para Hermione pelas costas de Snape. Snape olhou friamente para Hermione e disse:

— Não vejo diferença alguma.

Hermione deixou escapar um lamento, seus olhos se encheram de lágrimas, ela deu meia-volta e correu, correu pelo corredor afora e desapareceu.

Não pude acreditar no que ele disse a menina. Era cruel e eu nunca tinha o visto fazendo algo assim com um aluno.

Foi uma sorte, talvez, que Harry e Ron tenham começado a gritar com Snape ao mesmo tempo, sorte que suas vozes tenham ecoado tão forte no corredor de pedra, porque, na confusão de sons, ficou impossível o professor ouvir exatamente os nomes de que o xingaram. Mas ele captou o sentido.

— Vejamos — disse, na voz mais suave do mundo. — Cinquenta pontos a menos para a Grifinória e uma detenção para cada um, Potter e Weasley. Agora, entrem ou será uma semana de detenções.

— Esperem todos!– eu disse e Snape olhou confuso. – Por toda a confusão causada, acho prudente o professor Snape retirar pontos da Grifinória. – Malfoy e seus amigos deram risadas enquanto Ron e Harry me olhavam desacreditados. – No entanto, posso perceber que não são os únicos que participaram da briga. Sendo assim, menos cinquenta pontos para Sonserina por esse patético show. – os sonserinos murmuraram – Ah! Ainda não acabei. Hogwarts não tolera nenhum tipo de bullying, nesse momento vários de vocês estão usando distintivos com uma frase que claramente incita o ódio. Portanto, a cada hora do dia que não me entregarem o responsável, vou descontar 10 pontos da casa. E, hum, senhor Malfoy. O senhor está de detenção. Me procure ao fim do dia. Agora todos podem ir.

Saí andando sem olhar para trás, fui em direção a enfermaria, mas Sev veio atrás.

— Isso é injusto. Não poderia tirar pontos dos meus alunos, não tinha provas.

— E você não tinha provas de que Harry começou a briga! Sou tão professora deles quanto você.

— Você está sendo tão imatura, Beatrice.

— Não venha falar de maturidade já que acabou de humilhar uma criança na frente de todos os colegas!

— Só a verdade.

— Você foi cruel. Eu nunca acreditei nos boatos sobre você, mas agora eu vi.

— O quê? O seu namoradinho traidor de sangue nunca mencionou como eu era na escola? Como eu desprezava sangues ruins?

— Severo!!– Eu não tinha ouvido ele falar essas palavras, traidor de sangue, sangue ruim, sangue sujo. Palavras que ele já usou para definir os marotos e até a Lily.

— Eu, eu não quis dizer isso.

— Mas você disse! Disse depois de eu te dar outra chance.

— Me perdoa! Me perdoa Lily!– pude ver em seus olhos o arrependimento.

— Severo, eu não sou ela. Não sou a Lily. Não faça isso, não a projete em mim.

— Mas você é parecida com ela.

— Não, eu não sou. Harry é parecido com ela. Ele é filho dela e você o despreza.

— Eu...

— Só mude, Sev. Prove que merece uma chance.– o deixei sozinho e segui pelos corredores.

********

Quando cheguei a ala hospitalar Hermione ainda se debruçava em lágrimas.

— Minha querida, vai ficar tudo bem.– disse lhe abraçando

— Eu sou horrível, horrosa.– ela disse enquanto lágrimas pesadas saiam dos seus olhos.

— Nunca mais fale isso. Você é linda e o professor Snape foi cruel e desnecessário. Não tem nada de errado com você.

— Mas, meus dentes...

— Você se incomoda com eles? Ou só se incomoda por quê os outros falam?

— Os dois, meus pais são dentistas, mas eles não querem que eu arrume os dentes com magia.

— Eu posso ajudar você com isso, se quiser.

— Jura?

— Claro. Vou mandar uma carta ao seus pais contando o acontecido. A madame Pomfrey vai lhe dar uma poção para reverter a azaração de Malfoy e você pode usá-la até se sentir melhor, ok?

— Muito obrigada, professora – ela disse me abraçando.

I found you- Sirius BlackWhere stories live. Discover now