capítulo 43

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Não demorou muito para Draco aparecer na minha sala.

— Com licença, professora Weasley.

— Pode entrar senhor Malfoy, sente-se.

— Eu vim confessar. Eu fiz os distintivos sobre o Potter. Por favor não tire mais pontos da minha casa.

— Não vou tirar. Estou orgulhosa que você confessou.

— Orgulhosa?– ele engoliu seco– Orgulhosa de mim?

— Ora, claro que é de você. Você confessou, foi honesto, essa é uma característica que eu prezo. Agora, me diga por favor, por que você fez isso?

— Eu não sei, professora. – ele abaixou a cabeça – Eu... o Potter gosta de chamar atenção.

— Isso não te dá o direito de fazer algo ruim pra ele.

Ele assumiu uma postura arrogante.

— Queria que eu me arrependesse? Eu não me arrependo.

— Ótimo. Sua detenção vai ser comigo, todos os dias depois da aula.

— Até quando?

— Até eu decidir. Pode se retirar, senhor Malfoy.

Ele pareceu desanimado e abaixou a cabeça, saiu da sala em silêncio. Eu não queria dar uma bronca nele, mas suas atitudes eram péssimas.

********

— Ron! Por quê não está falando com Harry?

— Ora, não é óbvio? Ele mentiu pra mim!– ele falou em um tom rude.

— Sabe que ele não fez isso, Ron. Acha que depois de tanto tempo fugindo da morte, Harry colocaria seu nome num cálice pra participar de um torneio que pode matá-lo ?

— Bem, pensando assim não parece realmente que ele faria isso. – ele disse.

— Se resolva com ele. Vocês são melhores amigos, ele precisa de você.

********

Eu me sentia sobrecarregada e pensava direto em uma forma de ajudar Harry que parecia cada vez mais aéreo e não tinham voltado a se falar.

Sirius também estava estranho, parecia nervoso cada vez que chegava perto de mim, como se estivesse escondendo algo.

Dumbledore disse que precisava conversar comigo e infelizmente ele queria falar exatamente o que eu pensava.

— Beatrice, sei que você tem grande afeição pelo garoto, mas não pode ajudá-lo no torneio.

— Afeição? Senhor, Harry é minha família. Você não acha estranho o nome dele ter surgido no cálice? Tem algo estranho e eu não posso não ajudar o meu sobrinho.

— Se a senhorita insistir nessa ideia não poderei deixá-la saber as provas do torneio. Lhe garanto que nada de mal vai acontecer com o garoto.

Dumbledore era apático certas vezes e isso me incomodava profundamente. Eu não poderia deixar ele no momento que mais precisava de mim, ainda mais depois de Rita Skeeter ter escrito sobre como ele era um garoto "mimado". Mimado exatamente por quem? Pelos pais que ele não teve ou pelos tios que maltratavam ele?

O ódio corria nas minhas veias até que tive uma ideia para ajudar indiretamente na primeira tarefa, já sabia que eram dragões então precisava que ele soubesse também.

— Ron! Precisa dar um jeito de levar Harry até a Floresta e mostrar a ele os dragões que Charlie trouxe.

— Ainda não estamos nos falando.

— Tem que dar seu jeito. Sou professora, não posso ajudar ele diretamente. Faça isso, ou seu amigo vai sofrer muito.

Difícil convencer Ron, mas foi ainda mais difícil pensar em ajudar ele na prova.

Então tive uma ideia, Harry era um dos melhores apanhadores que já vi, ele precisaria apanhar um ovo, então era simples pra ele se tivesse uma vassoura. Precisaria de uma outra distração também.

Decidi fazer exatamente isso nas aulas de feitiços. Iria insistir na ideia de realizar um Accio na vassoura, mas a distração seria complicada, não poderia ensinar feitiços de transfiguração por que essa não era minha matéria.

O jeito seria torcer para Harry ter percebido tudo e conseguir cumprir a tarefa sem se machucar.

********

No dia da primeira prova Sirius pôde ir a Hogwarts, assim como minha família. Seria bom para Harry ter Sirius por perto, eles se davam tão bem e era incrível ver com o homem tratava o garoto.

Passamos o dia todo juntos antes da prova, Harry estava ansioso mas a presença de sua família o acalmava.

— Jay, você ficará bem, eu tenho certeza disso.

— Estaremos esperando você depois da prova, campeão.– disse Sirius e piscou para o garoto.

Foi uma agonia ter que ver Harry enfrentando o Dragão, mas ele se lembrou de usar Accio e passou com êxito na primeira tarefa, todos ficamos muito orgulhosos, comemoramos até tarde.
Reparei que Harry e Sirius se olhavam se uma forma estranha, como se tivessem um segredo.

Quando cheguei em casa finalmente pôde conversar com Sirius a sós.

— Six, você tá bem?

— Hm, claro. Por quê?

— Você tá agindo estranho.

— Não estou não, amor. Só estava nervoso por causa de Harry. Mas já estou mais tranquilo quanto a isso.

É claro que eu não acreditava nisso mas esperaria ele me contar quando quisesse.

— Harry também está estranho. Acha que ele sabe sobre a adoção?

— Não meu amor. Acho que ele também está assim pelo Torneio, agora um baile também, terá que convidar alguém pra ir com ele.

— Ele derrotou um dragão, todas as meninas vão querer ir com ele.– eu disse e nós rimos.

— Você já tem um vestido?– ele perguntou

— Para quê?

— Pro Baile, é claro.

— Ainda não, mas provavelmente vou arrumar um logo.

— Pena que não poderei ir.– ele diz cabisbaixo.

— Queria você lá, iríamos dançar a noite toda. Prometo voltar cedo ok? Ainda me verá no meu vestido de baile, Sirius Black.

— Jurava que veria você sem ele.

— Você não tem jeito.

— E você me ama.

— Amo.

Ficar ali com Sirius era tudo que eu queria, era o lugar que me sentia mais segura no mundo todo.

I found you- Sirius BlackWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu