Capítulo 4

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A vida no campo é tranquila e ao mesmo tempo que parece ser calma também é muito energética. Os dias sempre são cheios de coisas a se fazer como cuidar das flores do Jardim para que elas continuem bonitas e atraindo as borboletas que o Harry tanto ama, também tenho que cuidar das ervas que planto para as poções e ter os olhos colados no bebê o dia todo. Agora ele está determinado a aprender a andar e se apoia em tudo, é perigoso pois pode acabar puxando os móveis para cima dele e se machucando.

Ele também não para de me seguir pele cozinha enquanto preparo as nossas refeições. Quando fico parado por alguns minutos em um lugar ele logo da um jeito de se agarrar a minha perna e não solta por nada. Descobri que ele gosta de ser levado de um canto a outro sentado no meu pé como se fosse um balanço, não é muito bom ficar carregando o seu peso em uma perna só, mas a sua risada compensa. Não sei como, mas parece ser uma das suas brincadeiras favoritas ficar sendo levado de um canto a outro sentado no meu pé enquanto faço as refeições.

O mais estranho é que gosto dessa nossa interação.

É muito bom fazer as coisas tendo ele por perto. Ouvir as suas risadas sempre que me movo me faz querer caminhar por quilômetros sem fim.

Só tem dois dias desde a visita dos Padrinhos do Harry e ele continua cheio de energia. Certamente ele tem energia sobrando, sorrio enquanto vejo ele engatinhando por todo o jardim atrás de um dos seus ursos que flutuam aos movimentos da minha varinha. Sempre que ele chega perto da pelúcia afasto mais e ele grita animado jogando as mãos no ar.

Ele está assim já deve ter quase uma hora.

Decido que é hora de parar e deixo o urso parado a sua frente para que ele se sinta vitorioso em pegar o bicho. Me aproximo dele que está brilhando de suor e o seu corpo está cheio de terra e grama. Logo ele vai começar a se coçar e machucar a sua pele.

   — Você conseguiu — Digo sorrindo me abaixando na sua altura.

Ele sorri e seus olhinhos brilham enquanto se joga no meu corpo ainda com o urso nos braços gordinhos. Seguro ele no colo e me levanto.

   — Urso — Diz olhando para o brinquedo. — É urso.

   — Isso mesmo, é um urso — Incentivo à falar a palavra certa indo em direção a porta dos fundos da casa.

   — Não uslo — Diz com um biquinho e gira a cabeça várias vezes negando. Sorrio quando ele para meio tonto e então continua a sua explicação do que aprendeu. — E sim urso. Urso!

   — Que menino inteligente! — Exclamo um pouco exagerado vendo seu sorriso aumentar. As coisas que eu faço por esse sorriso...  Deixo um beijo na sua testa e ele fecha os olhos sorrindo. — Parabéns.

   — Bligado.

Entro pela porta da cozinha e vou em direção ao corredor dos quartos para poder dar banho nele.

Durante o caminho ele vai brincando com o meu cabelo e também com o seu urso, ele parece estar com disposição, mas assim que tomar o leite vai dormir porque está cansado. Ele é uma criança estranha. Sorrio com esse pensamento e bagunço seus cabelos.

Ele não fica cansado e dorme como as outras crianças, ele dorme derrepente no meio da agitação. Parece que funciona a pilha e ela vai funcionando normal até que apaga quando não tem mais energia. Sem nenhum sinal de que iria dormir ou que cansou, apenas para e dorme.

   — O que acha de me dar o urso para poder tomar banho? — Pergunto entrando no seu quarto.

Ele olha para o urso por alguns instantes e então para mim com um bico.

   — Se molhar vai estragar — Explico vendo a sua dúvida entre soltar ou não o seu amado urso.

   — 'Tá bom — Diz e então coloca na minha mão a pelúcia marrom.

O amor que você semeiaWhere stories live. Discover now